02 fevereiro 2007

Children of Men



P.D. James escreveu, Alfonso Cuaron realizou. Num futuro não muito distante, a humanidade perdeu a possibilidade de se reproduzir. Sem futuro, perde igualmente a esperança. Até que um dia, um milagre acontece e é necessário levar uma mulher em final de gravidez até ao Projecto Humano, um navio onde cientistas de todo o mundo se reunem para perceber o porquê da infertilidade e buscam a sua cura. Afinal, uma simples batida de coração pode mudar toda a Humanidade. E há coisas pelas quais vale a pena morrer.

Um filme cru e sombrio, onde o desespero e a desilusão se apresentam como única face da moeda. E quando se está muito desesperado comentem-se grandes erros, caminha-se pela vida sem rumo ou luz.

Um filme que mostra que a esperança por muito ténue e vaga pode devolver a razão de viver e vale a pena morrer por ela. Pois se morrermos sem ela, a nossa luz extingue-se e passaremos pelo nosso cadáver sem o vermos. Mas se morrermos por esperança seremos mais uma estrela no firmamento.

Finalmente uma lição: por muito que a vida nos afaste haverá sempre alguém a que poderemos recorrer, com confiança e incondicionalmente. São os carácteres presentes. Resta-nos encontrar estas pessoas na nossa vida, resta-nos encontrar a nossa ilusão: a missão que nos falta cumprir.

Um filme que cala, que senta e remata.

Com as brilhantes interpretações de Clive Owen e Claire-Hope Ashitey.
E a não menos brilhante e intensa Banda Sonora de John Tavener.

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