28 fevereiro 2015

Lullaby (2014)

A história de uma família. De um filho que partiu para não ver o pai a lutar contra um cancro. Um cancro que deveria vencer em 6 meses, mas que foi combatido durante 12 anos, até à exaustão. É então que este pai decide chamar os filhos e dizer-lhes que quer morrer, que pediu o suicídio assistido.

Entre negações, culpas, confrontos, há uma família que se reconstrói, palavras que são finalmente ditas, pazes que são refeitas. Há um constatar de deriva que apenas foi originada pela fuga constante, pelo não querer aceitar aquilo que está presente, que é certo, inevitável.

Lullaby é uma aprendizagem. A aprendizagem da vida por aqueles que tentam fugir da mesma, para aqueles que pensam nunca estar prontos para enfrentar nada. E não estamos, mas às vezes é preciso respirar de cara com os problemas e aceitá-los, só assim o balão perde o ar e volta a entrar oxigénio.



04 fevereiro 2015

Outlander (TV, 2014-...)

Descobrir Outlander é como redescobrir a magia do imaginário em conteúdos televisivos. Uma lenda, uma história mágica, uma viagem no tempo. Um sonho do qual se quer acordar mas que acaba por se tornar a vida. Uma estrangeira, uma época passada de sangue, de guerras, de egos. Uma Escócia católica, machista... uma nova família no século XVIII. Sem confiar em ninguém, entendendo pouco ou nada da língua, tentando regressar ao marido que a perdeu no século XX, Claire é protegida pelo laird do clã MacKenzie graças aos seus conhecimentos de curandeira (enfermeira de guerra). Presa entre os irmãos Colum e Dougall que tanto precisam dela como a consideram uma espia inglesa, Claire encontra em Jamie, o sobrinho com a cabeça a prémio, o único amigo e confidente. Rapidamente, o discrição de Claire e a sua competência a ajudam a conquistar os corações dos serviçais e dos seus anfitriões, mas Claire quer desesperadamente regressar ao século XX e, nesse empreendimento, várias são as aventuras e os dissabores.

02 fevereiro 2015

Os Maias, cenas da vida romântica (2014)

Inspirado pelo romance de Eça de Queiroz, o filme de João Botelho conta-nos a vida "dramática" de Carlos Eduardo Maia, ou melhor tudo começa com o avô Afonso Maia, passando pela tragédia do pai, até à tragédia do filho e da filha.

Habitualmente não "perdemos tempo" com filmes portugueses. Ou são teatrais, ou são longos e aborrecidos, ou a história é pobre, ou, ou, ou...


Pois bem, os Maias têm alguns argumentos: a obra homónima que os inspira, a inovação cenográfica e claro a mordaz crítica social. Contudo, tem más interpretações, é demasiado longo, a sonoplastia desastrosa (há falas praticamente imperceptíveis), banda sonora quase inexistente. Enfim, "um filme português".

O que tem de extraordinário: os quadros a óleo de João Queiroz. Sim, em vez de cenários reais ou construídos, a produção optou por cenários pintados, semelhantes aos do teatro. Arrojado, distinto... pessoalmente gostei, mas devo ser das poucas, atendendo aos comentários disponíveis pela rede.