quem nada tem nada pode perder, mas quem arrisca pode ganhar tudo... 'sem a loucura que é o homem mais que a besta sadia, cadáver adiado que procria?' [Fernando Pessoa, D. Sebastião]
30 dezembro 2013
22 dezembro 2013
Sur mes lévres (2001)
Depois de o ter conhecido com De Rouille et D'os não consegui ficar indiferente a Jacques Audiard, realizador francês que cria improváveis ligações entre protagonistas de características inesperadas.
Em Sur mes Lévres, Vincent Cassel é Paul um ex. presidiário que tenta recomeçar a vida e que responde a um pedido de assistente para Carla (Emanuelle Devos), uma secretária quase surda que lê nos lábios em segredo. Carla é uma solitária, humilhada pelos colegas de trabalho, que vê em Paul a possibilidade de encontrar um aliado ou um amigo. Mas Paul tem uma ligação ao mundo do crime, difícil de resolver. É então que Carla começa a ajudá-lo e ambos desenvolvem uma grande cumplicidade, baseada em instinto de sobrevivência, mas sobretudo numa grande vontade de viver "para além da vida".
Um filme "real", com um enredo que não deixa ninguém indiferente!
Em Sur mes Lévres, Vincent Cassel é Paul um ex. presidiário que tenta recomeçar a vida e que responde a um pedido de assistente para Carla (Emanuelle Devos), uma secretária quase surda que lê nos lábios em segredo. Carla é uma solitária, humilhada pelos colegas de trabalho, que vê em Paul a possibilidade de encontrar um aliado ou um amigo. Mas Paul tem uma ligação ao mundo do crime, difícil de resolver. É então que Carla começa a ajudá-lo e ambos desenvolvem uma grande cumplicidade, baseada em instinto de sobrevivência, mas sobretudo numa grande vontade de viver "para além da vida".
Um filme "real", com um enredo que não deixa ninguém indiferente!
08 dezembro 2013
Disconnect (2012)
O retrato de três famílias contemporâneas: um pai ex.polícia que se retira para ficar em casa com o filho de 15 anos após a morte da mãe; um casal a quem morreu o filho bebé e um casal com dois filhos adolescentes, em que o pai advogado vive "ligado" ao trabalho.
O que os une? O argumento do filme e a falta de diálogo entre si. Filho sente-se aprisionado, com um pai agressivo, pouco dado à expressão do afecto e revoltado com a perda da mulher; um marido ex.marine perdido após a morte do filho e mergulhado num emprego em que não se sente valorizado, uma mulher que sente ter perdido o filho e o marido pois este nunca mais conversou ou mostrou por ela qualquer tipo de afecto; um pai advogado, sempre de telemóvel na mão, incapaz de mostrar preocupação com os filhos ou com a mulher.
A rotina é a marca dos diálogos entre as diferentes personagens, até que a tecnologia toma o protagonismo.
Cindy encontra num grupo de suporte online um amigo com quem partilha a sua tristeza em relação à perda do filho e à distância do marido. Contudo, os seus dados são roubados assim como todo o seu dinheiro. É então que face à inércia da polícia, decidem contratar Kyle, ex.polícia especialista em crimes cibernéticos, que os informa da possibilidade do amigo digital de Cindy ser o responsável. Derek decide confrontar esse "amigo" após ler os diálogos que o mesmo manteve com a mulher. É então que a perda do dinheiro e o "inimigo comum" re-conecta o casal.
Ben é um jovem adolescente, com problemas em fazer amigos e completamente apaixonado por música. Um dia dois colegas resolvem criar um falso perfil de facebook simulando ser uma adolescente e tornam-se amigos de Ben. Contudo, a brincadeira transforma-se em bullying e Ben tenta enforcar-se. Salvo pela irmã, fica em coma. É então que o pai decide preocupar-se e descobrir o que acontecera para o filho tentar o suicídio. Rapidamente chega a Jason e quando confronta o rapaz é agredido por Mike, que defende o filho. Os pais percebem a pouca atenção e o quão "desligados" têm estado dos mesmos e o mal que lhes tem feito a falta de diálogo. É depois desta briga que Rich percebe o quanto ama a família e o que tem de fazer para regressar para a mesma.
Mike, por seu turno, reaproxima-se do filho que reconhece o erro cometido e percebe o quanto o pai o ama.
Paralelamente à história destas três famílias que lutam por se "reconectar" no "mundo real", desenvolve-se a relação de Nina Dunham, uma jornalista ambiciosa, que se aproxima de um adolescente que se prostitui online, Kyle. Dunham convence Kyle a contar a sua história na televisão e acaba por ser coagida pelo FBI a revelar a localização do "bordel" onde Kyle vive com outros jovens.
Desligados é um filme de narrativa complexa onde as histórias aparecem como um mosaico. Não é extraordinário, contudo reflecte um dos principais problemas da actualidade: a falta de "ligação" interpessoal do ser humano. O ambiente digital aparenta tornar tudo mais fácil ou tudo mais difícil. Mais fácil porque sem olharmos olhos nos olhos de alguém sentimos que não somos julgados e tudo pode ser dito, mais facilmente "desabafamos", além disso, há uma sensação de "sempre-presença". Mais difícil porque o synopticon torna-nos vulneráveis, os nossos dados são facilmente roubados, assim como a nossa dignidade.
No fim de ver este filme dei por mim a pensar: "ainda bem que não havia internet e redes sociais na minha infância e adolescência".
Destaque ainda para:
You grow, you roar
Although disguised
I know
You'll
You'll learn to know
You grow, you grow like tornado
You grow from the inside
Destroy everything through
Destroy from the inside
Erupt like volcano
You flow through the inside
You kill everything through
You kill from the inside
You'll
You'll learn to know
I wonder if I'm allowed ever to see
I wonder if I'm allowed to ever be free
You sound so blue
You now are gloom
I wonder if I'm allowed just ever to be
25 outubro 2013
De Rouille et d'Os (2011)
E Marion Cotillard enche de novo o meu ecrã!
Esta actriz é de uma profundidade misteriosa, mas ao mesmo tempo de uma sensualidade real, sem artifícios, sem pretensões... ou então "disfarça bem"!
"De ferrugem e de osso" é realizado por Jacques Audiard (O profeta; nos meus lábios) e co-protagonizado por Matthias Schoenaerts (Ali) e Cotillard (Stephanie). Ele é um "brutamontes" insensível que deixa a Bélgica com o filho Sam de 5 anos para ir viver com a irmã e o cunhado nas Antibas. Percebe-se que a mãe do filho foi apanhada por tráfico de droga em Amesterdão e percebe-se também que Ali não nasceu para ser pai e que não consegue ter empatia com os outros. Dado o seu físico, consegue emprego como segurança de uma discoteca e numa noite conhece Stephanie que socorre quando a mesma é agredida por um cliente da discoteca. Ao levá-la a casa, percebe que a mesma é treinadora de orcas e que está numa relação "complicada".
A amizade entre os dois desenrola-se depois da recuperação de Stephanie que num ataque de orca perde as duas pernas. Ali não mostra pena ao encontrar-se com Steph, mas ajuda-a a redescobrir o gosto pela vida e a encontrar a alternativa às pernas.
Mas Ali está perdido, envolve-se em lutas clandestinas para ganhar dinheiro, tem relações "toque e foge" com outras mulheres e Steph quer mais do que amizade. Apesar de destruída, cria afectos por Ali e pela família deste e só quando quase perde o filho é que Ali começa a dar valor à amizade por Steph e mostra o quanto a ligação emocional é fundamental para o seu equilíbrio.
19 outubro 2013
Broken (2012)
Broken conta a história de Skunk, uma menina especial, abandonada pela mãe e com tendência para a bondade, especialmente para com os abandonados. Skunk tem diabetes tipo 1 e olha para a vida e para as pessoas de forma diferente, para isso contribui a sua vizinhança de famílias disfuncionais: a sua, marcada pelo abandono da mãe, por um pai ponderado e dedicado aos filhos e ao trabalho como advogado; dos vizinhos Oswald, em que o pai é violento e revoltado com a morte da mulher e as três filhas são bullyis e promiscuas, com o complexo do "podemos fazer tudo nem que seja à lei dos punhos"; e da família Buckley, um casal pacato mas hiper protector do filho doente mental Rick.
A este cenário juntam-se Kasia, a baby sitter que acaba por se envolver com o pai Archie e Mike, o ex-namorado de Kasia que acaba por se tornar professor de Skunk e que é um dos seus melhores amigos, e que nela reconhece a bondade.
A história desenvolve-se em torno dos encontros e desencontros destas famílias, tragicamente ligadas pelo espaço, pela vizinhança e que acabarão por ficar ligadas pela bondade de Skunk, pela sua inocência e pela incapacidade dos outros a tratarem mal.
O problema é que um dia a bondade de confiar no vizinho doente mental tem um desfecho dramático.
Eloise Laurence interpreta brilhantemente Skunk, com Tim Roth num registo dócil o que não deixa de ser uma grande surpresa! Da banda sonora faz parte a adaptação lírica de Colours dos Blur, cantada por Eloise Laurence.
Colours (original dos Blur)
Blue is where I want to be
Makes me feel I'm in the sea
Look at all the stars they don't need to say
Red's the color when you're dead
It gets there under your head
I don't feel the end,
I just want to be
And I know so many things
Oh well I have to sing
There's nothing left to do
And my house is made with bricks
Red dance just such a fix
There's nothing I can do
Black is where I want to stay
I forget it's in my way
But I won't hurt myself,
I'll just let it fall
White is what I was to start
But I dont want to get on top
All my life I just say everything free
And I know so many things
Her will is just for me
Puts it on the side
And her house is made of bricks
Oh well it's such a fix
Ain't there nothing left?
A este cenário juntam-se Kasia, a baby sitter que acaba por se envolver com o pai Archie e Mike, o ex-namorado de Kasia que acaba por se tornar professor de Skunk e que é um dos seus melhores amigos, e que nela reconhece a bondade.
A história desenvolve-se em torno dos encontros e desencontros destas famílias, tragicamente ligadas pelo espaço, pela vizinhança e que acabarão por ficar ligadas pela bondade de Skunk, pela sua inocência e pela incapacidade dos outros a tratarem mal.
O problema é que um dia a bondade de confiar no vizinho doente mental tem um desfecho dramático.
Eloise Laurence interpreta brilhantemente Skunk, com Tim Roth num registo dócil o que não deixa de ser uma grande surpresa! Da banda sonora faz parte a adaptação lírica de Colours dos Blur, cantada por Eloise Laurence.
Colours (original dos Blur)
Blue is where I want to be
Makes me feel I'm in the sea
Look at all the stars they don't need to say
Red's the color when you're dead
It gets there under your head
I don't feel the end,
I just want to be
And I know so many things
Oh well I have to sing
There's nothing left to do
And my house is made with bricks
Red dance just such a fix
There's nothing I can do
Black is where I want to stay
I forget it's in my way
But I won't hurt myself,
I'll just let it fall
White is what I was to start
But I dont want to get on top
All my life I just say everything free
And I know so many things
Her will is just for me
Puts it on the side
And her house is made of bricks
Oh well it's such a fix
Ain't there nothing left?
26 setembro 2013
Jon Bryant
You be a mystery and i will uncover the truth
You be the chorus and Ill be the verse to go through
you be the dynamite blasting away at the walls we take apart
you be dave livingstone, ill be his african heart
you be my walker and stay with me as i grow frail
you be the wind and direct me when i lose the sail
you be the resonance pulsing through every nerve that fails my knees
You be John Lennon, and Ill be the world that he see's
sweet midsummer nights
with you in my life
with you in my life
You be a flask and ill be the comfort you hold
You can be stranded and ill bring you in from the cold
You be the ambulance racing me back to that old familiar door
You be Theresa, and ill be your hands to the poor
You be a train track, and ill never leave you for long
you be new land, and ill plot my home in your arms
You be the coffee that brings me to life in the early winter blue
You be my lady and Ill be your man, through and through.
You be my lady and ill be your man through and through.
Jon Bryant
You be the chorus and Ill be the verse to go through
you be the dynamite blasting away at the walls we take apart
you be dave livingstone, ill be his african heart
you be my walker and stay with me as i grow frail
you be the wind and direct me when i lose the sail
you be the resonance pulsing through every nerve that fails my knees
You be John Lennon, and Ill be the world that he see's
sweet midsummer nights
with you in my life
with you in my life
You be a flask and ill be the comfort you hold
You can be stranded and ill bring you in from the cold
You be the ambulance racing me back to that old familiar door
You be Theresa, and ill be your hands to the poor
You be a train track, and ill never leave you for long
you be new land, and ill plot my home in your arms
You be the coffee that brings me to life in the early winter blue
You be my lady and Ill be your man, through and through.
You be my lady and ill be your man through and through.
Jon Bryant
21 setembro 2013
O homem que queria ser feliz (Laurent Gounelle)
Laurent Gounelle é um homem das Ciências Humanas que após uns anos pela academia se virou para o desenvolvimento pessoal percorrendo o mundo em busca de pessoas excepcionais e de histórias para contar.
A primeira, sobre os seus encontros com um sábio no Bali, pode ser encontrada em livrarias um pouco por todo o mundo afinal: onde está um homem que não quer ser feliz?
Ficam alguns excertos:
Não é dizendo às pessoas o que elas querem ouvir que as ajudamos a evoluir (p. 38)
Os seres humanos são muito apegados a tudo aquilo em que acreditam. Não procuram a verdade, querem apenas uma certa forma de equilíbrio, e conseguem construir um mundo mais ou menos coerente com base nas suas crenças e convicções. Isso tranquiliza-os, e é por isso que de forma inconsciente lhes têm tanto apego. (...) Aquilo em que acreditamos torna-se a nossa realidade. (p. 53)
Se estamos convencidos que o mundo é perigoso, vamos realmente dirigir a nossa atenção para todos os perigos reais ou potenciais, e teremos cada vez mais a impressão de viver num mundo perigoso. (p. 58)
Não é a ouvir outra pessoa falar que evoluímos. É a agir e a viver experiências. (p. 65)
Aquele que se deixar desencorajar pela primeira dificuldade que encontrar não irá longe na vida. (p. 65)
Se eu não for capaz de o perceber e ficar ofendido o problema é meu, e não seu. (...) O que pode ofender não é a mensagem, mas a maneira de a transmitir. Se formos educados, por exemplo, agradecendo ao outro a sua boa intenção, não o ofendemos. Se o ofendermos, é porque ele é muito susceptível, e nesse caso, de certa maneira, o problema é dele e não nosso.
(...)
Quando não diz a verdade às pessoas, dá-lhes a oportunidade de contornarem os seus argumentos, o que o leva a mentir mais uma vez. (p. 100)
Grande parte dos nossos medos são criações do nosso espírito. (...) é fundamental que sejamos capazes de nos voltarmos para os outros e de lhes pedirmos o que precisarmos. Todas as pessoas realizadas têm essa competência. (p. 107)
Há circunstâncias em que temos de fazer escolhas, e, portanto, de renunciar a coisas a que estamos apegados, para ficarmos com o que é para nós mais importante. (...) Se não renunciar a nada, abstém-se de escolher. E quando nos abstemos de escolher, abstemo-nos de viver a vida que gostaríamos de viver. (...)
Não podemos realizar os nossos sonhos a não ser que estejamos dispostos a fazer esforços e, se for necessário, alguns sacrifícios. (...)
Seguir o nosso caminho com o fim de nos realizarmos plenamente é como escalar uma montanha: enquanto não o tivermos feito, ignoramos que o esforço que isso exige acentua a satisfação que sentimos à chegada. Quanto maiores forem os esforços, mais intenso será o prazer, e mais tempo ficará gravado em nós. (pp. 110-111)
A primeira, sobre os seus encontros com um sábio no Bali, pode ser encontrada em livrarias um pouco por todo o mundo afinal: onde está um homem que não quer ser feliz?
Ficam alguns excertos:
Não é dizendo às pessoas o que elas querem ouvir que as ajudamos a evoluir (p. 38)
Os seres humanos são muito apegados a tudo aquilo em que acreditam. Não procuram a verdade, querem apenas uma certa forma de equilíbrio, e conseguem construir um mundo mais ou menos coerente com base nas suas crenças e convicções. Isso tranquiliza-os, e é por isso que de forma inconsciente lhes têm tanto apego. (...) Aquilo em que acreditamos torna-se a nossa realidade. (p. 53)
Se estamos convencidos que o mundo é perigoso, vamos realmente dirigir a nossa atenção para todos os perigos reais ou potenciais, e teremos cada vez mais a impressão de viver num mundo perigoso. (p. 58)
Não é a ouvir outra pessoa falar que evoluímos. É a agir e a viver experiências. (p. 65)
Aquele que se deixar desencorajar pela primeira dificuldade que encontrar não irá longe na vida. (p. 65)
Se eu não for capaz de o perceber e ficar ofendido o problema é meu, e não seu. (...) O que pode ofender não é a mensagem, mas a maneira de a transmitir. Se formos educados, por exemplo, agradecendo ao outro a sua boa intenção, não o ofendemos. Se o ofendermos, é porque ele é muito susceptível, e nesse caso, de certa maneira, o problema é dele e não nosso.
(...)
Quando não diz a verdade às pessoas, dá-lhes a oportunidade de contornarem os seus argumentos, o que o leva a mentir mais uma vez. (p. 100)
Grande parte dos nossos medos são criações do nosso espírito. (...) é fundamental que sejamos capazes de nos voltarmos para os outros e de lhes pedirmos o que precisarmos. Todas as pessoas realizadas têm essa competência. (p. 107)
Há circunstâncias em que temos de fazer escolhas, e, portanto, de renunciar a coisas a que estamos apegados, para ficarmos com o que é para nós mais importante. (...) Se não renunciar a nada, abstém-se de escolher. E quando nos abstemos de escolher, abstemo-nos de viver a vida que gostaríamos de viver. (...)
Não podemos realizar os nossos sonhos a não ser que estejamos dispostos a fazer esforços e, se for necessário, alguns sacrifícios. (...)
Seguir o nosso caminho com o fim de nos realizarmos plenamente é como escalar uma montanha: enquanto não o tivermos feito, ignoramos que o esforço que isso exige acentua a satisfação que sentimos à chegada. Quanto maiores forem os esforços, mais intenso será o prazer, e mais tempo ficará gravado em nós. (pp. 110-111)
08 setembro 2013
Pode-se vencer o medo? (Valerio Albisetti)
Valerio Albisetti é, neste momento, o autor que mais quero ler. Depois de Como atravessar o sofrimento, peguei em Pode-se vencer o medo? e a leitura foi voraz. Não são livros complexos, nem longos, mas são substanciais e fazem-me pensar, compreender e, sobretudo, ter vontade de aperfeiçoar a minha relação com os outros.
Albisetti ensina-me a compreender o que é o medo, o medo da realidade, e sobretudo porque tenho medo dessa realidade. Ensina que só olhando para a realidade com autenticidade (sem preconceitos ou certezas) podemos encontrar sinais e indicações úteis para o nosso caminho espiritual, isto porque, se estivermos ocupados com os nossos pensamentos preconcebidos, não teremos espaço para "ver". Para que isto aconteça é preciso aprender a controlar os pensamentos, são estes que "carregam" a nossa psique, a nossa alma e nos levam ao julgamento do outro, às angústias, à raiva, e... ao medo, pois o medo é o resultado das nossas "racionalizações".
Temos medo de:
.sermos nós próprios
.sermos únicos e irrepetíveis (diferentes dos outros)
.assumirmos a responsabilidade de sermos nós próprios. De conhecer e aceitar as nossas fraquezas.
.de começar a nossa própria viagem. Temos tendência a seguir os passos dos outros para "evitarmos" o peso de ter de escolher e de poder "errar", e acima de tudo para "não estarmos sozinhos"
.de sermos espirituais pois isso implica vivê-lo e dar testemunho
.de sermos amados por Deus, porque esse reconhecimento impedir-nos-ía de culpar os outros pelos nossos erros, pela nossa infelicidade, pelos nossos fracassos. "Obrigar-nos-ía a sair do nosso papel de vítimas, em que só temos pena de nós e ansiamos por compreensão e ajuda dos outros. Mas não entramos dentro de nós" (p. 22)
Nós não compreendemos o outro, porque não nos conhecemos; não o respeitamos porque não nos respeitamos. Preferimos abdicar de nós, da nossa especificidade perdendo assim a oportunidade de recebermos os nossos carismas e fazê-los frutificar.
Passei a vida inteira a procurar, a compreender, desde que era menino, mas agora sei qual é o caminho: o espiritual.
Embora ainda tropece e, por vezes, caia e perca a direcção, sei que Deus me ama desde sempre, desde que nasci, e até antes; e sei que quero fazer a minha viagem, realizar a missão para que me enviou a esta terra. Amo-O.
Quando não me esqueço da sua presença em mim nem do seu infinito amor por mim, não sei o que é o medo. (...)
Viver espiritualmente significa acreditar que o que acontece tem um sentido e nos ensina sempre algo de útil para a nossa viagem.
O espírito não tem medo.
Viver o espírito produz paz, alegria e serenidade.
Quando deixamos a nossa psique dominar-nos, prevalecem os pensamentos, pois a psique exprime-se através do corpo. Se os nossos pensamentos não forem serenos o resultado serão distúrbios psicossomáticos. Nós somos os nossos pensamentos! Os pensamentos movem as nossas atitudes e comportamentos. Uma pessoa pode agredir-nos verbal e fisicamente, mas isso acontece fora de nós, E só entrará em nós se deixarmos. O que sentimos dentro de nós pertence só a nós e a Deus. A interioridade é o único lugar onde podemos deixar entrar apenas quem quisermos, e o que quisermos.
A confiança em nós afasta o medo, mas a sociedade em que vivemos só existe porque existe o medo... Se houvesse mais Deus nas nossas vidas, haveria maior paz, maior tranquilidade...
Curei-me quando deixei de ter medo.
Quando decidi nunca mais escolher os pensamentos negativos, o medo, o terror, o sentimento de inferioridade, de infelicidade e de culpa, mas escolher os pensamentos positivos e a paz interior.
Quando decidi nunca mais me sentir um ser a que falta alguma coisa que só os outros podem dar.
Quando decidi nunca mais construir relações baseadas em necessidades mútuas.
Quando decidi abandonar a falta de confiança e nunca mais me sentir infeliz, quando os outros não satisfazem as minhas exigências.
Quando decidi nunca mais acreditar que os outros possuem coisas que eu não tenho.
Quando decidi nunca mais tentar mudar as pessoas que me rodeiam para satisfazer as minhas necessidades.
Quando, em vez disso, decidi escolher pensamentos positivos, aceitar-me a mim próprio e aos outros pelo que somos - porque nenhum de nós tem tudo o que precisa -, nunca mais pus limitações ou condições ao amor que sinto e procuro, sobretudo, a serenidade interior.
Albisetti ensina-me a compreender o que é o medo, o medo da realidade, e sobretudo porque tenho medo dessa realidade. Ensina que só olhando para a realidade com autenticidade (sem preconceitos ou certezas) podemos encontrar sinais e indicações úteis para o nosso caminho espiritual, isto porque, se estivermos ocupados com os nossos pensamentos preconcebidos, não teremos espaço para "ver". Para que isto aconteça é preciso aprender a controlar os pensamentos, são estes que "carregam" a nossa psique, a nossa alma e nos levam ao julgamento do outro, às angústias, à raiva, e... ao medo, pois o medo é o resultado das nossas "racionalizações".
Temos medo de:
.sermos nós próprios
.sermos únicos e irrepetíveis (diferentes dos outros)
.assumirmos a responsabilidade de sermos nós próprios. De conhecer e aceitar as nossas fraquezas.
.de começar a nossa própria viagem. Temos tendência a seguir os passos dos outros para "evitarmos" o peso de ter de escolher e de poder "errar", e acima de tudo para "não estarmos sozinhos"
.de sermos espirituais pois isso implica vivê-lo e dar testemunho
.de sermos amados por Deus, porque esse reconhecimento impedir-nos-ía de culpar os outros pelos nossos erros, pela nossa infelicidade, pelos nossos fracassos. "Obrigar-nos-ía a sair do nosso papel de vítimas, em que só temos pena de nós e ansiamos por compreensão e ajuda dos outros. Mas não entramos dentro de nós" (p. 22)
Nós não compreendemos o outro, porque não nos conhecemos; não o respeitamos porque não nos respeitamos. Preferimos abdicar de nós, da nossa especificidade perdendo assim a oportunidade de recebermos os nossos carismas e fazê-los frutificar.
Passei a vida inteira a procurar, a compreender, desde que era menino, mas agora sei qual é o caminho: o espiritual.
Embora ainda tropece e, por vezes, caia e perca a direcção, sei que Deus me ama desde sempre, desde que nasci, e até antes; e sei que quero fazer a minha viagem, realizar a missão para que me enviou a esta terra. Amo-O.
Quando não me esqueço da sua presença em mim nem do seu infinito amor por mim, não sei o que é o medo. (...)
Viver espiritualmente significa acreditar que o que acontece tem um sentido e nos ensina sempre algo de útil para a nossa viagem.
O espírito não tem medo.
Viver o espírito produz paz, alegria e serenidade.
Quando deixamos a nossa psique dominar-nos, prevalecem os pensamentos, pois a psique exprime-se através do corpo. Se os nossos pensamentos não forem serenos o resultado serão distúrbios psicossomáticos. Nós somos os nossos pensamentos! Os pensamentos movem as nossas atitudes e comportamentos. Uma pessoa pode agredir-nos verbal e fisicamente, mas isso acontece fora de nós, E só entrará em nós se deixarmos. O que sentimos dentro de nós pertence só a nós e a Deus. A interioridade é o único lugar onde podemos deixar entrar apenas quem quisermos, e o que quisermos.
A confiança em nós afasta o medo, mas a sociedade em que vivemos só existe porque existe o medo... Se houvesse mais Deus nas nossas vidas, haveria maior paz, maior tranquilidade...
Curei-me quando deixei de ter medo.
Quando decidi nunca mais escolher os pensamentos negativos, o medo, o terror, o sentimento de inferioridade, de infelicidade e de culpa, mas escolher os pensamentos positivos e a paz interior.
Quando decidi nunca mais me sentir um ser a que falta alguma coisa que só os outros podem dar.
Quando decidi nunca mais construir relações baseadas em necessidades mútuas.
Quando decidi abandonar a falta de confiança e nunca mais me sentir infeliz, quando os outros não satisfazem as minhas exigências.
Quando decidi nunca mais acreditar que os outros possuem coisas que eu não tenho.
Quando decidi nunca mais tentar mudar as pessoas que me rodeiam para satisfazer as minhas necessidades.
Quando, em vez disso, decidi escolher pensamentos positivos, aceitar-me a mim próprio e aos outros pelo que somos - porque nenhum de nós tem tudo o que precisa -, nunca mais pus limitações ou condições ao amor que sinto e procuro, sobretudo, a serenidade interior.
24 julho 2013
Manifesto Maubere
A cultura é a memória
de um povo que não morre!
A acção é a história
de um povo que não morre!
Ouviram?
Ouviram bem?
A vida é a liberdade
de um povo que não morre!
A independência é a vontade
de um povo que não morre!
Ouviram?
Ouviram bem?
A justiça é a oferta
de um povo que não morre!
A luta é a descoberta
de um povo que não morre!
Ouviram?
Ouviram bem?
[Fernando Sylvan, 1982]
Resistência Timorense Arquivo & Museu (Dili, Timor-Leste, visita a 24/07/2013) |
07 julho 2013
Hell on Whells
Hell on Whells é uma série televisiva cuja terceira temporada já foi anunciada pela AMC. Protagonizada - brilhantemente protagonizada - por Anson Mount, conjuga temas como a construção do caminho de ferro nos Estados Unidos da América, o "fim" da escravatura, a colonização da América do Norte, a prostituição, a religião e, claro, os índios nativos.
Thomas "Doc" Durant é um empresário ambicioso e matreiro que ambiciona eliminar toda a concorrência e inscrever o nome na obra do caminho de ferro; para isso é auxiliado por homens de confiança a quem compete "manter na linha" prisioneiros, ex. escravos negros e homens em busca de um salário e sentido para a vida. Neste cenário sobressai Cullen Bohanann, ex. Confederado que ao chegar a casa depois da guerra civil encontra a mulher violada e enforcada, o filho carbonizado e a propriedade destruída. Decidido a vingar a família, corre o país em busca dos assassinos e vai eliminando-os um a um. Até que aparecem Lily Bell, o "Sueco" e a consciência.
27 junho 2013
Natiruts (sorri sou rei)
Quando a esperança de uma noite de amor
Lhe trouxer vontade para viver mais
E a promessa que a chance terminou
É bobagem é melhor deixar pra trás
Eu tô cansado de sofrer,
Quero dançar sentir calor
E poder só olhar o universo em torno de você
Brilhando em vida, Sorrindo à toa
Só vibrando amor e paz
Sinto a noite, Penso em você
Lembro como é bom amar
Quando você se foi
Choreeei, Choreeei, Choreeeei
Agora que voltou
Sorri, Sorri, Sou Rei
Saiba que o simples perfume de uma flor
Pode vir, e ser um grande amor na sua vida
Não gaste palavras pra viver
De iludir, os seus sonhos tão raros com mentiras
Não maltrate o coração,
Que dedicou, ao seu sorriso as suas batidas
Será livre pra sentir
Anseios de uma paixão, a ser uma história linda
Pode vir, e ser um grande amor na sua vida
Não gaste palavras pra viver
De iludir, os seus sonhos tão raros com mentiras
Não maltrate o coração,
Que dedicou, ao seu sorriso as suas batidas
Será livre pra sentir
Anseios de uma paixão, a ser uma história linda
Diga que me adora
Deixe o orgulho e venha, porque já
Está na hora, da gente se encontrar e sermos um
Mas não demora, que é pra chama não desencantar
Se esvair no ar, e só restar lembrança
Deixe o orgulho e venha, porque já
Está na hora, da gente se encontrar e sermos um
Mas não demora, que é pra chama não desencantar
Se esvair no ar, e só restar lembrança
16 junho 2013
Malick
Terrence Malick é talvez o escritor, produtor e realizador americano mais inquietante da actualidade, ou pelo menos, o que mais me inquieta. As plots prometem: a multi aclamada e recomendada Árvore da Vida foi para mim uma viagem estética com uma sequência "espiritual" de versos (ver post mais antigo).
Já a Essência do Amor - talvez a primeira vez que o título em português faz mais sentido que o original - é apresentado como uma viagem fabulosa à Merveille (Mont Saint Michel), o que ido o ano de 2008 foi para mim a life changing experience.
Ver um filme pensando no monumento situado entre a Bretanha e a Normandia é uma frustração, pois o mesmo aparece por breves minutos, a partir do ponto de vista de uma das personagens, por sinal a mais instável e aparentemente, sob constante efeito psicotrópico.
Infelizmente, o filme é pouco mais que o delírio de Marina, que tanto quer ser amada, que se farta de toda a ternura e até da própria filha. E eu fico sem perceber como é que alguém é tão infantil e caprichoso, pode ao mesmo tempo cativar todos à sua volta, levando-os às maiores asneiras: mas se calhar a vida é mesmo um sonho na qual estamos autorizados a cometer todos os erros (Life's a dream. In dream you can't make mistakes. In dream you can be whatever you want).
O melhor do filme acabam por ser as narrações de Javier Bardem (Father Quintana):
We wish to live inside the safety of the laws. We fear to choose. Jesus insists on choice. The one thing he condemns utterly is avoiding the choice. To choose is to commit yourself. And to commit yourself is to run the risk, is to run the risk of failure, the risk of sin, the risk of betrayal. But Jesus can deal with all of those. Forgiveness he never denies us. The man who makes a mistake can repent. But the man who hesitates, who does nothing, who buries his talent in the earth, with him he can do nothing.
Sobre o amor humano e divino:
There is love that is like a stream that can go dry when rain no longer feeds it. But there is a love that is like a spring coming up from the earth. The first is human love, the second is divine love and has its source above.06 junho 2013
Not in this life
Não digo "nunca", não sou uma pessoa definitiva, nunca fui. Sempre fui uma pessoa de sacrifícios não anunciados e muito menos divulgados, mas por muito que doa, há sempre esperança e força para continuar a acreditar.
Lately I've been walking all alone
Through the wind and through the rain
Been walking through the streets
Finding sweet relief in knowing that it won't be long
Lately it's occurred to me
That I've had enough of that
And lately I've been satisfied by simple things
Like breathing in and breathing out
Never again, not in this life
Will I be taken twice
Never again, not on your life
Will I make that same mistake
I can't make it twice
Lately it's occurred to me
Exactly what went wrong
I realized I compromised, I sacrificed
Far too much for far too long
31 maio 2013
O Postal
Ficarmos adoentados - seja na alma seja no corpo - tem a vantagem de me reconduzir às leituras. Não às leituras técnicas e obrigatórias sobre comunicação, cultura e afins, mas às leituras que me relembram a importância das histórias e do imaginário na minha vida.
E é porque procuro histórias que alimentava uma grande curiosidade em relação a Philip Roth, autor norte-americano vastamente publicado e com milhões de livros vendidos por todo o mundo. Talvez não tenha pegado num best-seller, contudo peguei n' O animal moribundo que em tudo me apresentava o ser humano neste século em plena infância.
Philip Roth é cru na forma como se auto retrata e como fala do homem, dos seus sentimentos, pensamentos e relações. É obsceno - a roçar o nojento - elevando o sexo e a sua animalidade a um patamar que não me agrada, que esvazia o imaginário e me faz lamentar ter querido lê-lo.
Não obstante, com Philip Roth veio outra história, daquelas que só acontecem quando se compram livros em alfarrabistas. Por entre as folhas um postal - daqueles postal free que se encontram em locais comerciais e que normalmente anunciam eventos - singelas palavras escritas a roxo "não resisto à velha tendência de te deixar na caixa do correio um mimo pascal bjs doces" e uma minhoca (suposta assinatura). E a partir deste postal as perguntas para um enredo, as dúvidas quanto à relação da história de Repesh (protagonista) e a história da autora da minhoca (só uma mulher manda bjs doces) e do destinatário do postal.
E é porque procuro histórias que alimentava uma grande curiosidade em relação a Philip Roth, autor norte-americano vastamente publicado e com milhões de livros vendidos por todo o mundo. Talvez não tenha pegado num best-seller, contudo peguei n' O animal moribundo que em tudo me apresentava o ser humano neste século em plena infância.
Philip Roth é cru na forma como se auto retrata e como fala do homem, dos seus sentimentos, pensamentos e relações. É obsceno - a roçar o nojento - elevando o sexo e a sua animalidade a um patamar que não me agrada, que esvazia o imaginário e me faz lamentar ter querido lê-lo.
Não obstante, com Philip Roth veio outra história, daquelas que só acontecem quando se compram livros em alfarrabistas. Por entre as folhas um postal - daqueles postal free que se encontram em locais comerciais e que normalmente anunciam eventos - singelas palavras escritas a roxo "não resisto à velha tendência de te deixar na caixa do correio um mimo pascal bjs doces" e uma minhoca (suposta assinatura). E a partir deste postal as perguntas para um enredo, as dúvidas quanto à relação da história de Repesh (protagonista) e a história da autora da minhoca (só uma mulher manda bjs doces) e do destinatário do postal.
21 maio 2013
Sur la piste du Marsupilami (2012)
Não é um filme de top, é uma simples comédia francesa, com um argumento frágil e óbvio, com piadas simples e quotidianas. E talvez seja por isso que se torna agradável de ver, recordando a BD belga de Franqin sobre o "leopardo de cauda longa e de olhar meigo e dócil".
Com uma interpretação divertida de Jamel Debbouze (Pablito), com efeitos visuais coerentes e - claro - com uma "Céline Dion" hilariante. Um filme que pode ser visto em família, numa qualquer tarde de fim de semana.
28 abril 2013
Ashes (Andy Brown, 2009)
I just want my heart to fall apart,
I probably should have told you all along, my angel.
I just want your love to fade away,
I just want your love to fade away, to ashes.
Beautiful, I should have told you from the first time I saw your eyes.
Beautiful, I should have told you all along.
I just want my heart to tear apart.
I probably should have told you from the start, my angel.
That I just want your love to waste away.
And I just want this love to fade away, to ashes.
Há muito tempo que uma canção, aparentemente inócua, não falava sobre mim. Sobre um amor que não arde, sobre palavras que não foram ditas, sobre o bloqueio emocional que nunca se explicou...
I probably should have told you all along, my angel.
I just want your love to fade away,
I just want your love to fade away, to ashes.
Beautiful, I should have told you from the first time I saw your eyes.
Beautiful, I should have told you all along.
I just want my heart to tear apart.
I probably should have told you from the start, my angel.
That I just want your love to waste away.
And I just want this love to fade away, to ashes.
Há muito tempo que uma canção, aparentemente inócua, não falava sobre mim. Sobre um amor que não arde, sobre palavras que não foram ditas, sobre o bloqueio emocional que nunca se explicou...
22 abril 2013
Candy Dulfer & Dave Stewart
Não percebo nada de música, mas gosto muito deste Lily was Here... ainda bem que esteve porque este diálogo entre o saxofone e a guitarra é sublime!
14 abril 2013
La faute à la vie
Enquanto não regressa às gravações Jean-Jacques Goldman vai escrevendo e sendo cantado por terceiros. Aqui na voz da actual cantora favorita dos franceses, a multi premiada internacionalmente Patricia Kaas (album Sexe Fort, de 2003).
Uma letra que retrata bem a sociedade actual - a sociedade "a culpa é dos outros".
Si j'avais, si, mais si toi tu n'avais pas
Pas de replay ici, ni ralenti
Le nom des victimes inconnues, c'est nous
Mais qui est le loup, le bandit
De preuves en manque de preuves, elle avoue
C'est la faute à la vie
On peut se perdre à chercher les sentences
On peut l'enfermer, la mettre à genoux
Mais qui se protège de ses malveillances
Se prive aussi de ses goûts les plus doux
Le cheminot n'évite pas la boue
C'est le côté pile, le prix
Alors on marche en comptant les cailloux
C'est la faut à la vie
La faute à la vie... à la vie
On veut des experts, on veut des pendables
Des assurances et bons de garantie
On veut du cartésien, du raisonnable
Pas de tempête et plus de maladie
On la traite de putain, chienne ou garce
Elle nous ignore, on sourit
Jusqu'à notre mort, son ultime farce
Quand elle nous oublie
C'est la faute à la vie... à la vie
On la traite de putain, chienne ou garce
Elle nous ignore, on sourit
Jusqu'à notre mort, son ultime farce
Oui même la mort eh oui
C'est la faute à la vie... la faute à la vie
Uma letra que retrata bem a sociedade actual - a sociedade "a culpa é dos outros".
Si j'avais, si, mais si toi tu n'avais pas
Pas de replay ici, ni ralenti
Le nom des victimes inconnues, c'est nous
Mais qui est le loup, le bandit
De preuves en manque de preuves, elle avoue
C'est la faute à la vie
On peut se perdre à chercher les sentences
On peut l'enfermer, la mettre à genoux
Mais qui se protège de ses malveillances
Se prive aussi de ses goûts les plus doux
Le cheminot n'évite pas la boue
C'est le côté pile, le prix
Alors on marche en comptant les cailloux
C'est la faut à la vie
La faute à la vie... à la vie
On veut des experts, on veut des pendables
Des assurances et bons de garantie
On veut du cartésien, du raisonnable
Pas de tempête et plus de maladie
On la traite de putain, chienne ou garce
Elle nous ignore, on sourit
Jusqu'à notre mort, son ultime farce
Quand elle nous oublie
C'est la faute à la vie... à la vie
On la traite de putain, chienne ou garce
Elle nous ignore, on sourit
Jusqu'à notre mort, son ultime farce
Oui même la mort eh oui
C'est la faute à la vie... la faute à la vie
13 abril 2013
Norah Jones
Em 2009, após uma incursão por mundos da representação, Norah Jones lançou The Fall, cujo primeiro avanço Chasing Pirates segue a onda «naif» que lhe é tão característica.
Letras simples, com melancolia e alguns problemas amorosos (de certeza que é reflexo da dita crise). A minha favorita é: «I wouldn't need you», um hino à suplementaridade: porque é que precisamos do outro? Pretty obvious to me...
Em 2012, a intérprete regressaria aos álbuns originais com Little Broken Hearts, com uma faixa oportunamente intitulada After the Fall. Mas não é esta a melhor. Happy Pills, popularizada pela série Fairly Legal, é talvez o avanço menos monótono e interessante. Trying to keep myself away from you, ‘Cause you’re bad, bad news. With you gone, I’m alive, Makes me feel like I took happy pills, And time stands still.
13 março 2013
The Magic of Belle Isle (2012)
Monte Wildhorn é um escritor de westerns a quem a perda da mulher, vítima de cancro, atirou para os meandros da tristeza, da revolta e do alcoolismo. Sem inspiração ou vontade para viver ou escrever, vê-se
"empurrado" para Belle Isle como guardador do cão de uma estrela musical. É então que a magia regressa.
Monte conhece a família O'Neill, uma mãe recém divorciada com as suas três filhas, rapidamente fica fascinado pela personalidade de Finn, a filha do meio de Charlotte dotada de uma grande generosidade para com Carl, um jovem especial, visto como retardado pela vila. Finn é uma apaixonada por histórias e adopta Monte como seu mentor, desenrolando-se uma grande amizade entre ambos.
"empurrado" para Belle Isle como guardador do cão de uma estrela musical. É então que a magia regressa.
Monte conhece a família O'Neill, uma mãe recém divorciada com as suas três filhas, rapidamente fica fascinado pela personalidade de Finn, a filha do meio de Charlotte dotada de uma grande generosidade para com Carl, um jovem especial, visto como retardado pela vila. Finn é uma apaixonada por histórias e adopta Monte como seu mentor, desenrolando-se uma grande amizade entre ambos.
Um filme sobre amizade entre gerações, o retrato de que todos precisamos uns dos outros nem que seja para imaginar "o que não está lá". Quando presos entre paredes, ou em salas de portas fechadas, precisamos de olhar para além do sufoco e do que nos prende a esse lugar escuro e sem ar. Monte ensina Finn a olhar para o horizonte e falar do que não está lá, permitindo-lhe assim encontrar um sentido, um motivo de vida. Mas é então que também ele encontra um motivo para "sair" da cadeira de rodas, das suas limitações físicas, e vencer as limitações da sua imaginação agrilhoada à dor da perda.
"one of the great pleasures life has to offer is their own search after the heart."
"and a face that gives the moonlight something worth shining on."
"It's sunny outside. There's a light rainfall. You know how it feels when a warm breeze comes with the rain? That's how you walk into a room."
Um filme que me fez sorrir e sentir leve!
09 março 2013
CloClo [Claude François] (2011)
Cloclo filme biográfico de Claude François, cantor e empresário musical francês tragicamente desaparecido a 11 de março de 1978, aos 39 anos.
Claude François, já por aqui o disse, foi uma referência musical da minha infância devido a uma K7 lilás comprada pela minha mãe no supermercado. O último trabalho em vida do cantor marcado pelo disco sound e cujos tubes foram Alexandri, Alexandra; Magnolia Forever e Et je T'aime tellement.
O filme mostra um cantor de multidões, versátil e inovador, que tinha por objectivos: ser bom no que fazia e ser amado. Sentiu-se mal amado e cantou-o (le mal aimé), sentiu-se aborrecido e transformou isso no maior sucesso internacional (Comme D'habitude) não propriamente em francês, mas graças à adaptação de Frank Sinatra (My Way).
Foram essencialmente o amor e as mulheres que o inspiraram, como mostram: Rubis, L'amour vient l'amour va, , mas acima de tudo foram as relações humanas, o romantismo e a fusão de sons que o tornaram um cantor de multidões, um cantor para pobres... mas também um homem só e infeliz.
Felizmente, o cinema desfaz o mistério em torno da sua morte. Por momentos, pensei que a solidão e o comportamento impulsivo o conduziriam ao vício do álcool ou das drogas, mas o seu perfeccionismo com a aparência refrearam o "caminho mais fácil". Claude François acabaria por morrer num trágico acidente ao tentar arranjar uma lâmpada quando terminava um duche.
Um filme realizado por Florent Emilio Siri e protagonizado por Jérémie Renier, devidamente assessorados por Claude François Jr. e por Marc François, filhos do cantor e actuais gestores da sua herança. É evidente pelo filme que o filhos eram demasiados jovens para se lembrarem do pai, particularmente da sua obsessão com a carreira, com os detalhes e com as mulheres, e pouco abonou o corte de relações da irmã do cantor, Josette François, uma das suas relações mais estáveis e constantes ao longo da vida. Os desentendimentos não são com certeza alheios à representação de Josette e de Chouffa (mãe) como autênticas "sanguessugas" de dinheiro. Especialmente, a mãe do cantor, viciada em poker estaria na origem de graves problemas financeiros do cantor e até por um atentado a tiro de que foi vítima.
Claude François, já por aqui o disse, foi uma referência musical da minha infância devido a uma K7 lilás comprada pela minha mãe no supermercado. O último trabalho em vida do cantor marcado pelo disco sound e cujos tubes foram Alexandri, Alexandra; Magnolia Forever e Et je T'aime tellement.
O filme mostra um cantor de multidões, versátil e inovador, que tinha por objectivos: ser bom no que fazia e ser amado. Sentiu-se mal amado e cantou-o (le mal aimé), sentiu-se aborrecido e transformou isso no maior sucesso internacional (Comme D'habitude) não propriamente em francês, mas graças à adaptação de Frank Sinatra (My Way).
Foram essencialmente o amor e as mulheres que o inspiraram, como mostram: Rubis, L'amour vient l'amour va, , mas acima de tudo foram as relações humanas, o romantismo e a fusão de sons que o tornaram um cantor de multidões, um cantor para pobres... mas também um homem só e infeliz.
Felizmente, o cinema desfaz o mistério em torno da sua morte. Por momentos, pensei que a solidão e o comportamento impulsivo o conduziriam ao vício do álcool ou das drogas, mas o seu perfeccionismo com a aparência refrearam o "caminho mais fácil". Claude François acabaria por morrer num trágico acidente ao tentar arranjar uma lâmpada quando terminava um duche.
Um filme realizado por Florent Emilio Siri e protagonizado por Jérémie Renier, devidamente assessorados por Claude François Jr. e por Marc François, filhos do cantor e actuais gestores da sua herança. É evidente pelo filme que o filhos eram demasiados jovens para se lembrarem do pai, particularmente da sua obsessão com a carreira, com os detalhes e com as mulheres, e pouco abonou o corte de relações da irmã do cantor, Josette François, uma das suas relações mais estáveis e constantes ao longo da vida. Os desentendimentos não são com certeza alheios à representação de Josette e de Chouffa (mãe) como autênticas "sanguessugas" de dinheiro. Especialmente, a mãe do cantor, viciada em poker estaria na origem de graves problemas financeiros do cantor e até por um atentado a tiro de que foi vítima.
10 fevereiro 2013
Semente
Se houvesse uma semente
Que eu pudesse semear
Eu fazia um canteiro
No melhor do meu jardim
Protegia-o da geada
Dava-lhe o sol a beijar
Tratava do meu canteiro
Como se fosse de mim
E se a flor tivesse as cores
E os reflexos da tua voz
Se tivesse o mesmo cheiro
E o porte que já te vi
A guerrilha que eu teria
Plantada no meu jardim
Pintada na minha alma
Se não te posso ter a ti
(João Portugal)
Seed by Elissa Lieberman |
26 janeiro 2013
The Sessions (2012)
Baseado numa história verídica, recheado de humor e de humanidade, The Sessions conta a história de Marc O'Brien, um homem que sobrevive a poliomielite que o obriga a possuir um pulmão de ferro, uma curvatura anormal do corpo e a viver deitado, pois os músculos não respondem nem têm força para suportar o corpo. Mas Marc é um lutador que apesar de confinado a uma cama, decide tirar um curso, ser poeta e jornalista. Tudo isto usando a boca para escrever e vários aparelhos adaptados. Na sua jornada conta ainda com o apoio de vários assistentes que o limpam e alimentam e com Father Brendon, o seu confessor e amigo, com quem partilha as suas angústias e aventuras amorosas (platónicas).
Até que um dia, Marc apaixona-se por uma das assistentes (Amanda) que apesar de gostar muito dele acaba por partir. Marc decide então que quer perder a virgindade e compreender o amor vivido. Motivado por entrevistas para um artigo sobre o sexo em pessoas com deficiência e pela informação da existência de terapeutas sexuais, Marc contrata Cheryl (Helen Hunt) que o ajuda a descobrir o corpo, a controlar a respiração e a erecção.
Entre ambos desenvolve-se uma grande cumplicidade, pois apesar da deficiência, Marc cativa com a sua personalidade e preocupação em relação aos outros. Apesar de ter consciência da pena que suscita, Marc não se comporta como um "condenado", possuindo a atitude de quem agradece cada dia, cada oportunidade.
Ao descobrir o prazer do orgasmo, Marc decide terminar as sessões com Cheryl e continuar a vida que lhe está destinada, sem ilusões de amor. É então que um acidente (corte de energia) o deixa entre a vida e a morte, e ao acordar no hospital, conhece Susan, o grande amor da sua vida, que ficaria ao seu lado até à morte que chegaria poucos anos depois.
Fica assim retratada a vida do menino a quem, aos 6 anos, diagnosticaram 6 meses de vida, mas que viveu até aos 49, rodeado de amigos e procurando viver a emoção, a intensidade, a dádiva que recebera. Na sua postura, destaque para o humor, para a gentileza, para a capacidade de expressar os seus sentimentos, criando metáforas e imagens magníficas e sem se entregar ao queixume, à depressão.
Uma lição de vida, um filme arrebatador, com interpretações sensíveis e marcantes!
"poema de amor para
ninguém em particular"
(por Marc O'Brien)
Deixa-me tocar-te com as
minhas palavras
Com as minhas mãos, que são, como
luvas de pele vazias
Deixa que as minhas palavras
toquem os teus ouvidos
Deslizem pelas tuas costas e,
te dêem pontadas na barriga
As minhas mãos... leves, voando como pássaros
sem asas
Ignoram os meus desejos e
recusam teimosamente
A satisfazer os meus desejos
mais recônditos
Deixa entrar as minhas palavras
na tua mente
Carregando archotes... deixa-as entrar à
vontade dentro de ti
Para te poderem acariciar gentilmente
Dentro de ti
20 janeiro 2013
Perfect Sense (2011)
Poderia ser: o Sentido Perfeito, mas sinceramente, prefiro: Faz todo o sentido. A realização não é extraordinária, nem as interpretações de Ewan McGregor ou Eva Green, ou sequer o dilema da mulher encalhada e do homem que dorme com todas sem se apegar a nenhuma, contudo, o cenário lembra o "ensaio sobre a cegueira" numa dimensão epidémica que atinge todos os sentidos, deixando para o fim a visão.
Atrevo-me a dizer que desde o início se fala de cegueira, da cegueira pós-moderna do ser humano, mas apenas no fim se instalam as últimas consequências da perda de visão: a escuridão total.
It's dark now. But they feel each others' breath. And they know all they need to know. They kiss. And they feel each others' tears on their cheeks. And if there had been anybody left to see them, then they would look like normal lovers, caressing each others' faces, bodies close together, eyes closed, oblivious to the world around them. Because that is how life goes on. Like that.
Primeiro veio o Severe Olfactory Syndrome, SOS onde as pessoas se sentiam miseravelmente infelizes e perdiam o sentido olfactivo; depois instalou-se o terror, a raiva e logo o sentido do sabor desapareceu, sem tempo para nomear a doença. Depois desaparece a audição, acompanhada pela destruição obscena, pelo arrependimento e pelo perdão. E ninguém sabe a causa dos sintomas, nem sabe o que vai acontecer à humanidade e enquanto isso a protagonista vai narrando a infelicidade humana e como os homens da sua vida são uns idiotas. O protagonista vai empratando comida e relatando as dificuldades do restaurante onde é chefe.
O espectador, esse, vai-se interrogando sobre a misteriosa doença que elimina os sentidos e a vida que se readapta rapidamente, apesar do sentido perdido. E de repente percebemos que os sentidos não importam nada. Importam os hábitos e a forma como se vai vivendo, como autómatos que somos.
Atrevo-me a dizer que desde o início se fala de cegueira, da cegueira pós-moderna do ser humano, mas apenas no fim se instalam as últimas consequências da perda de visão: a escuridão total.
It's dark now. But they feel each others' breath. And they know all they need to know. They kiss. And they feel each others' tears on their cheeks. And if there had been anybody left to see them, then they would look like normal lovers, caressing each others' faces, bodies close together, eyes closed, oblivious to the world around them. Because that is how life goes on. Like that.
Primeiro veio o Severe Olfactory Syndrome, SOS onde as pessoas se sentiam miseravelmente infelizes e perdiam o sentido olfactivo; depois instalou-se o terror, a raiva e logo o sentido do sabor desapareceu, sem tempo para nomear a doença. Depois desaparece a audição, acompanhada pela destruição obscena, pelo arrependimento e pelo perdão. E ninguém sabe a causa dos sintomas, nem sabe o que vai acontecer à humanidade e enquanto isso a protagonista vai narrando a infelicidade humana e como os homens da sua vida são uns idiotas. O protagonista vai empratando comida e relatando as dificuldades do restaurante onde é chefe.
O espectador, esse, vai-se interrogando sobre a misteriosa doença que elimina os sentidos e a vida que se readapta rapidamente, apesar do sentido perdido. E de repente percebemos que os sentidos não importam nada. Importam os hábitos e a forma como se vai vivendo, como autómatos que somos.
06 janeiro 2013
Sofrimento (por Valerio Albisetti)
De um sofrimento nasce, por definição, a oportunidade de uma grande transformação da alma, de um apuramento, de um crescimento espiritual.
A vida é um movimento contínuo. Tudo se transforma continuamente, embora em silêncio.
Mesmo que seja preciso morrer... para se transformar, limpar, melhorar... para encontrarmos o tesouro que está em nós, para nos elevarmos espiritualmente.
O sofrimento surge para nos dizer alguma coisa.
A vida nasce da morte. Vive quem experimentou as derrotas, as perdas, os insucessos, os sofrimentos e a dor. Não existe nenhum viajante de espírito, ninguém que procure um sentido, que não tenha sofrido, que não tenha provado a dor e que a tenha transformado em opções, em crescimento interior.
O sofrimento esconde sempre um tesouro. Informações preciosas e desconhecidas sobre nós. É portador de mudança. Oferece-nos sempre a possibilidade de crescer.
Quando sofres,
quando sentes dor,
quando te sentes ferido,
quando te sentes desiludido,
quando te sentes confuso,
quando te sentes traído,
quando te sentes perseguido,
quando te sentes usado,
quando te sentes explorado,
quando te sentes manipulado,
quando te sentes zombado,
entra nas profundezas do teu coração.
Lá encontrarás a energia, a Luz para poder continuar a tua viagem fascinante, única e irrepetível nesta terra, apesar de fatigante.
Uma oração é autêntica quando entra no coração, quando vive no coração; aí, no âmago da nossa identidade, onde nos purificamos, onde encontramos a nossa vocação, onde dialogamos com Deus.
(Valerio Albisetti, Como atravessar o sofrimento e sair dele mais forte)
A vida é um movimento contínuo. Tudo se transforma continuamente, embora em silêncio.
Mesmo que seja preciso morrer... para se transformar, limpar, melhorar... para encontrarmos o tesouro que está em nós, para nos elevarmos espiritualmente.
O sofrimento surge para nos dizer alguma coisa.
A vida nasce da morte. Vive quem experimentou as derrotas, as perdas, os insucessos, os sofrimentos e a dor. Não existe nenhum viajante de espírito, ninguém que procure um sentido, que não tenha sofrido, que não tenha provado a dor e que a tenha transformado em opções, em crescimento interior.
O sofrimento esconde sempre um tesouro. Informações preciosas e desconhecidas sobre nós. É portador de mudança. Oferece-nos sempre a possibilidade de crescer.
Quando sofres,
quando sentes dor,
quando te sentes ferido,
quando te sentes desiludido,
quando te sentes confuso,
quando te sentes traído,
quando te sentes perseguido,
quando te sentes usado,
quando te sentes explorado,
quando te sentes manipulado,
quando te sentes zombado,
entra nas profundezas do teu coração.
Lá encontrarás a energia, a Luz para poder continuar a tua viagem fascinante, única e irrepetível nesta terra, apesar de fatigante.
Uma oração é autêntica quando entra no coração, quando vive no coração; aí, no âmago da nossa identidade, onde nos purificamos, onde encontramos a nossa vocação, onde dialogamos com Deus.
(Valerio Albisetti, Como atravessar o sofrimento e sair dele mais forte)
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