Filme europeu realizado por Radu Mihaileanu, A fonte das mulheres retrata uma aldeia árabe assolada pela seca e onde, por tradição, as mulheres vão buscar água a uma fonte num monte, por um caminho inóspito, onde muitas grávidas acabam por perder os filhos em quedas.
Mas a tradição surgira quando os homens combatiam na guerra ou percorriam distâncias em busca de alimento. Nos dias de hoje passam o dia sentados, no café a beber chá e a conversar, enquanto as mulheres cuidam dos filhos, das casas, vão buscar água, lenha, enfim, asseguram o alimento e cuidam da família.
Tudo muda quando Leila, uma recém-casada "estrangeira", das poucas que casara por amor com Sami, o professor da aldeia, propõe às mulheres que façam greve de sexo, reivindicando que os homens devem de ir buscar a água, libertando assim as mulheres dessa dura e perigosa tarefa.
Contudo, o protesto agudiza-se e assistimos ao longo do filme a autênticas sessões de tortura a que as mulheres são sujeitas, apenas e só porque existem homens que não querem perder, por um lado, o seu ascendente sobre as mulheres, e por outro, a sua vida ociosa.
Um filme onde as diferenças de sexo e a luta pela igualdade se fazem com recurso ao amor, com uma banda sonora fenomenal e claro interpretações notáveis de atores pouco conhecidos no mundo ocidental.
quem nada tem nada pode perder, mas quem arrisca pode ganhar tudo... 'sem a loucura que é o homem mais que a besta sadia, cadáver adiado que procria?' [Fernando Pessoa, D. Sebastião]
27 dezembro 2012
27 novembro 2012
Scandal (2012)
Ela está de volta! Calma, estou a falar de Shonda Rhymes, alguém que em Portugal pouca gente conhece, porque não se dá cara a quem anda nos bastidores. Pois é, esta senhora é só a Criadora de Grey's Anatomy. Para os mais distraídos, uma das minhas séries favoritas ao fim de um dia de trabalho em que tudo o que me apetece é afundar-me no sofá e deixar de pensar na minha vida e bisbilhotar os dramas dos outros, daqueles a quem tudo pode acontecer, por trás do meu televisor.
Pois é, ao fim de 9 temporadas (não ainda não me fartei dos dramas de Seatle Grace) mas eis que surgem novos dramas, novos protagonistas e mais problemas para resolver. Desta vez não estão no cérebro, nem nos intestinos, nem têm a forma de carcinoma, acidente de carro ou de avião, mas de escândalos, daqueles que geram crises e que precisam de PR - Relações Públicas... pois é. A Shonda resolveu promover a imagem já de si pouco abonatória das relações públicas e mostrá-las como a profissão que resolve crises antes mesmo delas serem crises... se alguém tem dúvidas do poder de Olivia Pope, faça o favor de ver a série. Eu continuo a amar a criadora e as suas ideias... preferia que tivesse escolhido outra profissão para denegrir. Pelo menos ficou com os Estados Unidos e a sua alergia a relações extra-conjugais dos Presidentes e candidatos... como se fosse isso que realmente afectasse o desempenho dos ditos...
Pois é, ao fim de 9 temporadas (não ainda não me fartei dos dramas de Seatle Grace) mas eis que surgem novos dramas, novos protagonistas e mais problemas para resolver. Desta vez não estão no cérebro, nem nos intestinos, nem têm a forma de carcinoma, acidente de carro ou de avião, mas de escândalos, daqueles que geram crises e que precisam de PR - Relações Públicas... pois é. A Shonda resolveu promover a imagem já de si pouco abonatória das relações públicas e mostrá-las como a profissão que resolve crises antes mesmo delas serem crises... se alguém tem dúvidas do poder de Olivia Pope, faça o favor de ver a série. Eu continuo a amar a criadora e as suas ideias... preferia que tivesse escolhido outra profissão para denegrir. Pelo menos ficou com os Estados Unidos e a sua alergia a relações extra-conjugais dos Presidentes e candidatos... como se fosse isso que realmente afectasse o desempenho dos ditos...
07 novembro 2012
Paula Fernandes
Em adolescente amava música sertaneja e MPB. A sertaneja entrava pela ecrã com o alto patrocínio das telenovelas da Globo e rapidamente se tornava banda sonora de amores inventados, nunca vividos, mas logo assumidos como tragédia greco-romana desaguada em praias brasileiras.
Eis contudo que bem recentemente conheço Paula Fernandes - não por causa dos tops que mais tarde vim a descobrir estão cheios de Paula Fernandes - mas por causa de uma amiga de adolescência que me apresentou um tema que me viciou: Não Precisa.
A partir daí começou a senda da descoberta:
De Pássaro de Fogo (2009) destaco o tema que dá nome ao CD: Pássaro de Fogo, um auto-retato de mulher de luta, de "Minha alma viajante, coração independente", que recusa andar em Contramão, porque "Foi você quem errou o caminho, E andou na minha contramão, Eu só queria um vento norte, Pra te guiar na direção do meu coração".
A música sertaneja lembra-nos que "Que sem amor, sem ilusão, A minha vida é em vão, Isso é morrer" mas ao mesmo tempo que "Tá complicado esquecer teu sorriso, O sentimento, a paixão que ficou, Serão pra sempre os mesmos encantos" e ao mesmo tempo dá-nos força para bater com a porta e assertivamente resolver que "no momento eu desejo outro amor" (Cuidar mais de mim). De preferência um amor que nos faça ser tudo: Sou teu ego, tua alma / Sou teu céu, o teu inferno, a tua calma / Eu sou teu tudo, sou teu nada / Sou apenas a tua amada / Eu sou teu mundo, sou teu poder / Sou tua vida, sou meu eu em você (Meu eu em você). Porque Eu sem Você "Tô feito mato, desejando a chuva / Madrugada fria, esperando o sol" e torno-me Céu Vermelho, "peço o teu perdão, o teu colinho / pra que a gente possa então recomeçar".
Mas é do CD Meus Encantos (2012) aprece a minha favorita Além da Vida:
Um sentimento vai
Além da vida pra dizer
Que nunca é tarde pra tentar
Um grande amor então viver
Já fui ferido
Também chorei, posso entender
Mas esse amor além da vida
Vamos viver
Eu já fui teu sol, fui teu luar
Dei tudo de mim pra te convencer
De que eu sou o amor e parte de mim
Pertence a você
Mil vidas de amor pra continuar
Tentar ser feliz sem fazer sofrer
De volta ao que eu sou, eu renasci
Pra te merecer
Eis contudo que bem recentemente conheço Paula Fernandes - não por causa dos tops que mais tarde vim a descobrir estão cheios de Paula Fernandes - mas por causa de uma amiga de adolescência que me apresentou um tema que me viciou: Não Precisa.
A partir daí começou a senda da descoberta:
De Pássaro de Fogo (2009) destaco o tema que dá nome ao CD: Pássaro de Fogo, um auto-retato de mulher de luta, de "Minha alma viajante, coração independente", que recusa andar em Contramão, porque "Foi você quem errou o caminho, E andou na minha contramão, Eu só queria um vento norte, Pra te guiar na direção do meu coração".
A música sertaneja lembra-nos que "Que sem amor, sem ilusão, A minha vida é em vão, Isso é morrer" mas ao mesmo tempo que "Tá complicado esquecer teu sorriso, O sentimento, a paixão que ficou, Serão pra sempre os mesmos encantos" e ao mesmo tempo dá-nos força para bater com a porta e assertivamente resolver que "no momento eu desejo outro amor" (Cuidar mais de mim). De preferência um amor que nos faça ser tudo: Sou teu ego, tua alma / Sou teu céu, o teu inferno, a tua calma / Eu sou teu tudo, sou teu nada / Sou apenas a tua amada / Eu sou teu mundo, sou teu poder / Sou tua vida, sou meu eu em você (Meu eu em você). Porque Eu sem Você "Tô feito mato, desejando a chuva / Madrugada fria, esperando o sol" e torno-me Céu Vermelho, "peço o teu perdão, o teu colinho / pra que a gente possa então recomeçar".
Mas é do CD Meus Encantos (2012) aprece a minha favorita Além da Vida:
Um sentimento vai
Além da vida pra dizer
Que nunca é tarde pra tentar
Um grande amor então viver
Já fui ferido
Também chorei, posso entender
Mas esse amor além da vida
Vamos viver
Eu já fui teu sol, fui teu luar
Dei tudo de mim pra te convencer
De que eu sou o amor e parte de mim
Pertence a você
Mil vidas de amor pra continuar
Tentar ser feliz sem fazer sofrer
De volta ao que eu sou, eu renasci
Pra te merecer
27 outubro 2012
Passeio por El Prado
De vésperas decidi que teria de visitar alguns ex libris dos que aparecem nos Top 10 de Madrid e claro o Museu do Prado encabeçava essa lista. Existem guias e recomendações e críticas e... - sei lá mais o quê - que definem quais as obras must see, mas nunca fui muito de establishment e em termos de pintura a Mona Lisa e tudo o que sejam retratos passam-me totalmente ao lado (portanto desculpa lá oh Caballero "obra-emprestada" pelo Metropolitan Museum of Art de New York do Velàzquez mas nem te veria se não me tivessem oferecido um flyer).
Mas do Velàzquez amo a Coroação da Virgem (1635) e o Cristo Cruxificado (1632).
Coroação da Virgem, por Velazquez |
Cristo Crucificado, por Velazquez |
E já agora do grande El Greco inspirador dos surrealistas destaco: Trindade; Baptismo; Coroação; Sudário; Pentecostes; e claro...
Cristo a carregar a Cruz (1602), por El Greco |
Curiosamente, algumas maravilhas que me captaram o olhar são mesmo recomendadas, tais como:
Anunciação (séc. xv, versão do Museu do Prado), de Fra Angelico - Postal de Natal em algumas ocasiões - |
The Dead Christ Supported by an Angel (1475-78), por Antonello de Messina |
The Descent from the Cross (1435), Rogier van der Weyden |
Table of the Mortal Sins (séc. xv) El Bosco |
Verdadeiramente impressionada fiquei com as obras (para mim desconhecidas, apesar de em alguns casos, já ter ouvido falar nos seus autores):
La Caridad Romana (1851, mármore), Antonio Sola |
Triumph of death (1562), by Pieter Brueghel the Elder |
Talvez a obra mais conhecida deste pintor. Não sei se pelo momento que vivemos, só agora reparei na mesma e a sensação foi avassaladora. E não me chocam apenas os corpos caídos, os animais famélicos... chocam-me sim os esqueletos vivos que tocam instrumentos musicais, que fazem a festa na ilusão de estarem vivos, quando não são mais do que cadáveres adiados.
Three Ages of Man and Death (1510), por Hans Baldung Grien |
Continuando na morte... um trabalho a que é impossível ficar indiferente.
Dedicada a Goya estava a exposição das suas Pinturas Negras (devido ao pigmento predominante, mas também aos temas retratados). Da mesma, faziam parte Colossus, Saturno a Devorar o filho (1819-1823) e Witches Sabbath (The Great He-Goat) (1819-1823).
Colossus, por Goya Y Lucientes |
Conheci igualmente novos nomes com trabalhos notáveis, como o retábulo de Mabuse, a Última Ceia e as obras dedicadas ao martírio de Santo Estêvão (primeiro mártir cristão) de Juan de Juanes, a Anunciação de Juan Correa de Vivar; e a Santíssima Trindade de José de Ribera.
Christ between the Virgin Mary and Saint John the Baptist (1510-15), por Jan Mabuse |
Última Ceia (1562), por Juan de Juanes |
The Annunciation (1559), por Juan Correa de Vivar |
The Holy Trinity (1635), de José de Ribera |
Destaco ainda: São Sebastião de Guido Reni; Santa Veronica de Bernardo Strozzi; o São Francisco confortado por um anjo de Francisco Ribalta; e o estilo de Giambattista Tiepolo.
Claro que a temática religiosa é dominante na arte presente no Museu do Prado, ou não fosse a colecção oriunda de palácios fruto das ofertas e aquisições de reis e nobres coleccionadores. O esbanjamento de outrora permite encher museus e galerias; o de hoje em dia enche garagens ou desaparece no espectro, tal a futilidade dos consumos.
Curiosidade (isto é uma pintura de quadro tradicional e o tampo de uma mesa de apoio) as colagens pós-modernas devem ter começado com este senhor Charles-Joseph Flipart (1721-1797).
Mesa revuelta con pinturas, zanfonía, libros y otros objetos de trampantojo (1779), por Charles-Joseph Flipart |
13 outubro 2012
És tu o meu chão
Largaram-me a mil metros do chão
Reparo o sol que se afasta no ar
Rasgo caminho onde o vento dormia
Adormeço sentidos no meu furacão
Enquanto sol anuncia o dia
Sinto o meu corpo, desamparado, deslizar...
Reparo o sol que se afasta no ar
Rasgo caminho onde o vento dormia
Adormeço sentidos no meu furacão
Enquanto sol anuncia o dia
Sinto o meu corpo, desamparado, deslizar...
Perdi-te do lado errado do coração
Eras tu o meu chão...
Eras tu o meu chão...
(...)
Não sei ao que chamam lados do coração
Mas és tu o meu chão...
És tu o meu chão...
Mas és tu o meu chão...
És tu o meu chão...
(...)
Afinal...
Quebramos os dois afinal.
Quebramos os dois...
Quebramos os dois afinal.
Quebramos os dois...
Desviando os olhos por sentir a verdade,
Juravas a certeza da mentira,
Mas sem queimar de mais,
Sem querer extingir o que já se sabia.
Juravas a certeza da mentira,
Mas sem queimar de mais,
Sem querer extingir o que já se sabia.
Eu fugia do toque como do cheiro,
Por saber que era o fim da roupa vestida,
Que inventara no meio do escuro onde estava,
Por ver o desespero na cor que trazias.
Por saber que era o fim da roupa vestida,
Que inventara no meio do escuro onde estava,
Por ver o desespero na cor que trazias.
Afinal...
Quebramos os dois afinal,
Quebramos os dois afinal,
Quebramos os dois afinal,
Quebramos os dois...
Quebramos os dois afinal,
Quebramos os dois afinal,
Quebramos os dois afinal,
Quebramos os dois...
Era eu a despir-te do que era pequeno,
Tu a puxares-me para um lado mais perto,
Onde se contam histórias que nos atam,
Ao silêncio dos lábios que nos mata.
Tu a puxares-me para um lado mais perto,
Onde se contam histórias que nos atam,
Ao silêncio dos lábios que nos mata.
Eras tu a ficar por não saberes partir,
E eu a rezar para que desaparecesses,
Era eu a rezar para que ficasses,
Tu a ficares enquanto saías.
E eu a rezar para que desaparecesses,
Era eu a rezar para que ficasses,
Tu a ficares enquanto saías.
Não nos tocamos enquanto saías,
Não nos tocamos enquanto saímos,
Não nos tocamos e vamos fugindo,
Porque quebramos como crianças.
Não nos tocamos enquanto saímos,
Não nos tocamos e vamos fugindo,
Porque quebramos como crianças.
Afinal...
Quebramos os dois afinal,
Quebramos os dois afinal,
Quebramos os dois...
Quebramos os dois afinal,
Quebramos os dois...
É quase pecado que se deixa.
Quase pecado que se ignora.
Quase pecado que se ignora.
Viverei mil e um anos, e mais de mil vidas e não compreenderei os seres humanos.
Serei eu a viver ou a passar pela vida, sem nunca saber o que sou, o que somos, o que queremos ser e o que conseguimos ser. serei apenas um perdido por entre certezas de verdades, e medos de mentiras que se evitam nos olhares e nos pensamentos, que são no imaginário e na vontade, nas orações dos dias que vão passando e em que vamos passando ao largo, com o pensamento um no outro, mas sozinhos, encerrados na concha do egoísmo, do para mim... sem ti... sem nos tocarmos... fugindo
Serei eu a viver ou a passar pela vida, sem nunca saber o que sou, o que somos, o que queremos ser e o que conseguimos ser. serei apenas um perdido por entre certezas de verdades, e medos de mentiras que se evitam nos olhares e nos pensamentos, que são no imaginário e na vontade, nas orações dos dias que vão passando e em que vamos passando ao largo, com o pensamento um no outro, mas sozinhos, encerrados na concha do egoísmo, do para mim... sem ti... sem nos tocarmos... fugindo
08 agosto 2012
The Best Exotic Marigold Hotel (2011)
Talvez o filme que mais bem disposta me deixou nos últimos tempos. Não só porque a minha escolha tem recaído em filmes dramáticos (In the Land of Blood and Honey) ou de efeitos especiais (The Wrath of the Titans II), mas também pela falta de originalidade que grassa na 7ª arte.
The Best Exotic Marigold Hotel conta uma história sobre envelhecimento e sobre o começar de novo, num país desconhecido: a Índia. Realizado por John Madden, com brilhantes interpretações de Judi Dench, Maggie Smith e Dev Patel.
O filme conta a história de um grupo de reformados: o casal Ainslie, na falência devido à ajuda prestada à filha, enquanto Jean mantém uma atitude negativa e cria mau ambiente social, Douglas descobre uma nova vida num novo país explorando a novidade; Norman um solitário em busca de uma última aventura amorosa, de uma última subida à montanha; Graham um juiz homossexual preso a um amor de adolescência vivido na Índia e que procura reencontrar; Muriel housekeeper compulsivamente reformada e que parte para a Índia para ser operada ao fémur e que apesar das múltiplas resistências iniciais acaba por ser a heroína que salva o hotel; Madge uma viúva alegre que procura um último marido e Evelyn viúva em busca de um recomeço de vida visto sentir-se completamente enganada com a vida levada por um marido que descobre não ter conhecido.
Todos embarcam para a Índia para se alojarem no Best Exotic Marigold Hotel sob a promessa de serem tratados como autênticos marajas. À chegada percebem que o hotel não é nenhum palácio e Sonny, o seu anfitrião, não passa de um jovem sonhador lunático.
Um filme que retrata o envelhecimento e as formas de o encarar. Uma oportunidade ou uma condenação... para os protagonistas - para alguns - uma nova vida, no desconhecido, naquele lugar onde não se carrega bagagem.
Um filme humano, pintado nas cores de Jaipur, com paisagens magníficas e gente simples. Gentes que acreditam que no fim tudo fica bem; se não está bem é porque ainda não é o fim.
The Best Exotic Marigold Hotel conta uma história sobre envelhecimento e sobre o começar de novo, num país desconhecido: a Índia. Realizado por John Madden, com brilhantes interpretações de Judi Dench, Maggie Smith e Dev Patel.
O filme conta a história de um grupo de reformados: o casal Ainslie, na falência devido à ajuda prestada à filha, enquanto Jean mantém uma atitude negativa e cria mau ambiente social, Douglas descobre uma nova vida num novo país explorando a novidade; Norman um solitário em busca de uma última aventura amorosa, de uma última subida à montanha; Graham um juiz homossexual preso a um amor de adolescência vivido na Índia e que procura reencontrar; Muriel housekeeper compulsivamente reformada e que parte para a Índia para ser operada ao fémur e que apesar das múltiplas resistências iniciais acaba por ser a heroína que salva o hotel; Madge uma viúva alegre que procura um último marido e Evelyn viúva em busca de um recomeço de vida visto sentir-se completamente enganada com a vida levada por um marido que descobre não ter conhecido.
Todos embarcam para a Índia para se alojarem no Best Exotic Marigold Hotel sob a promessa de serem tratados como autênticos marajas. À chegada percebem que o hotel não é nenhum palácio e Sonny, o seu anfitrião, não passa de um jovem sonhador lunático.
Um filme que retrata o envelhecimento e as formas de o encarar. Uma oportunidade ou uma condenação... para os protagonistas - para alguns - uma nova vida, no desconhecido, naquele lugar onde não se carrega bagagem.
Um filme humano, pintado nas cores de Jaipur, com paisagens magníficas e gente simples. Gentes que acreditam que no fim tudo fica bem; se não está bem é porque ainda não é o fim.
06 agosto 2012
In the Land of Blood and Honey
A crítica é cruel com o primeiro filme realizado por Angelina Jolie. In the Land of Blood and Honey é retratado como mais um filme sobre as consequências sociais da guerra, mas caracterizado por imobilidade, falta de rigor no retrato da guerra (especialmente em termos de uniformes, insígnias, armamento, veículos e cenários) e falta de linha de acção. Como se um filme sobre o problema das violações das mulheres em tempo de guerra necessitasse de tal coisa. O certo é que este filme é cru, seco, sem grande estética visual, como se as atrocidades da guerra dos Balcãs estivessem a acontecer no nosso dia-a-dia, como aconteceram, perante a indiferença do resto do mundo.
O certo é que o desempenho dos actores não é convincente. A expressão do filme é dúbia, tal como a situação vivida por Alja e Danjiel. Mas o que me interessou foi ver a história de tantas jovens do Cenácolo e da Aldeia das Mães (entre outras instituições que visito em Medjugorje) contada através de um filme, mediatizada... só é pena, não ir além de críticas medíocres, pois mais pessoas deveriam conhecer estas histórias para perceberem como são ridículos os seus queixumes existenciais.
O certo é que o desempenho dos actores não é convincente. A expressão do filme é dúbia, tal como a situação vivida por Alja e Danjiel. Mas o que me interessou foi ver a história de tantas jovens do Cenácolo e da Aldeia das Mães (entre outras instituições que visito em Medjugorje) contada através de um filme, mediatizada... só é pena, não ir além de críticas medíocres, pois mais pessoas deveriam conhecer estas histórias para perceberem como são ridículos os seus queixumes existenciais.
04 agosto 2012
Maya Angelou
Still I rise
You may
write me down in history
With your
bitter, twisted lies,
You may
trod me in the very dirt
But still,
like dust, I'll rise.
Does my
sassiness upset you?
Why are you
beset with gloom?
'Cause I
walk like I've got oil wells
Pumping in
my living room.
Just like
moons and like suns,
With the
certainty of tides,
Just like
hopes springing high,
Still I'll
rise.
Did you
want to see me broken?
Bowed head
and lowered eyes?
Shoulders
falling down like teardrops.
Weakened by
my soulful cries.
Does my
haughtiness offend you?
Don't you
take it awful hard
'Cause I
laugh like I've got gold mines
Diggin' in
my own back yard.
You may
shoot me with your words,
You may cut
me with your eyes,
You may
kill me with your hatefulness,
But still,
like air, I'll rise.
Does my
sexiness upset you?
Does it
come as a surprise
That I
dance like I've got diamonds
At the
meeting of my thighs?
Out of the
huts of history's shame
I rise
Up from a
past that's rooted in pain
I rise
I'm a black
ocean, leaping and wide,
Welling and
swelling I bear in the tide.
Leaving
behind nights of terror and fear
I rise
Into a
daybreak that's wondrously clear
I rise
Bringing
the gifts that my ancestors gave,
I am the
dream and the hope of the slave.
I rise
I rise
I rise.
Alone
Lying, thinking
Last night
How to find my soul a home
Where water is not thirsty
And bread loaf is not stone
I came up with one thing
And I don't believe I'm wrong
That nobody,
But nobody
Can make it out here alone.
Alone, all alone
Nobody, but nobody
Can make it out here alone.
There are some millionaires
With money they can't use
Their wives run round like banshees
Their children sing the blues
They've got expensive doctors
To cure their hearts of stone.
But nobody
No, nobody
Can make it out here alone.
Alone, all alone
Nobody, but nobody
Can make it out here alone.
Now if you listen closely
I'll tell you what I know
Storm clouds are gathering
The wind is gonna blow
The race of man is suffering
And I can hear the moan,
'Cause nobody,
But nobody
Can make it out here alone.
Alone, all alone
Nobody, but nobody
Can make it out here alone.
The Lesson
I keep on
dying again.
Veins
collapse, opening like the
Small fists
of sleeping
Children.
Memory of
old tombs,
Rotting
flesh and worms do
Not
convince me against
The
challenge. The years
And cold
defeat live deep in
Lines along
my face.
They dull
my eyes, yet
I keep on
dying,
21 julho 2012
52ºC
quando se sobrevive a 52ºC em pleno Deserto da Judeia reavaliamos a importância da coragem e da vontade no nosso quotidiano.
quantas vezes o "não consigo" nos impede de ir mais além?
quantas vezes o "não sei" esconde apenas o medo?
quantas vezes o "não posso" representa o apego à nossa rotina?
sobreviver ao deserto foi uma prova e uma lição, especialmente tendo em conta que durante 10 dias o alimento foi reduzido a pão, água, omari, papas de aveia, arroz, beterraba e cenouras cozidas.
E se o corpo sobreviveu, o espírito renasceu na alegria da partilha, do conhecimento e da vivência histórica.
09 julho 2012
Gabriel
Quando li Cem Anos de Solidão não percebi muito do que acontecia com aquela família Buendia, mas percebi muito do que ía na imaginação daquele autor com tanto para dizer e que usava as personagens para simplesmente contar as suas histórias: várias histórias que pululavam nos seus sonhos, na sua vida em busca de um rumo ou do caminho para subir aquela montanha.
Nem sabia que aquele autor era prémio Nobel, nem o que isso significava. Estava apaixonada por aquele livro, o primeiro com quase 5 centenas de páginas que li vorazmente sobre um sentimento que me atormentava (pensava eu). Quando cheguei ao fim, não percebi o título e durante muito tempo não o percebi. Não encontrei a tal solidão, nem percebi como uma família tão extensa poderia sentir tal coisa (tão iluminado esta meu cérebro!).
Mais tarde conheci o autor: os prémios, a vida, a obra... contudo não passei das páginas iniciais de memórias das minhas tristes putas ou de uma adaptação cinematográfica de amor em tempo de cólera.
Mas nunca mais encontrei o Gabo, como é carinhosamente chamado. Talvez porque os bons livros são assim mesmo: nada os substitui. Mas eis que agora corre mundo a notícia que o Gabo parou de escrever, a memória atraiçoa-o.
Para mim encontrou a solidão nas suas histórias e agora pode dedicar-se a explicá-la em palavras curtas, em lições simples... porque não são necessárias páginas em barda para nos pôr a pensar, especialmente, quando tudo ficou demasiado efémero.
Nem sabia que aquele autor era prémio Nobel, nem o que isso significava. Estava apaixonada por aquele livro, o primeiro com quase 5 centenas de páginas que li vorazmente sobre um sentimento que me atormentava (pensava eu). Quando cheguei ao fim, não percebi o título e durante muito tempo não o percebi. Não encontrei a tal solidão, nem percebi como uma família tão extensa poderia sentir tal coisa (tão iluminado esta meu cérebro!).
Mais tarde conheci o autor: os prémios, a vida, a obra... contudo não passei das páginas iniciais de memórias das minhas tristes putas ou de uma adaptação cinematográfica de amor em tempo de cólera.
Mas nunca mais encontrei o Gabo, como é carinhosamente chamado. Talvez porque os bons livros são assim mesmo: nada os substitui. Mas eis que agora corre mundo a notícia que o Gabo parou de escrever, a memória atraiçoa-o.
Para mim encontrou a solidão nas suas histórias e agora pode dedicar-se a explicá-la em palavras curtas, em lições simples... porque não são necessárias páginas em barda para nos pôr a pensar, especialmente, quando tudo ficou demasiado efémero.
“Se por um instante Deus se esquecesse que sou uma marioneta de trapo e me oferecesse mais um pouco de vida, não diria tudo o que penso, mas pensaria tudo o que digo.
Daria valor às coisas não pelo que valem, mas pelo que significam.
Dormiria pouco, sonharia mais.
Entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos 60 segundos de luz.
Andaria quando os outros páram, acordaria quando os outros dormem.
Ouviria quando os outros falam e como desfrutaria de um bom gelado de chocolate…
Se Deus me oferecesse um pouco de vida, vestir-me-ia de forma simples, deixando a descoberto não apenas o meu corpo, mas também a minha alma.
Meu Deus, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre gelo e esperava que nascesse o sol.
Pintaria com um sonho de Van Gogh as estrelas de um poema de Benedetti, e uma canção de Serrat seria a serenata que oferecia à Lua.
Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos seus espinhos e o beijo encarnado das suas pétalas…
Meu Deus, se eu tivesse um pouco mais de vida, não deixaria passar um só dia sem dizer às pessoas de quem gosto que gosto delas.
Convenceria cada mulher ou homem que é o meu favorito e viveria apaixonado pelo Amor.
Aos Homens, provar-lhes-ia como estão equivocados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se apaixonar.
A uma criança dar-lhe-ia asas, mas teria de aprender a voar sozinha.
Aos velhos, ensinar-lhes-ia que a morte não chega com a velhice, mas sim com o esquecimento.
Tantas coisas aprendi com vocês Homens…
Aprendi que todo o mundo quer viver em cima de uma montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a encosta.
Aprendi que quando um recém-nascido aperta com sua pequena mão, pela 1ª vez, o dedo de seu pai, o tem agarrado para sempre.
Aprendi que um Homem só tem direito a olhar outro de cima para baixo quando vai ajudá-lo a levantar-se.
São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas não me hão-de servir realmente de muito, porque quando me guardarem dentro dessa maleta, infelizmente estarei a morrer…”
Daria valor às coisas não pelo que valem, mas pelo que significam.
Dormiria pouco, sonharia mais.
Entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos 60 segundos de luz.
Andaria quando os outros páram, acordaria quando os outros dormem.
Ouviria quando os outros falam e como desfrutaria de um bom gelado de chocolate…
Se Deus me oferecesse um pouco de vida, vestir-me-ia de forma simples, deixando a descoberto não apenas o meu corpo, mas também a minha alma.
Meu Deus, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre gelo e esperava que nascesse o sol.
Pintaria com um sonho de Van Gogh as estrelas de um poema de Benedetti, e uma canção de Serrat seria a serenata que oferecia à Lua.
Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos seus espinhos e o beijo encarnado das suas pétalas…
Meu Deus, se eu tivesse um pouco mais de vida, não deixaria passar um só dia sem dizer às pessoas de quem gosto que gosto delas.
Convenceria cada mulher ou homem que é o meu favorito e viveria apaixonado pelo Amor.
Aos Homens, provar-lhes-ia como estão equivocados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se apaixonar.
A uma criança dar-lhe-ia asas, mas teria de aprender a voar sozinha.
Aos velhos, ensinar-lhes-ia que a morte não chega com a velhice, mas sim com o esquecimento.
Tantas coisas aprendi com vocês Homens…
Aprendi que todo o mundo quer viver em cima de uma montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a encosta.
Aprendi que quando um recém-nascido aperta com sua pequena mão, pela 1ª vez, o dedo de seu pai, o tem agarrado para sempre.
Aprendi que um Homem só tem direito a olhar outro de cima para baixo quando vai ajudá-lo a levantar-se.
São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas não me hão-de servir realmente de muito, porque quando me guardarem dentro dessa maleta, infelizmente estarei a morrer…”
Gabriel Garcia Marquez (Carta de Despedida aos Amigos)
[publicado por José Eduardo Taveira a 07/07/2012 em: http://autores.sitiodolivro.pt/2012/07/07/gabriel-garcia-marquez-carta-de-despedida-aos-amigos/]
05 julho 2012
Different Sides
Há poucos cantores assim que me façam querer ouvi-los recorrentemente. São várias as composições que me acompanham. Da melodia, à mensagem, mas principalmente a voz que encorpora palavras simples, mas que tudo dizem...
We find ourselves on different sides
Of a line nobody drew
Though it all may be one in the higher eye
Down here where we live it is two
I to my side call the meek and the mild
You to your side call the Word
By virtue of suffering I claim to have won
You claim to have never been heard
Both of us say there are laws to obey
But frankly I don’t like your tone
You want to change the way I make love
I want to leave it alone
The pull of the moon, the thrust of the sun
And thus the ocean is crossed
The waters are blessed while a shadowy guest
Kindles a light for the lost
Both of us say there are laws to obey
But frankly I don’t like your tone
You want to change the way I make love
I want to leave it alone
Down in the valley the famine goes on
The famine up on the hill
I say that you shouldn’t, you couldn’t, you
can’t
You say that you must and you will
Both of us say there are laws to obey
But frankly I don’t like your tone
You want to change the way I make love
I want to leave it alone
You want to live where the suffering is
I want to get out of town
C’mon baby give me a kiss
Stop writing everything down
Both of us say there are laws to obey
Yeah, but frankly I don’t like your tone
You want to change the way I make love
I want to leave it alone
07 junho 2012
Extremely Loud & Incredibly Close
"I started with a simple problem... a key with no lock... and I designed a system I thought fit the problem. I broke everything down in the smallest parts... and tried to think of each person as a number... in a gigantic equation. But it wasn't working... because people aren't like numbers. They're more like letters... and those letters want to become stories... and dad said that stories need to be shared.
I had anticipated a six minute visit with each person named "Black"... but they were never just six minutes. Everyone took more time than I had planned for... to try and comfort me and make me feel better about my dad... and to tell me their stories. But I didn't want to feel better and I didn't want friends... I just wanted the lock. I wasn't getting any closer to my dad... I was losing him."
Ainda há pouco escrevia que a vontade é a luz da vida. Para mim a vontade é o mínimo denominador no ser humano, pode não ser comum mas é ela que nos faz perseverar, procurar, encontrar, saborear... em suma: viver! Este é um filme de vontade, mas acima de tudo, um filme de descoberta das histórias pessoais de cada um e essas histórias precisam de ser partilhadas para terem vontade de existir.
20 maio 2012
Intouchables (2011)
Não é necessário ser um filme aclamado pela crítica ou vencedor de vários prémios internacionais (César, David, Tokyo, Étoile D'Or) para chamar a minha atenção. Neste momento, basta ser francês e merecer a promoção em Portugal (ou ser-me recomendado por um conhecido). Intouchables foi dos filmes europeus mais promovidos em Portugal no lançamento, mas talvez por isso, só agora me apeteceu verdadeiramente vê-lo em versão original primeiro, e depois com legendas (devido à gíria). Bastou a descontração de Omar Sy para me cativar (e à crítica internacional), contudo o filme é muito mais do que as interpretações dos seus protagonistas.
Intouchables mostra como os preconceitos e os estereótipos nos tornam cegos e como as amizades podem ser verdadeiramente improváveis. Mostra-nos igualmente o mal que nos faz percebemos que os outros sentem por nós pena e compaixão, deixando de nos respeitar.
Lição de vida, mas acima tudo ensinamento sobre a forma como nos relacionamos uns com os outros, especialmente na diferença.
Intouchables mostra como os preconceitos e os estereótipos nos tornam cegos e como as amizades podem ser verdadeiramente improváveis. Mostra-nos igualmente o mal que nos faz percebemos que os outros sentem por nós pena e compaixão, deixando de nos respeitar.
Lição de vida, mas acima tudo ensinamento sobre a forma como nos relacionamos uns com os outros, especialmente na diferença.
30 abril 2012
Cesare Pavese (1908-1950)
esta morte que nos acompanha
da manhã à noite, insone,
surda, como um velho remorso
ou um vício absurdo. Os teus olhos
serão uma palavra vã,
um grito calado, um silêncio.
Assim os vês cada manhã
quando, sob ti só, pendes
no espelho. Oh, que esperança,
nesse dia saberemos, também nós,
que és a vida e és o nada.
A morte tem um olhar para todos.
A morte virá e terá os teus olhos.
Será como deixar um vício,
como ver no espelho
ressurgir uma face morta,
como ouvir os lábios fechados.
Desceremos mudos ao abismo.
26 abril 2012
Pavia
Pavia é daquelas cidades com o tamanho certo para se caminhar e ficar deslumbrado. De pequenas vielas renascentistas, de cores quentes e monumentos originais. É a cidade italiana (das que conheço) menos barulhenta, de vida mais calma... sem deixar de ser humana, por vezes demasiado humana como constato nos grafitis pelas paredes e nos indigentes.
É a terceira vez que vou a Pavia, e das 3 vezes descobri uma cidade diferente. Primeiro o rio Ticino, a aldeia dos pescadores, a sala Scarpa na Universidade, a gastronomia, a envolvente da Certosa, os arrozais... Da segunda vez, San Pietro in Cielo d'Oro e Santo Agostinho, San Michele, a Duomo, a vida na Piazza della Vitoria, o gelado, o sol de Pavia... e o rio, sempre a Ponte Coperto. Finalmente, San Teodoro, Santa Maria di Carmine, San Michele, Castello Visconteo... e a vida nocturna em vésperas de 25 de abril (Liberazione).
Destaco La Posta, na via Dante. Restaurante com prova de charcutaria e queijos (incluindo o Gorgonzola). Nada original não fosse serem de produção que vem directamente do produtor e que é cortado numa mesa, no meio da sala de jantar, por um dos donos. À qualidade e frescura dos produtos junta-se uma decoração típica da Lombardia, feita de tijolo laranja e madeira, e a simpatia dos jovens proprietários.
É a terceira vez que vou a Pavia, e das 3 vezes descobri uma cidade diferente. Primeiro o rio Ticino, a aldeia dos pescadores, a sala Scarpa na Universidade, a gastronomia, a envolvente da Certosa, os arrozais... Da segunda vez, San Pietro in Cielo d'Oro e Santo Agostinho, San Michele, a Duomo, a vida na Piazza della Vitoria, o gelado, o sol de Pavia... e o rio, sempre a Ponte Coperto. Finalmente, San Teodoro, Santa Maria di Carmine, San Michele, Castello Visconteo... e a vida nocturna em vésperas de 25 de abril (Liberazione).
Castello Visconteo |
Piazza della Vitoria e Duomo |
Lava Monte Etna (Museu Universitat di Pavia) |
Ponte Coperto (ou Vecchio) sobre Rio Ticino |
San Teodoro |
Santa Maria di Carmine |
Destaco La Posta, na via Dante. Restaurante com prova de charcutaria e queijos (incluindo o Gorgonzola). Nada original não fosse serem de produção que vem directamente do produtor e que é cortado numa mesa, no meio da sala de jantar, por um dos donos. À qualidade e frescura dos produtos junta-se uma decoração típica da Lombardia, feita de tijolo laranja e madeira, e a simpatia dos jovens proprietários.
22 março 2012
Hugo (2011)
Paris, anos 30 (não! a culpa não é minha...)
Um pequeno órfão vive na estação de comboios onde clandestinamente mantém os relógios em funcionamento. Hugo aprender a "arranjar as coisas" com o pai relojoeiro e handyman no museu onde perdeu a vida num incêndio. Com o desaparecimento do pai, Hugo vai viver com o tio alcoólico para a estação, mas o tio desaparece e deixa-o sozinho. É então que Hugo decide arranjar a única coisa que o pai lhe deixou - um autómato avariado e que só funciona com uma chave especial em forma de coração - e começa a procurar peças. Surpreendido por Meliès dono de uma loja de brinquedos, Hugo passa a trabalhar na sua oficina arranjando os brinquedos partidos, contudo o menino tem algo que incomoda muito Meliès - um caderno com desenhos e sonhos: "a voz dos mortos".
Hugo não percebe o transtorno que causa ao velho senhor e ainda menos o porquê do mesmo lhe ficar com o caderno. É então que se torna amigo de Isabel, afilhada de Meliès e possuidora da chave em forma de coração que dá vida ao autómato, e ambos iniciam a aventura das suas vidas. Isabel desvela o mundo da literatura a Hugo e este desvela-lhe o encanto do cinema. Juntos descobrem um professor de cinema que lhes mostra os trabalhos de um grande cineasta dado como morto na guerra: George Meliès. É então que Hugo percebe o transtorno que causa ao seu "patrão". Meliès fora um grande cineastra, perseguido na guerra e resignado pela mesma. Apesar de não ter morrido, enterrou na mesma a sua paixão.
Um filme sobre propósito. Sobre o que somos e o que fazemos para ser. A perseguição de um sonho e o lidar com a sua impossibilidade. Um filme sobre solidão e companheirismo. Um filme de valorização do absoluto, da esperança, um hino à perseverança!
Algumas frases fabulosas deste filme: Maybe that's why a broken machine always makes me a little sad, because it isn't able to do what it was meant to do... Maybe it's the same with people. If you lose your purpose... it's like you're broken.
I'd imagine the whole world was one big machine. Machines never come with any extra parts, you know. They always come with the exact amount they need. So I figured, if the entire world was one big machine, I couldn't be an extra part. I had to be here for some reason. And that means you have to be here for some reason, too.
Realizado por Martin Scorsese e com interpretações de Asa Butterfield, Chloë Grace Moretz, Ben Kinsley, Sacha Baron Cohen e um bocadinho de Jude Law.
Um pequeno órfão vive na estação de comboios onde clandestinamente mantém os relógios em funcionamento. Hugo aprender a "arranjar as coisas" com o pai relojoeiro e handyman no museu onde perdeu a vida num incêndio. Com o desaparecimento do pai, Hugo vai viver com o tio alcoólico para a estação, mas o tio desaparece e deixa-o sozinho. É então que Hugo decide arranjar a única coisa que o pai lhe deixou - um autómato avariado e que só funciona com uma chave especial em forma de coração - e começa a procurar peças. Surpreendido por Meliès dono de uma loja de brinquedos, Hugo passa a trabalhar na sua oficina arranjando os brinquedos partidos, contudo o menino tem algo que incomoda muito Meliès - um caderno com desenhos e sonhos: "a voz dos mortos".
Hugo não percebe o transtorno que causa ao velho senhor e ainda menos o porquê do mesmo lhe ficar com o caderno. É então que se torna amigo de Isabel, afilhada de Meliès e possuidora da chave em forma de coração que dá vida ao autómato, e ambos iniciam a aventura das suas vidas. Isabel desvela o mundo da literatura a Hugo e este desvela-lhe o encanto do cinema. Juntos descobrem um professor de cinema que lhes mostra os trabalhos de um grande cineasta dado como morto na guerra: George Meliès. É então que Hugo percebe o transtorno que causa ao seu "patrão". Meliès fora um grande cineastra, perseguido na guerra e resignado pela mesma. Apesar de não ter morrido, enterrou na mesma a sua paixão.
Um filme sobre propósito. Sobre o que somos e o que fazemos para ser. A perseguição de um sonho e o lidar com a sua impossibilidade. Um filme sobre solidão e companheirismo. Um filme de valorização do absoluto, da esperança, um hino à perseverança!
Algumas frases fabulosas deste filme: Maybe that's why a broken machine always makes me a little sad, because it isn't able to do what it was meant to do... Maybe it's the same with people. If you lose your purpose... it's like you're broken.
I'd imagine the whole world was one big machine. Machines never come with any extra parts, you know. They always come with the exact amount they need. So I figured, if the entire world was one big machine, I couldn't be an extra part. I had to be here for some reason. And that means you have to be here for some reason, too.
Realizado por Martin Scorsese e com interpretações de Asa Butterfield, Chloë Grace Moretz, Ben Kinsley, Sacha Baron Cohen e um bocadinho de Jude Law.
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