29 março 2007

Danika


Danika. Um triller psicótico, com uma realização assustadora fundamentada em flashbacks e premonições. De difícil digestão, afinal as suas visões são o inconsciente dos nossos piores receios. Com a interpretação neuroticamente brilhante de Marisa Tomei.


A história da 'loucura' de uma mulher que ama demais. Demasiado preocupada com a vida, com os família, com a perfeição. Insegura de si, começa a ter alucinações em que faz tudo mal: os cálculos no emprego, a educação dos filhos, a dedicação ao marido. Mas os pesadelos e as visões de mortes intensificam-se e a fronteira entre a realidade e o pressentimento esbatem-se e nem os tratamentos psiquiátricos parecem fazer efeito.


A lição: quando se vive para os outros, tentando protegê-los numa redoma e achando que só nós sabemos o que é melhor para eles acabamos por nos esquecer que viver não é necessariamente um rol de 'nãos', 'dores' e porquês... a vida deve ser bem mais leve. Há que viver e deixar viver. Um filme sobre confiança: em nós e nos outros. Quando a nossa auto-confiança nos falta, não conseguimos confiar nos outros e acabamos por sofrer e fazer sofrer. Daí à concretização dos nossos receios está um espaço demasiado curto e tudo o que temermos terá espaço para acontecer...

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