23 maio 2011

Conviction (2010)




uff... estou a recuperar o fôlego!
Imaginem 2 crianças, 2 de 9, de uma mãe promíscua, que se ausenta de casa de manhã até tarde na noite. Essas duas crianças são Kenny e Betty Anne. Ele mais velho e atrevido, ela forte e determinada. Imaginem o amor que une estes dois irmãos que se habituaram a contar apenas um com o outro. Imaginem a dor que os leva a fugir, para não serem separados em lares de acolhimento.

Estes 2 cresceram. Kenny continuou a aprontar, nunca conseguiu encontrar o amor, tem um gosto terrível por mulheres, normalmente viciadas em álcool, em droga, em sexo. Mete-se em rixas, é preso...

Betty Anne encontra o amor, tem 2 filhos, um emprego num bar... venera o irmão a quem tudo perdoa.

Um dia Kenny é acusado de homícidio em 1º grau, agravado com crueldade e violência extrema e assalto à mão armada. As ex-mulheres acusam-no em tribunal, as provas parecem irrefutáveis. Kenny é preso para a vida. Estávamos em 1983.

Mas Kenny tem uma irmã: Betty Anne que não acredita na sua culpa. Contra tudo, Betty Anne tira o curso superior de direito, é abandonada pelo marido, pelos filhos... encontra uma amiga, Abra. E juntas aliam-se ao Projecto Inocência e passados 16 anos de luta, de resiliência... Betty Anne prova a inocência de Kenny.

Apresentado como uma extraordinária jornada sobre o quão longe vamos pela nossa família, Conviction é um filme intenso, de um amor genuíno, de uma força "sobrenatural", de uma fé inabalável no outro. Baseado em factos verídicos, daqueles que nos fazem pensar no quanto faríamos se tivessemos de passar pelo mesmo, e no quão extraordinário deve ser termos uma "Betty Anne" na nossa vida!

Com a Hilary Swank (a mesma de Boys don't cry e Million Dollars Baby e muito longe - felizmente - da de PS I love you ou Reaping), Sam Rockwell, Minnie Driver, Peter Gallagher, Melissa Leo, Juliette Lewis.

15 maio 2011

The other woman (2009)

... ou Love and Other Impossible Pursuits.

É mais um filme com uma brilhante interpretação de Natalie Portman (alguém dizia que 2010 foi o grande ano desta actriz, eu confesso que não conheço nenhum trabalho que não seja "grande", em vários anos).

Em The Other Woman, Portman encarna Emília, a madrasta de William (Charlie Tahan), uma criança de 9 anos, mimada por uma mãe "psicótica" e protectora (Lisa Kudrow) e por um pai marcado por uma infelicidade e por um encerramento defensivo em si.

Jack, o pai, apaixona-se pela colega de trabalho Emília, enquanto procura compreender uma mulher intolerante e controladora, e quando Emília engravida decide-se pelo divórcio. Contudo, a bebé recém-nascida, Isabel, morre subitamente conduzindo Emília a um beco de infelicidade e culpa. Emília procura ultrapassar sozinha a dor, descarregando a sua infelicidade na culpabilização de quem mais ama. Neste jogo, aproxima-se e afasta-se de William, deixando-o confuso, revoltado e infeliz.

Um filme dramático, com momentos de inocência / crueldade infantil que despertam para as evidências dos jogos mentais que todos nós usamos para nos fazermos notar, para nos inocentar, mas acima de tudo para justificarmos a nossa "maravilhosa" imperfeição.


10 maio 2011

the way back (2010)

Com Jim Sturgess e o grande Ed Harris, "The way back" conta a história de sete fugitivos de um Gulag na Sibéria e de uma jovem (Saoirse Ronan) que se junta aos mesmos quando tentam sair da Rússia em direcção à Mongólia. Contudo, uma vez fora da Rússia percebem que o comunismo já se expandiram e decidem continuar até à Índia em busca de liberdade.
O caminho é de privação, de comida e de água, e apesar da entreajuda e solidariedade dos fugitivos, nem todos conseguem chegar ao destino final.

Um filme comovente, onde a liberdade é o valor almejado, e se é verdade que o interesse pessoal se poderia sobrepor, o que este filme mostra é o esforço de um grupo de homens e uma mulher que não olha a esforços para amenizar o sacrifício do outro.

Um filme que desarma, uma mensagem que sensibiliza.