13 março 2013

The Magic of Belle Isle (2012)

Monte Wildhorn é um escritor de westerns a quem a perda da mulher, vítima de cancro, atirou para os meandros da tristeza, da revolta e do alcoolismo. Sem inspiração ou vontade para viver ou escrever, vê-se
 "empurrado" para Belle Isle como guardador do cão de uma estrela musical. É então que a magia regressa.

Monte conhece a família O'Neill, uma mãe recém divorciada com as suas três filhas, rapidamente fica fascinado pela personalidade de Finn, a filha do meio de Charlotte dotada de uma grande generosidade para com Carl, um jovem especial, visto como retardado pela vila. Finn é uma apaixonada por histórias e adopta Monte como seu mentor, desenrolando-se uma grande amizade entre ambos.

The Magic of Belle Isle (2012) Poster

Um filme sobre amizade entre gerações, o retrato de que todos precisamos uns dos outros nem que seja para imaginar "o que não está lá". Quando presos entre paredes, ou em salas de portas fechadas, precisamos de olhar para além do sufoco e do que nos prende a esse lugar escuro e sem ar. Monte ensina Finn a olhar para o horizonte e falar do que não está lá, permitindo-lhe assim encontrar um sentido, um motivo de vida. Mas é então que também ele encontra um motivo para "sair" da cadeira de rodas, das suas limitações físicas, e vencer as limitações da sua imaginação agrilhoada à dor da perda.

"one of the great pleasures life has to offer is their own search after the heart."

"and a face that gives the moonlight something worth shining on."

"It's sunny outside. There's a light rainfall. You know how it feels when a warm breeze comes with the rain? That's how you walk into a room."


Um filme que me fez sorrir e sentir leve!

09 março 2013

CloClo [Claude François] (2011)

Cloclo filme biográfico de Claude François, cantor e empresário musical francês tragicamente desaparecido a 11 de março de 1978, aos 39 anos.

Claude François, já por aqui o disse, foi uma referência musical da minha infância devido a uma K7 lilás comprada pela minha mãe no supermercado. O último trabalho em vida do cantor marcado pelo disco sound e cujos tubes foram Alexandri, Alexandra; Magnolia Forever e Et je T'aime tellement.



O filme mostra um cantor de multidões, versátil e inovador, que tinha por objectivos: ser bom no que fazia e ser amado. Sentiu-se mal amado e cantou-o (le mal aimé), sentiu-se aborrecido e transformou isso no maior sucesso internacional (Comme D'habitude) não propriamente em francês, mas graças à adaptação de Frank Sinatra (My Way). 

Foram essencialmente o amor e as mulheres que o inspiraram, como mostram: Rubis, L'amour vient l'amour va, , mas acima de tudo foram as relações humanas, o romantismo e a fusão de sons que o tornaram um cantor de multidões, um cantor para pobres... mas também um homem só e infeliz.

Felizmente, o cinema desfaz o mistério em torno da sua morte. Por momentos, pensei que a solidão e o comportamento impulsivo o conduziriam ao vício do álcool ou das drogas, mas o seu perfeccionismo com a aparência refrearam o "caminho mais fácil". Claude François acabaria por morrer num trágico acidente ao tentar arranjar uma lâmpada quando terminava um duche.



 Um filme realizado por  Florent Emilio Siri e protagonizado por Jérémie Renier, devidamente assessorados por Claude François Jr. e por Marc François, filhos do cantor e actuais gestores da sua herança. É evidente pelo filme que o filhos eram demasiados jovens para se lembrarem do pai, particularmente da sua obsessão com a carreira, com os detalhes e com as mulheres, e pouco abonou o corte de relações da irmã do cantor, Josette François, uma das suas relações mais estáveis e constantes ao longo da vida. Os desentendimentos não são com certeza alheios à representação de Josette e de Chouffa (mãe) como autênticas "sanguessugas" de dinheiro. Especialmente, a mãe do cantor, viciada em poker estaria na origem de graves problemas financeiros do cantor e até por um atentado a tiro de que foi vítima.