IESUS... ainda estou em estado de ebulição! Esfacelante...
Mel Gibson, é senhor! Retoma o azul de BraveHeart e apresenta-nos um guerreiro colectivo anónimo, sem estrelas sonantes, com um teaser certeiro...
[apesar de me interrogar sobre quantas pessoas que tal como eu vêm um filme destes apenas e só por ser 'Mel Gibson made']
Um filme que prende ao ecrã e não: a violência não é gratuita... é simplesmente demasiado realista! Não revolta ou enternece como n' A Paixão de Cristo, apenas: Diverte! Até porque é uma forma de mostrar que o ser humano não é naturalmente bom, nem o quer ser [desculpa lá Rousseau!].
A atenção aos pormenores, o retrato de situações impensavelmente brilhantes... a sobrevivência e os milagres (sim, o eclipse mais rápido da História só pode ser um milagre!).
Marcante: a libertação dos prisioneiros salvos do sacrifício ao deus, mas condenados à crueldade dos predadores; a criança que dança no ventre da mãe; as formigas como sutura de feridas; as cataratas assassinas; um 'morto' que vê o seu coração a bater nas mãos de outro homem; as cabeças que rolam pela pirâmide... para logo serem expostas em lanças apontadas ao céu... o silêncio da floresta...
Rudy Youngblood pode não ser um actor consagrado, mas é fenomenal na pele do Guerreiro Maya Jaguar Paw demasiado consciente da mudança dos tempos, demasiado atento ao coração dos outros. A personificação de um Amor natural. Porque quando a hora da morte chega, há quem não esteja preparado. A empatia é imedita.
Fabulosas as paisagens, os cenários... a fotografia! Nada foi deixado ao acaso... afinal: nada pode contrariar o destino do pormenor!
Curiosamente, a Academia só se lembrou de Apocalypto para o Melhor Som, Melhores Efeitos Sonoros e Melhor Caracterização... 'preferindo' a fotografia do Ilusionista, Dália Negra, Children of Men, The Prestige [filmes de outras épocas e bem mais sombrios... estará a cor a ser condenada?]... ... ...
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