08 setembro 2007

Folia! Mistério de Uma Noite de Pentecostes



Na celebração do centenário do nascimento de Agostinho da Silva, Paulo Borges, um dos seus principais estudiosos, publica Folia! Mistério de Uma Noite de Pentecostes, uma 'história' romanceada sobre o V Império, a Idade do Espírito Santo, o Grande Monarca e a decadência. Mitos estruturantes do ser português onde se misturam tempos e épocas, o sagrado e o profano, a história e a crença, a vida e a morte.

Uma excelente adaptação do Teatro Tapafuros no único local em que semelhante peça poderia ser representado: Quinta da Regaleira, na Serra da Lua (Sintra). Local mágico, onde se reúnem todas as energias telúricas, todas os símbolos e arquétipos da humanidade.

«Folia ! Mistério de uma Noite de Pentecostes constituiuma recriação dos momentos fundamentais da Festado Espírito Santo, desde a sua origem medieval, refundada pela Rainha Santa Isabel, até à actualidade, tal como ainda se celebra no Penedo, nos Açores, no Brasile nas comunidades de emigrantes americanos.Tendo conhecido, desde o século XIII ao XVI,uma invulgarmente rápida e vasta expansão, no continente, ilhas e colónias – sendo mesmo celebrada a bordo das naus da Índia - , a Festa foi considerada por Jaime Cortesão, António Quadros, Natália Correia, Lima de Freitase Agostinho da Silva um dos fenómenos mais específicose simbolicamente emblemáticos da cultura portuguesae lusófona e da sua vocação ecuménica e universalista. Desde Jaime Cortesão que os Painéis atribuídos a Nuno Gonçalves, obra maior e paradigmática da arte portuguesa, estão associados ao Culto do Espírito Santo. Folia ! propõe a recriação em termos contemporâneosda experiência da iniciação e da festa comunitária, associada a uma viagem pelo imaginário mítico, histórico e cultural português. Considerando que a Festa do Espírito Santo, herdeira de formas arcaicas e medievais do “sagradode transgressão” (Roger Caillois), como as Saturnais,os ritos transmontanos do Solstício de Inverno e a Festados Loucos, bem como da experiência da superabundância cósmica e espiritual própria do Pentecostes hebraicoe cristão, expressa o “mundo às avessas” e ritualizauma transformação iniciática da consciência, visa-se renovar essa eficácia operativa nas condições da vidae da mentalidade contemporâneas.Oferece-se assim um Teatro vivo e operático, que reassume as suas origens no rito iniciático, propondo-se uma profunda interacção entre actores e público em torno dos três acontecimentos fundamentais da Festa: a Libertaçãodos Presos, a Coroação do Imperador e o Bodo comunitário. Beneficiando das condições oportunas oferecidas pelas estruturas simbólicas da Quinta da Regaleira, a Libertação dos Presos vive-se num percurso em que somos convidados a libertarmo-nos de tudo o que encobre e oprime a nossa natureza profunda, descendo na terra e nas trevase ascendendo para a luz (catábase e anábase), a Coroação do Imperador é uma experiência comunitáriade reconhecimento da natureza sagrada de todos e de tudo e o Bodo é a comunhão e celebração disso, a Festada Alegria e da Abundância, onde são vitais o pão e o vinho, a poesia, a música e a dança, culminada com a descidadas Línguas de Fogo do Espírito. [Paulo Borges]


Têm medo de morrer?! porquê? se já estão mortos!!!
Pedem ao Diabo que vos salve, em nome de Deus?!



PS: Carla, que poderosa! Viva a Folia do Espírito!!!

1 comentário:

sophiarui disse...

porque é preciso morrer para renascer... "virar tudo do avesso e nascer de novo"

abraço