21 setembro 2010

Letters to Juliet



Um filme simples que proporcionasse a necessária evasão dos dias de trabalho absorventes. Foi o que pedi e surgiu Letters to Juliet, realizado por Gary Winick, protagonizado por Amanda Seyfried (do mamma mia), Vanessa Redgrave (que grande senhora e que linda que ela está aos 73 anos), secundadas por um embirrante Gael Garcia Bernal e por um "totó" Christopher Egan.

A tagline é simples: e se tivesse uma segunda oportunidade com um grande amor?

O pretexto é o Clube da Julieta, existente em Verona e que é constituído por um grupo de mulheres que voluntariamente recolhe e responde às cartas deixadas no muro junto à varanda de Julieta (do Romeu e Julieta) por mulheres com problemas de amor (más relações, amores perdidos, não concretizados, ciúmes, etc).
Sophie é uma jovem aspirante a escritora de Nova Iorque que vai até Verona com o noivo (Bernal) para uma pré-lua de mel. Contudo, o noivo está mais preocupado com os fornecedores de comida (é um chefe prestes a abrir o seu restaurante) e deixa Sophie entregue a si mesma. A jovem encontra o clube de Julieta e junta-se ao mesmo realizando o seu sonho de escrever. É neste contexto que encontra a carta de Claire escrita há 50 anos e resolve responder-lhe.
O efeito: Claire (Redgrave) recebe a carta e faz-se acompanhar até Siena pelo neto (Egan) na busca pelo grande amor da sua adolescência: Lorenzo.
Claire e Sophie conhecem-se e esta resolve acompanhar avó e neto na demanda pelo Lorenzo.
Está-se mesmo a ver: Claire e Lorenzo encontram-se; Charlie e Sophie apaixonam-se, o chefe passa a ex-noivo e todos vivem felizes para sempre.

O filme vale pelo romantismo, pelo sonho, pelo tornar possível, pela cumplicidade existente entre Redgrave e Seyfried. E torna-se hilariante no retrato feito aos homens italianos (sedutores, afáveis com as mulheres, generosos, mas ao mesmo tempo teatrais e ridículos).

Vale ainda pela poesia, pela troca de alento entre quem conheceu o amor e o quer recuperar e quem ainda não o encontrou e se encontra presa a uma situação que simplesmente não funciona.

Dear Claire,
What and If are two words as non-threatening as words can be. But put them together side-by-side and they have the power to haunt you for the rest of your life: What if? What if? What if? I don't know how your story ended but if what you felt then was true love, then it's never too late. If it was true then, why wouldn't it be true now? You need only the courage to follow your heart. I don't know what a love like Juliet's feels like - love to leave loved ones for, love to cross oceans for but I'd like to believe if I ever were to feel it, that I will have the courage to seize it. And, Claire, if you didn't, I hope one day that you will. All my love, Juliet


Querida Claire,
"E" e "se" são duas palavras tão inofensivas como qualquer palavra pode ser. Mas coloca-as juntas e elas ganham o poder de te atormentarem para sempre: e se? e se? e se?
Eu não sei como acabou a tua história mas se o que sentias então era amor verdadeiro, então nunca é tarde. Se era verdadeiro então, porque é que não pode ser verdadeiro agora? Apenas precisas de ter a coragem de seguir o teu coração. Eu não sei como é um amor como o da Julieta - o amor que nos permite deixar aqueles que amamos, cruzar oceanos, mas quero acreditar que se alguma vez o vier a sentir terei coragem de o perseguir. E Claire se não o fizeste, espero que um dia o venhas a fazer.
Com todo o meu amor, Julieta



[ora aqui está ela: coragem para seguir o coração! e há tanta coisa para encontrar quando ouvimos o nosso coração! tanta, tanta... uma imensidão universal...]

Sem comentários: