quem nada tem nada pode perder, mas quem arrisca pode ganhar tudo... 'sem a loucura que é o homem mais que a besta sadia, cadáver adiado que procria?' [Fernando Pessoa, D. Sebastião]
25 maio 2014
Afeganistão
Tenho uma curiosidade atroz por outras culturas, mas infelizmente não consigo visitá-las e embrenhar-me na sua descoberta. Por isso, muitas vezes, procuro leituras que testemunhem e me façam imaginar para além desta cultura light e easy ocidental.
A sinopse de O Livreiro de Cabul é clara: testemunho da jornalista Asne Seierstad, repórter de guerra no Médio Oriente, sobre o tempo que passou com uma família afegã.
A leitura é sôfrega, por vezes revoltante, apesar de Seierstad procurar ser imparcial. No entanto, o ritmo da escrita e a sua "secura" permitem adivinhar a fúria contida de uma mulher que assiste e não compreende, ou se compreende, não aceita.
Para mim que pouco sei sobre muçulmanos e ainda menos sobre talibans e pastunes, guardo uma leitura sem preconceitos e acessível sobre uma cultura praticamente impenetrável a olhos ocidentais.
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