04 dezembro 2008

Dark Night


Foi anunciado no passado dia 26 de Novembro, a morte do Homem Morcego. A notícia do Nuno Aguiar no Público refere que Batman morre ao fim de 70 anos. Contudo, a dúvida e o suspense mantém-se à semelhança do que acontece com o último filme da saga realizado por Christopher Nolan.

O filme co-protagonizado por Christian Bale e Heath Ledger, tornou-se célebre na fase de pós-produção devido morte «acidental» deste último.

O filme é denso, as personagens complexas e contraditórias, podendo, por isso, ser encaradas como aborrecidas, inconvenientes.

Bruce Wayne é um homem complexo, constantemente torturado pelas consequências de suas acções. Lamenta ter despertado o surgimento de “justiceiros/vigilantes”, assim como, de vilões como o Joker. Wayne deseja desesperadamente encontrar uma solução que lhe permita abandonar a máscara e viver uma existência normal. Consequentemente, as suas esperanças em Harvey Dent soam tocantes por denunciarem a sua fragilidade emocional. O Cavaleiro das Trevas está cansado e nunca antes o herói foi tão cobrado física, emocional e psicologicamente – e Christian Bale encarna este cansaço (e também a determinação resultante) de maneira impecável.


Enriquecido também por um elenco secundário extremamente coeso, O Cavaleiro das Trevas emprega cada personagem com um propósito específico: Alfred representa o calor humano tão importante para manter Bruce Wayne ligado ao mundo real; o tenente Gordon funciona como um aliado estratégico fundamental e a crença remanescente nas Instituições; Lucius Fox oferece ao espectador a impressão de que todas aquelas bugigangas são plausíveis; e Rachel Dawe encarna a esperança de Wayne num futuro melhor. Finalmente, ao Harvey Dent representado de maneira trágica por Aaron Eckhart, que retrata com intensidade a instabilidade crescente de um homem que, mesmo determinado a fazer o que é certo, sente cada vez mais o peso da pressão exercida pelos oponentes – e é justamente por acreditarmos naquele homem que a sua trajectória se torna tão dolorosamente trágica.



O dilema incessante entre o herói que merecemos e o herói de que precisamos, encarnando desta forma a imperfeição da vida, tão pouco coincidente com a dos heróis-deuses, com a demanda da perfeição para a recompensa final. Batman é um herói humano, que abdicou de si em prol dos outros percebendo que para os ajudar deveria pecar. O anjo caído no pecado de matar e ferir outro ser humano perde-se, então, no dilema de também ser um criminoso perseguido, persona non grata, porque moralmente incorrecta. Fará Batman o bem ao eliminar os criminosos? Serão os meios utilizados os mais correctos? Quem avalia? Quem condena? Quem absolve?

No filme, o Dark Knight perde-se na noite, assumindo que deve ser perseguido para deixar de ser um modelo social, pois é moral e eticamente incorrecto. Na banda desenhada, os criadores foram mais radicais: R.I.P. Batman, o descanso merecido do herói cansado, que no entanto é o herói mais conforme com a sociedade actual: amoral e pouco ética, em que os fins justificam os meios.


Notícia do Público:
Chega hoje às bancas aquele que é provavelmente o fim do “Cavaleiro das Trevas” tal qual o conhecemos. Grant Morrison, o actual argumentista da série de comic books, já afirmou que será o “fim de Bruce Wayne como Batman.”

O desenlace da história poderá ser visto no mais recente número da série - "R.I.P. Batman". Um dos maiores mistérios é quem será o responsável pelo seu desaparecimento. Como seria de esperar, os rumores na Internet encarregaram-se de criar os mais diversos cenários e até apostas. No site de apostas Paddy Power, quem apostar dez dólares em como é o mordomo a matar Bruce Wayne, no final do dia ganhará 660. As hipóteses consideradas mais prováveis são as de Batman se retirar sem ferimentos e o vilão Black Glove assassiná-lo.

“O que estou a planear é um destino pior que a morte, coisas que ninguém esperaria que acontecessem a estes tipos”, afirmou Grant Morrison, em entrevista à "Comic Book Resources".

A primeira aparição de Batman foi em 1939, no número 27 de “Detective Comics”, publicado pela DC Comics. Batman, é o alter-ego de Bruce Wayne, um empresário bilionário de Gotham City que se mascara durante a noite para combater o crime na cidade. Ao contrário da maioria dos super-heróis, não tem qualquer poder sobre-humano, nem utiliza armas de fogo, refugiando-se na sua imagética simbólica de morcego para atemorizar os vilões.

Esta não é a primeira vez que um super-herói morre. No ano passado, o Capitão América foi atingido mortalmente por um atirador furtivo, e já em 1992, o Super-Homem foi morto por Doomsday, naquele que se tornou o número mais vendido de sempre da série. O “Homem de Aço” viria a ressuscitar dos mortos, constituindo-se agora na bolsa de apostas como a hipótese menos provável, mas também a mais rentável, para matar Batman, numa relação de 1-150.

Este volte face na história do “Cavaleiro das Trevas” vai obrigar a encontrar um substituto, cujo nome Morrison se recusou a revelar. Contudo, as personagens Tim Drake (actual Robin) e Dick Grayson (antigo Robin) são duas das hipóteses mais avançadas.

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