22 agosto 2007

forever - Kamelot


there's a pain within
that I can't define
there's an empty space
where your love used to shine
from the night we met
till the day you died
do you think I wished
do you still believe I tried
all too soon we were divided
and life had just begun

will you revive
from the chaos in my mind
where we still are bound together
will you be there
waiting by the gates of dawn
when I close my eyes forever

I belong to you
you belong to me
it's the way things are
always meant to be

like the morning star
and the rising sun

you convey my life
and forgive me what I've done

all too soon we were divided
into darkness and light

will you revive
from the chaos in my mind
where we still are bound together
will you be there
waiting by the gates of dawn
when I close my eyes forever

save me
reverse how I'm thinking of you
every breath I take
brings me closer
closer to forever, to you
I'm waiting for the day that I'm gone



[estou longe, tão longe de mim... e agora só a música me lembra o que sou, o que sinto, o que tive, o que perdi, o que quero e não quero... estou longe, tão longe de ti! e nunca pensei perder-me assim]

15 agosto 2007

A Ilha do Arcanjo

[Foto: Kisa - Vista do Rei - São Miguel - Açores]

Eu vos direi da ilha que na dorna
do Arcanjo é eterna em chão escasso.
Fulva de gado ao dia. À noite, morna.
Embebida no verde. E o mar colaço.

Ilha do alumbramento em templo torna
a unção de contemplar. Um ténue traço
de garça entre água e céu. A paz se escorna
em lagoa e lavoura o tempo e em espaço.

Tanto silêncio confiado à luz!
Treme um nenúfar se um trilo tremeluz
Caiam o sol de azul os agapantos.

Na cevadeira a broa luminosa,
romeiros nos persignam com uma nova rosa
Suas rezas joeiram pombos santos!



in «O dilúvio e a pomba» by Natália Correia
[as minhas palavras serão sempre pequenas para o dizer, ou sequer para da Ilha falar... os adjectivos são parcos, a emoção demasiado intensa e diria mesmo: de outro mundo! Obrigada Arcanjo!]

vida proibida - Sépia



Não tenho a certeza
Quem sabe como tudo
Ser eu
O brilho dos sentidos, que nunca foram pedidos
São teus, são teus

Parto daqui não sei por onde vais
Ao longe não sei se quero mais
De ti, mais de ti
Sentindo a luz que brilha no meu ser
Ao longe não sei se quiser ter mais...d e ti
Senão fizeres o que é normal a ausência do que é real
Não poderás saber se tudo ficará

Porque eu sou e não sinto
Quando vou, vou caindo
Quero mais da vida
Da vida proibida

Não tenho a certeza
Quem sabe como tudo
Ser eu

Parto daqui não sei por onde vais
Ao longe não sei se quero mais
De ti, mais de ti
Do mesmo modo quer apareceu
Saber que tudo isto é meu
O último lugar na plateia do teu olhar

Porque eu sou e não sinto
Quando vou, vou caindo
Quero mais da vida
Da vida proibida
[será assim tão proibido? tão inalcansável? mas sei que quero mais... só mando no meu gosto e na minha vontade. não quero mandar em mais nada]

12 agosto 2007

as pontes entre nós



Eu tenho o tempo,
Tu tens o chão,
Tens as palavras
Entre a luz e a escuridão.
Eu tenho a noite,
E tu tens a dor,
Tens o silêncio
Que por dentro sei de cor.

E eu, e tu,
Perdidos e sós,
Amantes distantes,
Que nunca caiam as pontes entre nós.

Eu tenho o medo,
Tu tens a paz,
Tens a loucura que a manhã ainda te traz.
Eu tenho a terra,
Tu tens as mãos,
Tens o desejo que bata em nós um coração.

E eu, e tu,
Perdidos e sós,
Amantes distantes,
Que nunca caiam as pontes entre nós.
(Pedro Abrunhosa)


[encontrei a ponte em terras para lá do oceano... encontrei a sinceridade e a luz, o verde perdido no meu olhar, o sorriso aberto na timidez escondida. encontrei a cumplicidade... e amaste-me sem eu te dizer como...]


[Foto: Kisa - Jardim Terra Nostra - São Miguel - Açores]

02 agosto 2007

EN LA MANO DE DIOS



Na mão de Deus, na sua mão direita
Soneto (Antero de Quental)



Cuando, Señor, nos besas con tu beso
que nos quita el aliento, el de la muerte,
el corazón bajo el aprieto fuerte
de tu mano derecha queda opreso.

Y en tu izquierda, rendida por su peso
quedando la cabeza, a que revierte
el sueño eterno, aún lucha por cogerte
al disiparse su angustiado seso.

Al corazón sobre tu pecho pones
y como en dulce cuna allí reposa
lejos del recio mar de las pasiones,

mientras la mente, libre de la losa
del pensamiento, fuente de ilusiones,
duerme al sol en tu mano poderosa.

(Miguel de Unamuno)




[dizia Unamuno que Portugal é um purgatório povoado de almas, um povo triste até quando sorri, um povo de suicidas, para quem a vida não tem sentido transcendente. E di-lo para logo se contradizer afirmando a espiritualidade portuguesa como uma espiritualidade vivenciada em que o cristo anda pelas praias, pelos prados e montanhas, a brincar e a rir com as gentes do povo, e só de vez em quando, para desempenhar o seu papel: pendura-se na cruz... como pode este povo que brinca com cristo ser triste? triste é quem deixa de acreditar... quem se abandona à solidão imaginária... não somos acompanhados por quem queremos... apenas por quem nos encontra. é bom quando me encontras...]