20 novembro 2009

District 9

Andei a adiar ver o novo do Peter Jackson (Senhor dos Anéis), porque o trailler assustava-me um pouco: convivência com aliens não é propriamente o meu sonho. Ainda por cima a representação dos mesmos lembrava-me os Blasted Mechanism.

Acabei por ter uma grande surpresa. Porque afinal os aliens, não eram assim tão aliens e qualquer semelhança entre a Multi-National United (MNU) e as UN não é pura coincidência. Existe a tendência para colocar o debate sobre o filme na disputa humano - não humano, contudo, por várias vezes se percebe a confusão dos papéis se enveredarmos pela questão moral.

Além disso, a estrutura do filme - abre com um documentário composto por uma série de entrevistas a especialistas e intervenientes que apresentam e comentam a situação criada e o seu desenvolvimento - anuncia os paralelismos entre aquilo que hoje chamamos realidade e que não passa de uma representação televisiva.


Em termos de história temos o relato da chegada de uma nave espacial em 1990 à região de Joanesburgo (África do Sul) e a confinação dos aliens (chamados Prawns - camarões) a um ghetto (qualquer semelhança com discriminação também não é coincidência). Ora a esse ghetto - chamado District 9 - também chegam os restantes marginalizados da sociedade, criando um clima de grande instabilidade, redes de tráfico de droga (e comida de gato) e de armas alienígenas.

Ora por volta de 2010, a situação do District 9 ultrapassa o controlo humano e a MNU é contratada para: descobrir como controlar as armas dos aliens e dominar a tecnologia da mesma. Ora quando descobrem que as mesmas só podem ser usadas em conjunto com a biologia alienígena infectam o pobre e tolo Wikus van der Merwe (Sharlto Copley).

Wikus começa então a transformar-se lentamente num híbrido e numa cobaia de laboratório pois a transformação do seu ADN num ADN alienígena permite-lhe operar com as armas tão desejadas pelos chamados humanos. É então que os cientistas decidem dissecá-lo para estudos laboratoriais. Wikus consegue escapar e refugia-se no District 9 junto de Christopher Johnson, um Prawn que lhe promete ajuda na reversão do processo de mutação em troca de ajuda para regressar à sua nave mãe e quiçá ao seu mundo.

A relação de Wikus com Christopher e todas as manobras para conseguir o objectivo de um e outro passam pelo confronto directo e bélico quer com a MNU quer com os gangs do District 9. Depois de várias peripécias, Christopher acaba por embarcar na nave mãe e partir com o filho em busca de ajuda para Wikus e para o povo deixado agora num novo guetto: o District 10.

O destino de Wikus permanece uma icógnita: aprisionado pela MNU para mais experiências, morto pelos gangs, pelos aliens ou simplesmente mais um Prawn entre os restantes.

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