26 abril 2007

Innuendo by Queen

While the sun hangs in the sky and the desert has sand
While the waves crash in the sea and meet the land
While there's a wind and the stars and the rainbow
Till the mountains crumble into the plain
Oh yes we'll keep on tryin'
Tread that fine line
Oh we'll keep on tryin' yeah
Just passing our time
While we live according to race, colour or creed
While we rule by blind madness and pure greed
Our lives dictated by tradition, superstition, false religion
Through the eons, and on and on
Oh yes we'll keep on tryin'
We'll tread that fine line
Oh we'll keep on tryin'
Till the end of time
Till the end of time

Through the sorrow all through our splendour
Don't take offence at my innuendo

You can be anything you want to be
Just turn yourself into anything you think that you could ever be
Be free with your tempo, be free be free
Surrender your ego - be free, be free to yourself

Oooh, ooh -
If there's a God or any kind of justice under the sky
If there's a point, if there's a reason to live or die
If there's an answer to the questions we feel bound to ask
Show yourself - destroy our fears - release your mask
Oh yes we'll keep on trying
Hey tread that fine line
Yeah we'll keep on smiling yeah
And whatever will be - will be
We'll just keep on trying
We'll just keep on trying
Till the end of time


[a MediaCapital não precisa da minha contribuição «Buzziana», mas a M80 tem-me dado vida nos últimos dias... esta música é vibrante, enérgica... e eu estou em pleno innuendo existencial... :)]

PS: no título o link para o vídeo também ele espectacular!

25 abril 2007

Liberdade por Fernando Pessoa



Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...


[a liberdade para o português é não saber quem é, de onde veio nem para onde vai. é não ter de fazer nada esperando que a vida aconteça num milagre. é esperar um amanhã que há-de chegar pouco importando se é como o hoje, como o ontem... sabendo apenas que há-de vir. a liberdade em português é o eu na espera, nos dias sempre iguais...]


PS: não faças pela vida português... que sombra!


21 abril 2007

Solidão



Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar,
passear ou fazer sexo.....
isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar...
isto é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos... isto é equilíbrio.
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida...
isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...
isto é circunstância.
Solidão é muito mais do que isto.
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma.


Francisco Buarque de Hollanda
[a última vez que a vi - a minha alma - andava a brincar no teu olhar!]

20 abril 2007

Visual DNA



[adorei a ideia e, por conseguinte, tinha de fazer o meu perfil fotográfico. Segundo o mesmo, sou sofisticada mas sempre tendo em conta o conforto, um insecto do amor, um espírito livre e conquistador, gosto de fugir da rotina e descobrir mundo.]

19 abril 2007

Numb - Pet Shop Boys

Don't wanna hear the news
What's going on
What's coming through
I don't wanna know
don't wanna know
Just wanna hide away
make my my escape
I want the world
to leave me alone
Feels like I feel too much
I've seen too much
For a little while
I want to forget

I wanna be numb
I don't wanna feel this pain no more
Wanna lose touch
I just wanna go and lock the door
I don't wanna think
I don't wanna feel nothing
I wanna be numb
I just wanna be
wanna be numb

Can't find no space to breathe
World's closing in
right on me now
Well that's how it feels
that's how it feels
Too much light
There's too much sound
Wanna turn it off
Wanna shut it out
I need some relief
Think that I think too much
I've seen too much
There is just too much
thought in my head

I wanna be numb
I don't wanna feel this pain no more
Wanna lose touch
I just wanna go and lock the door
I don't wanna think
I don't wanna feel nothing
I wanna be numb
I just wanna be
wanna be
taken away from all the madness
Need to escape
escape from the pain
I’m out on the edge
about to lose my mind
For a little while
For a little while
I wanna be numb

All the madness
I wanna be numb

[era bom não era? podermos abrir um parentisis na vida e por momentos ausentarmo-nos do mundo, da obrigação, do tem de ser, do é... se apenas por um momento eu pudesse desligar e perder-me única e exclusivamente no teu peito, na tua respiração, em ti...]

18 abril 2007

The Lost Tumb of Jesus


E se o túmulo descoberto em Israel for mesmo o de Jesus, filho de José, sua mãe Maria, sua mulher Maria Madalena e seu filho Judas?
E se os Manuscritos do Mar Morto forem mesmo Evangelhos de contemporâneos de Jesus que foram ignorados pela Igreja Romana?
E se os Evangelhos Gnósticos, Apócrifos tiverem o mesmo valor que os Evangelhos aceites pela Igreja?
E se afinal todas as religiões assentam sobre as mesmas crenças, as mesmas palavras?

E se... ? E se...?

Já dizia Freud que as ideias religiosas são impostas ao homem como dogmas cujo conhecimento não seria possível sem o ensinamento e sem um acto de fé, face à sua não comprovada autenticidade.

O cristianismo primordial, à semelhança de outros cultos religiosos liberais constituem uma semente lançada à terra inconsciente das populações que se aloja e entranha de acordo com a existência de cada um. Aos homens coube tornar a fé coactora, proibitiva, obrigatória, retirando a essência da sua pureza, da sua excepcionalidade enquanto «culto» individual. Assim sendo, a sobreposição de uma ou outra religião encontra-se associada ao poder económico, político e social.

Portanto, quem decide sobre a veracidade, sobre a aceitação dos dogmas? O que muda com as descobertas científicas?

Para mim, rigorosamente nada!

16 abril 2007

300

Um filme sobre abnegação... [que irónico... mas não existem coincidências, não é?]


abnegação da mãe que vê o filho de 10 anos partir para um rito de iniciação onde só sobrevivem os mais fortes;
abnegação das crianças que se tornam adultos demasiado depressa à custa da aprendizagem da sobrevivência;
abnegação de um rei que quer manter o seu povo livre e que contra deuses e oráculos, contra a prudência e a evidência, decide lutar, dar a vida pelo ideal em que acredita: a liberdade!
abnegação de um marido, de uma mulher que calam os sentimentos de amor, por serem demasiado óbvios num olhar, na cumplicidade, na existência...
e a abnegação na honra, pouca em demasia quando se pretende salvar a vida de 300... que honra a de uma mulher que tenta salvar a quem ama independentemente dos meios que usa? usa os que tem...
que honra a de um político que vende o seu povo por um punhado de ouro, por um punhado de prestígio... nenhuma!



Uma realização brilhante, onde se percebe muito bem onde entra a animação computorizada! Diálogos sarcásticos e simplesmente deliciosos de um Leónidas sem medo, sem nada a perder... a não ser tudo... e pelo tudo dá a sua vida e dos demais que nem na morte o abandonam!


[e, neste momento, eu queria ter a força de uma espartana... deixar ir sem temer. aceitar sem chorar deixando evidentes as palavras que não ficam por dizer, mas que tardam em ser ouvidas! por um momento, eu gostava que os 300 tivessem sobrevivido e, por um momento, eu gostava que me ouvisses, até ao fim!]

15 abril 2007

Caçador de Sóis

Não sou fã da Ala dos Namorados, apesar de reconhecer a aura especial que rodeia a música Loucos de Lisboa. Uma música que oiço com o mesmo prazer que ouvia há 10 anos atrás. O Mentiroso Normal não é um álbum que vá ouvir com regularidade, mas é um álbum consistente e óptimo para quem passa dias a ler e escrever. A música ligeira portuguesa sui generis, mas neste caso o tónus que me faltava para fechar os olhos e sonhar sonhos que abandonei por entre o desespero de ter de...


Os teus olhos foram esperança
Os meus olhos girassois
Fomos onde a vista alcança da nossa janela


[Perdoem-me a lamechice, mas deve de ser da altura do mês... a sensibilidade escorre-me pelos poros abertos. Eu não pude sonhar a minha infância... por isso, sonho agora o meu presente.]

o título é link para o vídeo da música

14 abril 2007

Parce Que Je T'aime - Tribal King

On se plaît on s'attire on s'dit qu'on s'aime même pour le pire
On s'défait on s'déchire alors on fait tout pour partir
Mais nous nous sommes plus fort que ça
Personne ne nous séparera
On s'aime pour la vie toi et moi...
Et c'est le destin qui choisit il m'a mis sur ta route
Je suis mon instinct je te suis quoi qu'il arrive coûte que coûte
Pas d'autre tu es celle qu'il me faut
Non stop tu me plais ho
Pas d'autre t'es la seule sans défaut
Non stop sois ma fée...

Parce que je t'aime (la vie serait trop dure sans toi)
Parce que je t'aime (laisse moi t'aimer comme il se doit)
Parce que je t'aime (je le crierai 100 fois 1000 fois)
Elle est parfaite pour moi (je veux son coeur seulement son coeur je te veux toi)
Je me battrai pour toi (tellement si belle que dans ses yeux je me noie)
Elle est parfaite pour moi (je veux son coeur seulement son coeur je te veux toi)
Je me battrai pour toi (c'est l'ragga d'manny one juste pour toi)

Tous tes rêves tes désirs tu n'auras plus qu'à les choisir
Si ma reine veut s'enfuir, elle naviguera sur du saphir
Viens je t'emmène loin de tous ça dans un monde idéal pour toi
La-bàs personne ne nous jugera j'te jure on vivra comme des rois

Et c'est le destin qui choisit, il m'a sourit sans doute
Je suis mon instinct je te suis même si la vie ça me coûte
Pas d'autre tu es celle qu'il me faut
Non stop tu me plais ho
Pas d'autre tu es la seule sans défaut
Non stop sois ma fée...

Elle te rend ouf man car elle à trop d'charme
Un seul regard man yep, elle te désarme c'est le drame
Tellement belle naturelle chaque jour instant moi j'en rêve je la veux elle
Sincère naturelle tellement si belle many one zouker zouker



[A música fica no ouvido pelo ritmo talvez... mas tenho este defeito de prestar atenção às letras e hoje de manhã percebi que as coisas correm mal mas mesmo assim há algo que permanece... os Tribal chamam-lhe instinto, eu se calhar um dia vou chamar-lhe burrice, estupidez... mas o certo é que por muito que desanime, há sempre algo que me faz continuar a caminhar, continuar a procurar... insistir, ser chata, preocupar-me... mesmo que não seja esse o meu caminho! ]

12 abril 2007

Grow - Kubb

Who said
broken pieces don't mend
I say
I say to think again
You may take advice from all your friends
but I say that I'm living in your head

Just let it grow
let it grow inside of you
let it grow
let it flow inside of you
let it grow let it grow let it grow

She said that its easy for men
and i said that we all feel the rain
then she said move a little closer then

who says that broken pieces don't mend
'cause in the garden of reason you can't change what you're given
but you can go where the river flows

let it grow grow grow grow
let it grow grow grow grow
yeah yeah yeah let it grow
yeah
let it grow

life gives you a hand you're playing by the rules
you'll never come through it.

('cause in the garden of reason you can't change what you're given
but you can go where the river flows)


[a vida vai acontecendo, o que tem de ser tem a sua hora de chegada. As dores do crescimento deixam-nos as marcas das recordações, a melancolia da saudade, o olhar perdido num horizonte, o orgulho ferido por um querer não satisfeito... e vamos crescendo: crescendo para o mundo, mas acima de tudo crescendo em nós... e a cada porta que se fecha, um novo horizonte se fixa... tens razão... let it grow!]

09 abril 2007

The Holiday




Iris (Winslet) está apaixonada por um homem que estás prestes a casar com outra mulher. Do outro lado do oceano, Amanda (Diaz) descobre que o homem com quem vive a está a trair. Sem nunca se terem conhecido, estas duas mulheres inscrevem-se num site de troca de casas e cada uma viaja para o lar da outra durante as férias. Pouco tempo depois de chegar, encontram aquilo que menos esperavam: um novo romance...

Realizado por Nancy Meyers (a sra. comédias românticas: what women want, something gotta give, the father of the bride), com interpretações de Kate Winslet, Jack Black, Jude Law e Cameron Diaz.

Nada suficientemente forte para motivar alguém a ver tal filme (tirando eventualmente a 'atracção especial' por Jack Black), muito menos a mim que não sou grande fã de filmes doces a puxar para o diabético...
Contudo e apesar dos clichés óbvios dos parzinhos perfeitos e das histórias que só se encaixam rapidamente no ecrã e depois duram para toda a vida, acabei por encontrar uma inovação neste filme. A mulher não é uma falhada, vulnerável, abandonada, nem procura um princípe suprassumo para a tirar da aflição. Mostra 2 mulheres resolvidas na vida e bastante independentes que procuram reencontrar-se. Ok, a Winslet ao princípio mete nojo de tão subserviente, mas tem a coragem de dar um pontapé no Rufus Sewell (oh! como eu compreendo a dificuldade...)
Portanto, um filme que ensina a recuperar a auto-estima e que devolve a esperança, no «é possível»... mesmo que os actores não convençam, ainda que o argumento seja escasso... enfim não se pode pedir muito.


Destaco, no entanto, Eli Wallach, no papel de um aposentado argumentista de Hollywood, ou melhor, no papel de anjo que devolve a confiança e a alegria de viver a uma jovem escritora cujo ego e existência se encontravam enovelados pelo medo da solidão, pela cegueira de um 'amor' unívoco usado por um homem pouco íntegro que se aproveita da ingenuidade e da falta de amor próprio da jovem Íris. Felizmente, há sempre peças fundamentais que nos resgatam pela essência devolvendo-nos o sopro da felicidade e o sorriso da auto-confiança.

04 abril 2007

No Teu Poema

No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida

No teu poema existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E, aberta, uma varanda para o mundo.
Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da senhora da agonia
E o cansaço
Do corpo que adormece em cama fria.
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.

No teu poema
Existe o grito e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonhos inquietos de quem falha.

No teu poema
Existe um cantochão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.

No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do muro
Existe tudo o mais que ainda escapa
E um verso em branco à espera de futuro.

Escreveu José Luís Tinoco e às vezes canta: Carlos do Carmo, Simone de Oliveira, Dulce Pontes, Mafalda Arnauth, Paula de Oliveira... canta quem quiser

[às vezes tudo aquilo que há para dizer já foi dito... importa apenas repeti-lo a cantar ou dar-lhe a forma da existência, da concretização... haverá sempre a antítese e a recordação... o sorriso e a lágrima... a luz e a escuridão... haverá sempre este medo e este cansaço... e esta certeza tão duramente cravada, tão deliciosamente abraçada na certeza de se querer dizer mais, sorrir mais, viver mais...]

A Sombra do Templário


Em 1265, os cavaleiros do Templo, o Papa e um impiedoso espião 8ao serviço de Carlos D'Anjou) perseguem um pergaminho que esconde um segredo. Um segredo que poderia mudar a História. Bernard Guils um templário que viaja num barco com destino a Barcelona, é envenenado no final do trajecto. Antes de morrer, Bernard Guils, dissera a um judeu que procurasse outro templário, Guillem - um discípulo de Bernard - para lhe entregar uns documentos muito importantes. Os pergaminhos de que Bernard falara antes de morrer desaparecem misteriosamente, dando lugar a uma trama inteligentemente entretecida com traições, esconderijos espiões que pretendem tomar posse dos valiosos documentos.
Desde a publicação do Código Da Vinci de Dan Brown que qualquer romance histórico com temas medievais, em torno dos Templários e sociedades secretas, assim como do Graal e da tradição celta, são apresentados como 'wannabies', isto é, como querendo ser um sucesso de prateleira. É certo que as publicações em torno destes temas aumentaram substancialmente tornando-se modas, no entanto, o epíteto 'wannabe' e o efeito de saturação provocado pelas editoras leva a que autênticas 'pérolas do entretém' sejam esquecidas nas prateleiras.
A Sombra do Templário joga com a aventura e o mistério, chegando o leitor ao fim percebendo que, se calhar, o tesouro não era tesouro nenhum e que - sabe-se lá - os Templários afinal andaram a brincar aos espiões criando teias comunicativas por todo o mundo para esconderem pedaços de papel nos locais mais inóspitos. E o que tinham esses manuscritos? Conhecimento: histórico, arqueológico, hermético, simbólico... seria afinal o Tesouro Templário o conhecimento que deles herdámos? Será que não existe nenhum ouro, nem pedras preciosas... pois é, a Sombra do Templário faz pensar e muito transmitindo numa escrita fluída e empolgante a mensagem da tolerância, da amizade e do agradecimento, que se opõem ao ódio, à loucura e à crueldade... as usual... tão usual que até já sabemos tudo de cor!