13 outubro 2012

És tu o meu chão



Largaram-me a mil metros do chão
Reparo o sol que se afasta no ar
Rasgo caminho onde o vento dormia
Adormeço sentidos no meu furacão
Enquanto sol anuncia o dia
Sinto o meu corpo, desamparado, deslizar...
Perdi-te do lado errado do coração
Eras tu o meu chão...
(...)
Não sei ao que chamam lados do coração
Mas és tu o meu chão...
És tu o meu chão...





(...)

Afinal...
Quebramos os dois afinal.
Quebramos os dois...
Desviando os olhos por sentir a verdade,
Juravas a certeza da mentira,
Mas sem queimar de mais,
Sem querer extingir o que já se sabia.
Eu fugia do toque como do cheiro,
Por saber que era o fim da roupa vestida,
Que inventara no meio do escuro onde estava,
Por ver o desespero na cor que trazias.
Afinal...
Quebramos os dois afinal,
Quebramos os dois afinal,
Quebramos os dois afinal,
Quebramos os dois...
Era eu a despir-te do que era pequeno,
Tu a puxares-me para um lado mais perto,
Onde se contam histórias que nos atam,
Ao silêncio dos lábios que nos mata.
Eras tu a ficar por não saberes partir,
E eu a rezar para que desaparecesses,
Era eu a rezar para que ficasses,
Tu a ficares enquanto saías.
Não nos tocamos enquanto saías,
Não nos tocamos enquanto saímos,
Não nos tocamos e vamos fugindo,
Porque quebramos como crianças.
Afinal...
Quebramos os dois afinal,
Quebramos os dois afinal,
Quebramos os dois...
É quase pecado que se deixa.
Quase pecado que se ignora.



Viverei mil e um anos, e mais de mil vidas e não compreenderei os seres humanos. 
Serei eu a viver ou a passar pela vida, sem nunca saber o que sou, o que somos, o que queremos ser e o que conseguimos ser. serei apenas um perdido por entre certezas de verdades, e medos de mentiras que se evitam nos olhares e nos pensamentos, que são no imaginário e na vontade, nas orações dos dias que vão passando e em que vamos passando ao largo, com o pensamento um no outro, mas sozinhos, encerrados na concha do egoísmo, do para mim... sem ti... sem nos tocarmos... fugindo

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