31 maio 2013

O Postal

Ficarmos adoentados - seja na alma seja no corpo - tem a vantagem de me reconduzir às leituras. Não às leituras técnicas e obrigatórias sobre comunicação, cultura e afins, mas às leituras que me relembram a importância das histórias e do imaginário na minha vida.

E é porque procuro histórias que alimentava uma grande curiosidade em relação a Philip Roth, autor norte-americano vastamente publicado e com milhões de livros vendidos por todo o mundo. Talvez não tenha pegado num best-seller, contudo peguei n' O animal moribundo que em tudo me apresentava o ser humano neste século em plena infância.

Philip Roth é cru na forma como se auto retrata e como fala do homem, dos seus sentimentos, pensamentos e relações. É obsceno - a roçar o nojento - elevando o sexo e a sua animalidade a um patamar que não me agrada, que esvazia o imaginário e me faz lamentar ter querido lê-lo.

Não obstante, com Philip Roth veio outra história, daquelas que só acontecem quando se compram livros em alfarrabistas. Por entre as folhas um postal - daqueles postal free que se encontram em locais comerciais e que normalmente anunciam eventos - singelas palavras escritas a roxo "não resisto à velha tendência de te deixar na caixa do correio um mimo pascal bjs doces" e uma minhoca (suposta assinatura). E a partir deste postal as perguntas para um enredo, as dúvidas quanto à relação da história de Repesh (protagonista) e a história da autora da minhoca (só uma mulher manda bjs doces) e do destinatário do postal.


Sem comentários: