20 fevereiro 2009

the blower's daughter [I can't take my eyes off of you]





and so it is
just like you said it would be
life goes easy on me
most of the time
and so it is
the shorter story
no love no glory
no hero in her skies
i can't take my eyes off of you
and so it is
just like you said it should be
we'll both forget the breeze
most of the time
and so it is
the colder water
the blower's daughter
the pupil in denial
i can't take my eyes off of you
did i say that i loathe you?
did i say that i want to
leave it all behind?
i can't take my mind off of you
my mind
'til i find somebody new


[sim é melancólico, triste, não é a música mais indicada para se conduzir, não tem muitos acordes, é simples... mas... talvez seja da pungência, da firmeza... seja do que for... é linda e como eu percebo esta necessidade de ter uma imagem na nossa cabeça, uma imagem que nos faz acordar, adormecer, e que é lembrada em cada música!]



Também de Damien Rice, mas do último álbum 9, destaque para 9 crimes e accidental babies.

14 fevereiro 2009

I see the world through you

You don’t understand me now,
I wonder if you ever will,
I wonder if you’ll ever try.
Don’t get sad about,
All the strange thing I wrote,
They faded as the ink dried…

So I say go, go, hold your fists high,
Grow, slow, stand in for the fight,
Though I hope you never have to.
So I say run, run, sparkling light,
Have your fun and then come home at night,
I’m sure you’ll tell me something new,
Yeah I can see the world through you.

Frozen lakes and night storms,
Most you’ll cross on your own,
You’ll face the biggest landslides.
I’ll catch you on the hardest falls,
I’ll carry you inside this walls,
We’ll sing through all the highest times.

So I say go, go, hold your fists high,
Grow, slow, stand in for the fight,
Though I hope you never have to.
So I say run, run, sparkling light,
Have your fun and then come home at night,
I’m sure you’ll tell me something new,
Yeah I can see the world through you.





[David Fonseca é um mestre na música portuguesa e o álbum Dreams in Colors um dos melhores de 2007. Esta é para mim a melhor música do álbum. Mas claro que o Kiss Me é só toque de telemóvel :D]

08 fevereiro 2009

Les Misérables




Com realização de Bille August, a adaptação cinematográfica de 1998 do clássico da literatura francesa de Victor Hugo (1862), conta-nos a história de Jean Valjean, brilhantemente interpretada pelo actor irlandês Liam Neeson.

Jean Valjean é um condenado que presta serviço nas pedreiras. Sentenciado a 19 anos de prisão por roubar pão para comer. Jean sai da cadeia sem rumo ou objectivo de vida. Vagabundeia pelas ruas até bater à porta de um bispo que apesar de saber que está perante um condenado, lhe dá comida e uma cama para dormir. Durante a noite, Valjean rouba as pratas do bispo e agride este quando é surpreendido. No dia seguinte é feito prisioneiro, mas quando levado perante o bispo este manda libertá-lo alegando que lhe oferecera as pratas.

O bispo «salva» Valjean que parte para Vigau onde enriquece e se torna Le Maire. A sua generosidade é reconhecida por todos até à chegada de Javert (Geoffrey Rush), o implacável Inspector que o maltratara nas pedreiras e reconhece como um condenado evadido.


Uma história sobre o erros do passado que regressam ao presente para nos perseguirem. Uma história de bondade e redenção. Um retrato da verdadeira natureza humana, esquecida pela ambição, pela inveja, pela racionalidade. Um hino de esperança sobre o que podemos ser verdadeiramente e sobre a consequência do perdão.

Les Misérables condena os obstinados pelas regras, redime os que se querem emendar, enaltece os que ajudam a quem precisa!

07 fevereiro 2009

Serafita



Título: Serafita
Autor
: Honoré de Balzac
Editor: Ésquilo

"Serafita é, provavelmente, o romance fantástico mais sedutor de Balzac. (…) Balzac conseguiu dar um brilho sem igual a um tema fundamental da antropologia arcaica: o andrógino considerado como imagem exemplar do homem perfeito. (…) Serafita é a última grande criação literária europeia cujo motivo central é o mito do andrógino." Mircea Elíade


Crítico da Comédia Humana*, o escritor francês Honoré de Balzac [1799-1850] escreveria um livro místico de homenagem aos ensinamentos de Swendenborg**. Contudo, pouco importa o inventor / autor de tamanhas odes ao ser humano espiritual, à vivência assexuada do ser humano perdido entre paisagens nórdicas inimagináveis, mas magistralmente pintadas pela pena de Balzac.

Um romance descrito como iniciático que nos leva aos meandros dos pensamentos que não queremos ter, que reduz a existência humana ao mundo que tentamos esquecer. Um imbricado de sentimentos e perturbações, de paisagens e afinidades, de humanismo e deísmo. Este andrógino que nos confude, este ser que não existe, estas palavras que nos emocionam ou simplesmente perturbam.

«a ciência é a linguagem do mundo temporal, o amor a do mundo espiritual (...) a ciência entristece o homem , o amor exalta o anjo. a ciência ainda procura, o amor já encontrou» (p. 81)


Ou se lê ou se fecha definitivamente o livro!



"Diremos que o pensamento de Swedenborg e a mente filosófica de Balzac se entrelaçam de princípio a fim na aventura espiritual e alquímica que constitui esta obra notável onde o Balzac místico inclui a inteligência esotérica (...), a visão analógica das correspondências e a realidade do homem interior. Está claramente patente uma visão iniciática e gnóstica da vida. Neste corpo terrestre há um homem interior que deve ser despertado. As felicidades da terra em nada se podem comparar aos divinos êxtases da alma nos mundos celestes. Há uma continuada referência ao que Plotino denominava de Venus Urânia, o amor celestial, em oposição ao amor terreno, egoísta, Vénus Pandemos. 'Amamo-nos uns aos outros na razão directa do conteúdo celeste das nossa almas' afirma o inspirado Balzac que também não escamoteia a necessidade da sofia: '(…) a primeira transformação do homem é o amor. (…) A segunda tranformação é a sofia. A sofia é a compreensão das coisas celestes a que o espírito chega por amor. O espírito de amor conquistou a força, resultado de todas as paixões terrestres vencidas, ama a Deus, mas cegamente; o espírito de sofia tem a inteligência e sabe porque é que ama.'"

Paulo Alexandre Loução, in "Posfácio"


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* A comédia humana é o título geral que dá unidade à obra máxima de Honoré de Balzac e é composta de 89 romances, novelas e histórias curtas. Este enorme painel do século XIX foi ordenado pelo autor em três partes: “Estudos de costumes”, “Estudos analíticos” e “Estudos filosóficos”. A maior das partes, “Estudos de costumes”, com 66 títulos, subdivide-se em seis séries temáticas: Cenas da vida privada, Cenas da vida provinciana, Cenas da vida parisiense, Cenas da vida política, Cenas da vida militar e Cenas da vida rural (a idéia de Balzac era que A comédia humana tivesse 137 títulos, segundo seu Catálogo do que conterá A comédia humana, de 1845. Deixou de fora, de sua autoria, apenas Les cent contes drolatiques, vários ensaios e artigos, além de muitas peças ficcionais sob pseudónimo e esboços que não foram concluídos).

Genial observador do seu t­empo, Balzac soube como ninguém captar o “es­pírito” do século XIX. A França, os franceses e a Europa no período entre a Revolução Francesa e a Restauração têm nele um pintor magnífico e preciso.

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** Swedenborg

04 fevereiro 2009

Noir Désir




Aux sombres héros de l'amer

Qui ont su traverser les océans du vide

A la mémoire de nos frères

Dont les sanglots si longs faisaient couler l'acide


Always lost in the sea

Always lost in the sea


Tout part toujours dans les flots
Au fond des nuits sereines

Ne vois-tu rien venir ?

Les naufragés et leurs peines qui jetaient l'encre ici

Et arrêtaient d'écrire


Always lost in the sea

Always lost in the sea

Always lost in the sea

Always lost in the sea

Ami, qu'on crève d'une absence

Ou qu'on crève un abcès

C'est le poison qui coule
Certains nageaient sous les lignes de flottaison intimes

A l'intérieur des foules.

Aux sombres héros de l'amer

Qui ont su traverser les océans du vide

A la mémoire de nos frères

Dont les sanglots si longs faisaient couler l'acide


Always lost in the sea



[Esta é bem velhinha (1989), mas, e em homenagem aos dias de hoje, chega Gagnant - Perdant
a banda Rock francesa parece viva, mas um vivo bem decadente e intervencionista, como se pretende]

02 fevereiro 2009

Nim's Island [2008]



Nim é órfã de mãe e a história começa por nos explicar que a mesma desapareceu no mar engolida por uma baleia azul que estudava. Agora vive numa ilha paradisíaca com animais muito amigáveis, o pai adora-a, vivem longe dos problemas do mundo e, além do barco que os abastece ocasionalmente, apenas um computador os liga ao exterior. Nesta mini-sociedade são felizes.
Nim adora ler e tem em Alex Rover, o maior aventureiro do planeta, um modelo heróico que a faz sonhar. Um dia o pai sai para o mar em busca de um protozoário e é apanhado por uma terrível tempestade. Nim fica sozinha na ilha e subitamente Alex Rover manda-lhe um mail.
Apesar de toda a sua coragem Nim é apenas uma criança e há limites para o que consegue fazer. Pode escalar vulcões e cozinhar, mas quando corsários (cruzeiro de turistas) invadem a ilha vai precisar da ajuda do seu herói. Só que o Alex Rover com quem ela fala não é quem ela imagina. É Alexandra Rover, a escritora agorafóbica que criou a personagem. Uma pessoa que apesar de viver na cidade, não se ntegra no mundo nem é feliz, temendo até o ar que respira. Contudo e para salvar Nim ou quem sabe na busca da felicidade perdida, Alexandra sai para o mundo e enfrenta várias adversidades para chegar à ilha. É então que Nim e Alexandra se tornam inseparáveis.


Uma história de fantasia enternecedora: a sobrevivência de uma criança, a necessidade de nos superarmos altruisticamente. A recompensa: uma criança feliz, um amor, a satisfação de sermos capaz.
Ainda uma lição: podemos ser felizes com menos, no entanto, não nos podemos desligar completamente da civilização contemporânea.



Realização: Jennifer Flackett, Mark Levin Argumento: Jennifer Flackett, Mark Levin, Joseph Kwong, Paula Mazur (baseados no livro de Wendy Orr) Intérpretes: Abigail Breslin, Jodie Foster, Gerard Butler