25 junho 2010

Dom Dinis com música



É verdade que a wikipedia tem muitos defeitos, mas como qualquer coisa na vida, por vezes surpreende-nos.

Em 1990, Harvey L. Sharer, medievalista americano, encontrava-se na Torre do Tombo em trabalhos de investigação de fragmentos de pergaminhos de encadernações (era uso normal utilizar pergaminhos para embrulhar códices) quando se deparou com um fragmento do século XIV contendo uma notação musical que revela excertos de sete cantigas de autoria de Dom Dinis, o Lavrador.

Apesar de se saber desde o Pergaminho Vindel (início do século XX, contém cantigas de Martin Codax), que a poesia galaico-portuguesa incluía música e que a mesma era cantada, nunca havia sido descoberta uma notação musical que permitisse desvendar a música das cantigas.

A imagem do Pergaminho Sharrer pode ser encontrada aqui.


Fonte: Harvey L. Sharrer. The discovery of seven cantigas d'amor by Dom Dinis with musical notation. Hispania 74, May 1991.


Proençaes soen mui ben trobar e dizen eles que é con amor; mais os que troban no tempo da frol e non en outro, sei eu ben que non an tan gran coita no seu coraçon qual m'eu por mha senhor vejo levar.

Pero que troban e saben loar
sas senhores o mais e o melhor
que eles poden, soõ sabedor
que os que troban quand'a frol sazon
á, e non ante, se Deus mi perdon,
non an tal coita qual eu ei sen par.

Ca os que troban e que s'alegrar van eno tempo que ten a color a frol consigu', e, tanto que se for aquel tempo, logu'en trobar razon non an, non viven [en] qual perdiçon oj'eu vivo, que pois m'á-de matar.

El-Rei D. Dinis, CV 127, CBN 489

20 junho 2010

Um abraço que me desperte



.. .. ..

Dá-me um abraço que seja forte

E me conforte a cada canto
Não digas nada que o nada é tanto
E eu não me importo
.. .. ..

Dá-me um abraço fica por perto
Neste aperto tão pouco espaço
Não quero mais nada, só o silêncio
Do teu abraço
.. .. ..

Já me perdi sem rumo certo
Já me venci pelo cansaço
E estando longe, estive tão perto
Do teu abraço
.. .. ..

Dá-me um abraço que me desperte
E me aperte sem me apertar
Que eu já estou perto abre os teus braços
Quando eu chegar
.. .. ..

É nesse abraço que eu descanso
Esse espaço que me sossega
E quando possas dá-me outro abraço
Só um não chega
.. .. ..

Já me perdi sem rumo certo
Já me venci pelo cansaço
E estando longe, estive tão perto
Do teu abraço


17 junho 2010

Heroes & Saints








Turn the lights down
Rest your case
Leave me lonely, sugar
This honeymoon is alright
State your rights lightly
Leave your wicked minds outside
Time has come, to rest these tired eyes
Forever on, these sacred given vows will sit around by me

They're stronger than anything, than anything

Night is alright
Night is okay
Inside your arms the right fire
God forbid, we'll get ourselves burned!
Heroes and saints, better stand by our side now
By our side

Reason says -
Please don't break,
Fortune is the way it swings
Surely we'll get by.
Treason lives, and whenever I preach
Deep within, these promises fade.
For lullaby song on these nights of ours
Place our bets in here
To be stronger than anything
Than anything

Night is alright
Night is okay
Inside your arms the right fire
God forbid, we'll get ourselves burned!
Heroes and saints, better stand by our side now

Night is alright
Night is okay
Inside your arms the right fire
God forbid, we'll get ourselves burned!
Heroes and saints stand by our side now

Night is alright
Night is okay
Inside your arms the right fire
God forbid, we'll get ourselves burned!
Heroes and saints stand by our side now

On these lonely nights of ours

15 junho 2010

Paris, toujour et plus jamais


[Ou ma vie à vraiment changer]


O projecto é artístico e monumental: à semelhança da capital que celebra.
Paris está novamente nas bocas do mundo graças ao seu contributo cultural (não se atrevam a perguntar porque amo Paris e a cultura francesa!). Tudo graças a um projecto intitulado: "Paris 26 gigapixels".

Dois fotógrafos franceses, Arnaud Frich e Martin Loyer, e uma empresa de informática criaram uma foto panorâmica em 220º de Paris com 26 bilhões de pixéis que, segundo eles, seria a maior imagem digital do mundo. Para compô-la, os fotógrafos tiraram 2346 fotos da capital francesa, que foram reunidas numa só imagem panorâmica de 26 bilhões de pixéis por um programa de computador criado pela empresa Kolor.

A fotografia em altíssima resolução ocuparia dois estádios de futebol caso fosse impressa, afirmam os autores do projecto Paris 26 Gigapixels.

Aqui fica o link:
http://www.paris-26-gigapixels.com/index-en.html


07 junho 2010

wish you were here

Hold me for a while







Wish you were here





[preciso de uma nova banda sonora, senão ainda corto os pulsos... a verdade é que sim: sinto muito a tua distância... I have fellings for you babe, do you still feel the same (...) heaven in our eyes]

03 junho 2010

João Aguiar (1943-2010)



João Aguiar, jornalista e romancista português, imortalizado pela colecção juvenil Bando dos Quatro. Autor português, representou os mistérios da portugalidade, os mitos eternos do ser português, aventurou-se pela literatura infanto-juvenil e... deixa uma marca incontornável no imaginário colectivo nacional e a evidência que «a história pode ser um romance».

Publicado pela Asa, João Aguiar pode ser encontrado em: A Voz Dos Deuses (1984; O Homem Sem Nome (1986); O Trono Do Altíssimo (1988); O Canto Dos Fantasmas (1990); Os Comedores De Pérolas (1992); A Hora De Sertório (1994); A Encomendação Das Almas (1995); O Navegador Solitário (1996); O Bando Dos Quatro (1997); Inês De Portugal (1997); O Dragão De Fumo (1998); A Catedral Verde (2000); Diálogo Das Compensadas (2001); Uma Deusa Na Bruma (2003); O Sétimo Herói (2004); O Priorado do Cifrão (2008)




Da minha biblioteca, recomendo os romances históricos: A Voz dos Deuses
Em 147 a.C., alguns milhares de guerrilheiros lusitanos encontram-se cercados pelas tropas do pretor Caio Vetílio. Em princípio, trata-se apenas de mais um episódio da guerra que a República Romana trava há longos anos para se apoderar da Península Ibérica. Mas os Lusitanos, acossados pelo inimigo, elegem um dos seus e entregam-lhe o comando supremo. Esse homem, que durante sete anos vai ser o pesadelo de Roma, chama-se Viriato.
Entre 147 e 139, ano em que foi assassinado, Viriato derrotou sucessivos exércitos romanos, levou à revolta grande parte dos povos ibéricos e foi o responsável pelo início da célebre Guerra de Numância.
Viriato foi um verdadeiro génio militar, político e diplomático. Mas, sobretudo, Viriato foi o defensor de um mundo que morria asfixiado pelo poderio romano: o mundo em que mergulham as raízes mais profundas de Portugal e de Espanha. É esse mundo, já então em declínio, que este livro tenta evocar.
Aquando do seu aparecimento, em 1984, Fernando Assis Pacheco escreveu serem raras as estreias com tanta qualidade. Depois disso, A Voz dos Deuses, ao longo de sucessivas edições, tornou-se um "clássico" do romance histórico português contemporâneo.


Uma Deusa na Bruma

Em meados do século II a.C., as gentes de Entre-Douro-e-Minho viviam, com razoável inconsciência, os derradeiros anos da sua civilização.
No Leste e no Sul da Península Ibérica, a República Romana já se implantara e as suas legiões procuravam alargar esse domínio, mas no Noroeste a ameaça parecia longínqua, tanto mais que os Numantinos e os Lusitanos mostravam ser um formidável obstáculo ao avanço romano, sobretudo a partir do momento em que um certo guerreiro, chamado Viriato, assumira a chefia da resistência lusitana. Mas, de súbito, estes obstáculos caem: Numância submete-se, ainda que temporariamente, e Viriato é morto à traição. E o procônsul Décimo Júnio Bruto marcha para Norte, passa o Tejo, entra na Lusitânia e aproxima-se das margens do Douro...
É este o cenário histórico de Uma Deusa na Bruma, cuja acção é contemporânea da de um outro romance do autor, A Voz dos Deuses, mas centrada, agora, na Cividade de Terroso (Póvoa de Varzim), procurando evocar o que seria a civilização castreja na fase imediatamente anterior à romanização.


Inês de Portugal
Castelo de Santarém, num dia do ano de Cristo de 1359.
Enquanto El-Rei D. Pedro I corre a caça pelos campos, os seus conselheiros Álvaro Pais e João Afonso Tello esperam com sombria ansiedade a chegada de dois prisioneiros, Álvaro Gonçalves e Pero Coelho, dois dos "matadores" de Inês de Castro (o terceiro, Diogo Lopes Pacheco, logrou fugir e refugiou-se em França). A esses homens havia sido solenemente prometido perdão, mas o Rei, decidido a vingar a única mulher que amou, quebrou o juramento feito, e agora eles vêm, debaixo de ferros, a caminho de Santarém.
É este o ponto de partida de Inês de Portugal. Mas ao longo das suas páginas é toda a história de Pedro e Inês que João Aguiar reconstrói, abordando pela primeira vez um tema histórico posterior à Nacionalidade e fazendo-o desde logo com um dos mitos maiores da nossa consciência de Nação.
O presente romance baseia-se no guião que o autor escreveu, em colaboração com o realizador, para o filme homónimo de José Carlos de Oliveira.

[até sempre]

01 junho 2010

SoA - Sons of Anarchy


Charlie Hunnam, Ron Perelman, Kattey Segall, Kim Coates, Tommy Flannagan... entre outros, no elenco da série líder de audiências do canal cabo FX.

SoA conta a história de um clube de motoqueiros que domina Charming, uma cidade californiana. Se a primeira série retrata as «escapadelas» constantes dos meninos à polícia, o seu negócio de armas e a luta pelo impedimento da chegada do tráfico de drogas e de prostituição a Charming, a segunda série abandona os clichés do bandido-motoqueiro-sujo-bruto-viciado-em-pussy para se revelar uma verdadeira imprevisibilidade de dissabores para os heróis.

A chegada do comerciante de charutos Zobelle, com a Liga Nacionalista pela Supremacia Branca, a Charming vai virar a cidade do avesso. Gemma, a matriarca é violada, os SoA são presos, perdem o negócio das armas, assumem-se como sócios do negócio da pornografia, Luann a realizadora porno é mortalmente espancada... enfim, uma sucessão de «maus negócios» que leva Jax a querer abandonar os SoA, Opie a descobrir que foi Tig que matou a mulher, Piney a tentar matar Clay, Tara a perder o emprego... e Stahl e Hale a unirem-se aos SoA para os ajudar a expulsar Zobelle e a sua equipa. Será que vão conseguir?

[ainda não cheguei ao fim da season, mas já anseio pela 3ª temporada. Decididamente, gosto de bandidos com coração...]