23 dezembro 2008

whale rider (2002)



Baseado no romance de Witi Ihimaera, Whale Rider conta a história de Paikea, uma jovem Maori (tribo neozelandesa). As gentes dos Whangara anseiam por um líder que lhes devolva a idade de ouro perdida nos vícios da modernidade. Mas os jovens estão mais interessados em nada fazer e abandonarem-se aos vícios do alcool e da droga.

Koro, o avô de Paikea, decide revitalizar os «ancient ways» ensinando aos jovens as tradições do povo, na esperança de encontrar o líder desejado. Contudo, Koro deseja que esse líder seja um homem e menospreza a neta, cujo feitio impulsivo, determinado e inteligente, não chega para o convencer que o passado poderá ter futuro na voz de uma mulher.

Paikea adora o avô e chega a compreender a discriminação e rejeição do mesmo, no entanto, aprende também na voz da natureza que terá de o enfrentar para poder cumprir o seu destino.

Realizado por Niki Caro, protagonizado pelos (quase) desconhecidos: premiada e nomeada Keisha Castle-Hughes (a Queen Naboo do 3º episódio do Star Wars), Rawiri Paratene, Vicky Haughton, Cliff Curtis, Grant Roa.

um filme enternecedor que nos mostra a importância: da manutenção das tradições de forma não dogmática, da necessidade de tenacidade quando buscamos o nosso destino, da determinação como lição de vida e felicidade.

Nota mais para o ensinamento da Haka e explicação das expressões visuais dos guerreiros. Um hino à tradição, reinventada pela modernidade. E mais: a demonstração que filmes não americanos têm grande qualidade! Viva a cultura dos povos!

11 dezembro 2008

Lay Down

Speechless, but the answers in my mouth
Breathless, the emotions seeping out
Beyond my control
You spoke to my silence, and asked
Why so cold?

You ask for peace, I give you war
While you let go, I hold too tightly
I take my aim, you hit the floor,
I'm not ready to,
Lay down my arms

Cracking, my defences breaking down
The unravelling, of a rope I put around me
You wont take no for an answer

I didn't know I was missing out, 'til you lost and I, I won
You made me realise my incompleteness alone
Can no longer live by candlelight
When you show me the sun

04 dezembro 2008

Dark Night


Foi anunciado no passado dia 26 de Novembro, a morte do Homem Morcego. A notícia do Nuno Aguiar no Público refere que Batman morre ao fim de 70 anos. Contudo, a dúvida e o suspense mantém-se à semelhança do que acontece com o último filme da saga realizado por Christopher Nolan.

O filme co-protagonizado por Christian Bale e Heath Ledger, tornou-se célebre na fase de pós-produção devido morte «acidental» deste último.

O filme é denso, as personagens complexas e contraditórias, podendo, por isso, ser encaradas como aborrecidas, inconvenientes.

Bruce Wayne é um homem complexo, constantemente torturado pelas consequências de suas acções. Lamenta ter despertado o surgimento de “justiceiros/vigilantes”, assim como, de vilões como o Joker. Wayne deseja desesperadamente encontrar uma solução que lhe permita abandonar a máscara e viver uma existência normal. Consequentemente, as suas esperanças em Harvey Dent soam tocantes por denunciarem a sua fragilidade emocional. O Cavaleiro das Trevas está cansado e nunca antes o herói foi tão cobrado física, emocional e psicologicamente – e Christian Bale encarna este cansaço (e também a determinação resultante) de maneira impecável.


Enriquecido também por um elenco secundário extremamente coeso, O Cavaleiro das Trevas emprega cada personagem com um propósito específico: Alfred representa o calor humano tão importante para manter Bruce Wayne ligado ao mundo real; o tenente Gordon funciona como um aliado estratégico fundamental e a crença remanescente nas Instituições; Lucius Fox oferece ao espectador a impressão de que todas aquelas bugigangas são plausíveis; e Rachel Dawe encarna a esperança de Wayne num futuro melhor. Finalmente, ao Harvey Dent representado de maneira trágica por Aaron Eckhart, que retrata com intensidade a instabilidade crescente de um homem que, mesmo determinado a fazer o que é certo, sente cada vez mais o peso da pressão exercida pelos oponentes – e é justamente por acreditarmos naquele homem que a sua trajectória se torna tão dolorosamente trágica.



O dilema incessante entre o herói que merecemos e o herói de que precisamos, encarnando desta forma a imperfeição da vida, tão pouco coincidente com a dos heróis-deuses, com a demanda da perfeição para a recompensa final. Batman é um herói humano, que abdicou de si em prol dos outros percebendo que para os ajudar deveria pecar. O anjo caído no pecado de matar e ferir outro ser humano perde-se, então, no dilema de também ser um criminoso perseguido, persona non grata, porque moralmente incorrecta. Fará Batman o bem ao eliminar os criminosos? Serão os meios utilizados os mais correctos? Quem avalia? Quem condena? Quem absolve?

No filme, o Dark Knight perde-se na noite, assumindo que deve ser perseguido para deixar de ser um modelo social, pois é moral e eticamente incorrecto. Na banda desenhada, os criadores foram mais radicais: R.I.P. Batman, o descanso merecido do herói cansado, que no entanto é o herói mais conforme com a sociedade actual: amoral e pouco ética, em que os fins justificam os meios.


Notícia do Público:
Chega hoje às bancas aquele que é provavelmente o fim do “Cavaleiro das Trevas” tal qual o conhecemos. Grant Morrison, o actual argumentista da série de comic books, já afirmou que será o “fim de Bruce Wayne como Batman.”

O desenlace da história poderá ser visto no mais recente número da série - "R.I.P. Batman". Um dos maiores mistérios é quem será o responsável pelo seu desaparecimento. Como seria de esperar, os rumores na Internet encarregaram-se de criar os mais diversos cenários e até apostas. No site de apostas Paddy Power, quem apostar dez dólares em como é o mordomo a matar Bruce Wayne, no final do dia ganhará 660. As hipóteses consideradas mais prováveis são as de Batman se retirar sem ferimentos e o vilão Black Glove assassiná-lo.

“O que estou a planear é um destino pior que a morte, coisas que ninguém esperaria que acontecessem a estes tipos”, afirmou Grant Morrison, em entrevista à "Comic Book Resources".

A primeira aparição de Batman foi em 1939, no número 27 de “Detective Comics”, publicado pela DC Comics. Batman, é o alter-ego de Bruce Wayne, um empresário bilionário de Gotham City que se mascara durante a noite para combater o crime na cidade. Ao contrário da maioria dos super-heróis, não tem qualquer poder sobre-humano, nem utiliza armas de fogo, refugiando-se na sua imagética simbólica de morcego para atemorizar os vilões.

Esta não é a primeira vez que um super-herói morre. No ano passado, o Capitão América foi atingido mortalmente por um atirador furtivo, e já em 1992, o Super-Homem foi morto por Doomsday, naquele que se tornou o número mais vendido de sempre da série. O “Homem de Aço” viria a ressuscitar dos mortos, constituindo-se agora na bolsa de apostas como a hipótese menos provável, mas também a mais rentável, para matar Batman, numa relação de 1-150.

Este volte face na história do “Cavaleiro das Trevas” vai obrigar a encontrar um substituto, cujo nome Morrison se recusou a revelar. Contudo, as personagens Tim Drake (actual Robin) e Dick Grayson (antigo Robin) são duas das hipóteses mais avançadas.