12 julho 2014

O Deus das Pequenas Coisas



Sinopse

O Deus das Pequenas Coisas é a história de três gerações de uma família da região de Kerala, no sul da Índia, que se dispersa por todo o mundo e se reencontra na sua terra natal. Uma história feita de muitas histórias. A histórias dos gémeos Estha e Rahel, nascidos em 1962, por entre notícias de uma guerra perdida. A de sua mãe Ammu, que ama de noite o homem que os filhos amam de dia, e de Velutha, o intocável deus das pequenas coisas. A da avó Mammachi, a matriarca cujo corpo guarda cicatrizes da violência de Pappachi. A do tio Chacko, que anseia pela visita da ex-mulher inglesa, Margaret, e da filha de ambos, Sophie Mol. A da sua tia-avó mais nova, Baby Kochamma, resignada a adiar para a eternidade o seu amor terreno pelo Padre Mulligan.
Estas são as pequenas histórias de uma família que vive numa época conturbada e de um país cuja essência parece eterna. Onde só as pequenas coisas são ditas e as grandes coisas permanecem por dizer.
"O Deus das Pequenos Coisas" é uma apaixonante saga familiar que, pelos seus rasgos de realismo mágico, levou a crítica a comparar Arundhati Roy com Salmon Rushdie e García Márquez.




Voltei a pegar no livro de Arundhati Roy, o seu primeiro e único romance até ao momento, que em 1997 lhe valeu o Booker Prize. Lembrava-me que tinha adorado lê-lo, mas não me recordava o porquê... talvez a história, talvez as figuras de estilo ou o léxico.

O primeiro capítulo não me esclareceu a dúvida, mas enquanto a história de Estha e Rahel se ía revelando e Roy nos apresenta pistas para o que ainda vai acontecer, dei por mim embrenhada na Índia dos anos 60, uma Índia que não conheço - não conheço mesmo nenhuma - e que me assusta pela sua descrição, pelos seus humores e hábitos.

Dei por mim a sentir que eventualmente conhecia esta Índia, ou pelo menos, estas personagens indianas, especialmente as infantis, ingénuas e autênticas, retratadas por Roy como uma pureza imunda, manchada pelas tradições sociais que acabaram por testemunhar sem no entanto compreender a crueldade ou as motivações adultas... só sabiam que a mãe que amavam os culpava e que gostava "menos deles".

Os acidentes quotidianos como os dramas de quem os vive e tende a exagerar, por não conhecer outro mundo ou outras reacções para além da partida, para além da crueza das pequenas coisas, pois são as únicas de uma vida.

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