03 junho 2010

João Aguiar (1943-2010)



João Aguiar, jornalista e romancista português, imortalizado pela colecção juvenil Bando dos Quatro. Autor português, representou os mistérios da portugalidade, os mitos eternos do ser português, aventurou-se pela literatura infanto-juvenil e... deixa uma marca incontornável no imaginário colectivo nacional e a evidência que «a história pode ser um romance».

Publicado pela Asa, João Aguiar pode ser encontrado em: A Voz Dos Deuses (1984; O Homem Sem Nome (1986); O Trono Do Altíssimo (1988); O Canto Dos Fantasmas (1990); Os Comedores De Pérolas (1992); A Hora De Sertório (1994); A Encomendação Das Almas (1995); O Navegador Solitário (1996); O Bando Dos Quatro (1997); Inês De Portugal (1997); O Dragão De Fumo (1998); A Catedral Verde (2000); Diálogo Das Compensadas (2001); Uma Deusa Na Bruma (2003); O Sétimo Herói (2004); O Priorado do Cifrão (2008)




Da minha biblioteca, recomendo os romances históricos: A Voz dos Deuses
Em 147 a.C., alguns milhares de guerrilheiros lusitanos encontram-se cercados pelas tropas do pretor Caio Vetílio. Em princípio, trata-se apenas de mais um episódio da guerra que a República Romana trava há longos anos para se apoderar da Península Ibérica. Mas os Lusitanos, acossados pelo inimigo, elegem um dos seus e entregam-lhe o comando supremo. Esse homem, que durante sete anos vai ser o pesadelo de Roma, chama-se Viriato.
Entre 147 e 139, ano em que foi assassinado, Viriato derrotou sucessivos exércitos romanos, levou à revolta grande parte dos povos ibéricos e foi o responsável pelo início da célebre Guerra de Numância.
Viriato foi um verdadeiro génio militar, político e diplomático. Mas, sobretudo, Viriato foi o defensor de um mundo que morria asfixiado pelo poderio romano: o mundo em que mergulham as raízes mais profundas de Portugal e de Espanha. É esse mundo, já então em declínio, que este livro tenta evocar.
Aquando do seu aparecimento, em 1984, Fernando Assis Pacheco escreveu serem raras as estreias com tanta qualidade. Depois disso, A Voz dos Deuses, ao longo de sucessivas edições, tornou-se um "clássico" do romance histórico português contemporâneo.


Uma Deusa na Bruma

Em meados do século II a.C., as gentes de Entre-Douro-e-Minho viviam, com razoável inconsciência, os derradeiros anos da sua civilização.
No Leste e no Sul da Península Ibérica, a República Romana já se implantara e as suas legiões procuravam alargar esse domínio, mas no Noroeste a ameaça parecia longínqua, tanto mais que os Numantinos e os Lusitanos mostravam ser um formidável obstáculo ao avanço romano, sobretudo a partir do momento em que um certo guerreiro, chamado Viriato, assumira a chefia da resistência lusitana. Mas, de súbito, estes obstáculos caem: Numância submete-se, ainda que temporariamente, e Viriato é morto à traição. E o procônsul Décimo Júnio Bruto marcha para Norte, passa o Tejo, entra na Lusitânia e aproxima-se das margens do Douro...
É este o cenário histórico de Uma Deusa na Bruma, cuja acção é contemporânea da de um outro romance do autor, A Voz dos Deuses, mas centrada, agora, na Cividade de Terroso (Póvoa de Varzim), procurando evocar o que seria a civilização castreja na fase imediatamente anterior à romanização.


Inês de Portugal
Castelo de Santarém, num dia do ano de Cristo de 1359.
Enquanto El-Rei D. Pedro I corre a caça pelos campos, os seus conselheiros Álvaro Pais e João Afonso Tello esperam com sombria ansiedade a chegada de dois prisioneiros, Álvaro Gonçalves e Pero Coelho, dois dos "matadores" de Inês de Castro (o terceiro, Diogo Lopes Pacheco, logrou fugir e refugiou-se em França). A esses homens havia sido solenemente prometido perdão, mas o Rei, decidido a vingar a única mulher que amou, quebrou o juramento feito, e agora eles vêm, debaixo de ferros, a caminho de Santarém.
É este o ponto de partida de Inês de Portugal. Mas ao longo das suas páginas é toda a história de Pedro e Inês que João Aguiar reconstrói, abordando pela primeira vez um tema histórico posterior à Nacionalidade e fazendo-o desde logo com um dos mitos maiores da nossa consciência de Nação.
O presente romance baseia-se no guião que o autor escreveu, em colaboração com o realizador, para o filme homónimo de José Carlos de Oliveira.

[até sempre]

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