Uma excelente adaptação do Teatro Tapafuros no único local em que semelhante peça poderia ser representado: Quinta da Regaleira, na Serra da Lua (Sintra). Local mágico, onde se reúnem todas as energias telúricas, todas os símbolos e arquétipos da humanidade.
«Folia ! Mistério de uma Noite de Pentecostes constituiuma recriação dos momentos fundamentais da Festado Espírito Santo, desde a sua origem medieval, refundada pela Rainha Santa Isabel, até à actualidade, tal como ainda se celebra no Penedo, nos Açores, no Brasile nas comunidades de emigrantes americanos.Tendo conhecido, desde o século XIII ao XVI,uma invulgarmente rápida e vasta expansão, no continente, ilhas e colónias – sendo mesmo celebrada a bordo das naus da Índia - , a Festa foi considerada por Jaime Cortesão, António Quadros, Natália Correia, Lima de Freitase Agostinho da Silva um dos fenómenos mais específicose simbolicamente emblemáticos da cultura portuguesae lusófona e da sua vocação ecuménica e universalista. Desde Jaime Cortesão que os Painéis atribuídos a Nuno Gonçalves, obra maior e paradigmática da arte portuguesa, estão associados ao Culto do Espírito Santo. Folia ! propõe a recriação em termos contemporâneosda experiência da iniciação e da festa comunitária, associada a uma viagem pelo imaginário mítico, histórico e cultural português. Considerando que a Festa do Espírito Santo, herdeira de formas arcaicas e medievais do “sagradode transgressão” (Roger Caillois), como as Saturnais,os ritos transmontanos do Solstício de Inverno e a Festados Loucos, bem como da experiência da superabundância cósmica e espiritual própria do Pentecostes hebraicoe cristão, expressa o “mundo às avessas” e ritualizauma transformação iniciática da consciência, visa-se renovar essa eficácia operativa nas condições da vidae da mentalidade contemporâneas.Oferece-se assim um Teatro vivo e operático, que reassume as suas origens no rito iniciático, propondo-se uma profunda interacção entre actores e público em torno dos três acontecimentos fundamentais da Festa: a Libertaçãodos Presos, a Coroação do Imperador e o Bodo comunitário. Beneficiando das condições oportunas oferecidas pelas estruturas simbólicas da Quinta da Regaleira, a Libertação dos Presos vive-se num percurso em que somos convidados a libertarmo-nos de tudo o que encobre e oprime a nossa natureza profunda, descendo na terra e nas trevase ascendendo para a luz (catábase e anábase), a Coroação do Imperador é uma experiência comunitáriade reconhecimento da natureza sagrada de todos e de tudo e o Bodo é a comunhão e celebração disso, a Festada Alegria e da Abundância, onde são vitais o pão e o vinho, a poesia, a música e a dança, culminada com a descidadas Línguas de Fogo do Espírito. [Paulo Borges]
Têm medo de morrer?! porquê? se já estão mortos!!!
Pedem ao Diabo que vos salve, em nome de Deus?!
PS: Carla, que poderosa! Viva a Folia do Espírito!!!
1 comentário:
porque é preciso morrer para renascer... "virar tudo do avesso e nascer de novo"
abraço
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