08 junho 2008

classificados


Rosa (do teu jeito de ser)
Escrevi o teu nome na linha-férrea para que o pudesses ler
Mas tu passaste a 100 à hora e sem tempo para o ver
Fiz outra tentativa e escrevi no alcatrão
Mas nessa tosca avenida não passou o teu avião

Tens um nome delicado não se pode escrever
É preciso entrar em ti para te poder conhecer
Não é nome que se diga, não é nome de mulher
É da cor do teu vestido, é do teu jeito de ser


Em poucos dias toda a cidade estava pintada de rosa
E por todos os lugares lia-se o teu nome em prosa
Mas de ti nem um sinal nem sequer uma notícia
A tua ausência prolongada era já caso de polícia

Tens um nome delicado não se pode escrever
É preciso entrar em ti para te poder conhecer
Não é nome que se diga, não é nome de mulher
É da cor do teu vestido, é do teu jeito de ser

Tentei só mais uma vez escrever-te na terra molhada
E da noite para o dia eras uma semente germinada


Um segredo fechado
Longe daqui tens um segredo guardado
Para abrir num lugar mais desejado
No lugar onde possas saber
O que por ser segredo não podes dizer

Serás tu a sombras que olhas no chão
Serás a promessa que trazes na mão
De que serve o teu disfarce e o teu secreto olhar
Se não tens ninguém a quem te revelar
Serás o silêncio ou um sonho desfeito
Será teu o grito que arrancas do peito
De que vale teres a lua e o céu inteiro para voar
Se não tens ninguém a quem te poder dar

Longe daqui tens um desejo fechado
Para abrir num lugar mais arejado
No lugar onde possas saber
O que há já muito tempo ficou por dizer

Serás tu a sombras que olhas no chão
Serás a promessa que trazes na mão
De que serve o teu disfarce e o teu secreto olhar
Se não tens ninguém a quem te revelar
Serás o silêncio ou um sonho desfeito
Será teu o grito que arrancas do peito
De que vale teres a lua e o céu inteiro para voar
Se não tens ninguém a quem te poder dar

Fixaste o teu olhar no meu
Ficaste longe daqui, tu estás longe de ti
Tão longe de nós, corres para te salvar noutro lugar.


No teu último degrau
Hoje vou subir tão alto até perder o chão de vista
No teu último degrau vou procurar mais uma pista
Vou quebrar todas as regras que aprendi por convicção
Vou afugentar as sombras que te gelam o coração
Não me fales se for não, não me peças para parar
Não te quero ouvir dizer que aqui não é o meu lugar

Hoje eu não vou resistir ao teu olhar suspeito
Vou ficar, vou fugir vou perder-me no teu peito
Dá-me tudo o que tens para me animar
Não te vais arrepender
Dá-me tudo o que tens para me esgotar
Hoje não te vou perder

Hoje eu vou sair para a rua e caminhar sem direcção
Vou perder-me nos teus passos, vou abraçar-te no chão
quero inventar-te uma história que te faça acreditar
que o meu lado mais cruel se rendeu ao teu olhar
Não me fales se for não, não me peças para parar
Não te quero ouvir dizer que aqui não é o meu lugar



Nenhum sinal de ti
Frio intenso, luzes de néon
Ruas vazias, olhos no chão
Faço um esboço de ti, de contornos sedutores
Serás tu a minha luz
Que me apagou a voz

Eu não sei se vais ouvir
Quando eu gritar o teu nome
Eu não sei se vais pedir
P’ra calar a tua fome
Eu não sei se vais cantar
E acordar os meus sentidos
Eu não sei se vais cumprir
O que tinhas prometido

Não tens rosto, nem tens pele
Não há nenhum sinal de ti
És apenas o silêncio que se perdeu por aqui



Na 2ª pessoa
Tens frio na noite e medo do escuro
Não saltas aflito por cima do muro
Tens medo e coragem - não sabes ao certo.
No meio do nada há um lugar incerto
Avançar, recuas, dás mais um palpite
A incerteza abre-te o apetite

Não fiques parado no meio da estrada
Apanha boleia para qualquer morada
Abre uma janela deixa a luz entrar
talvez haja alguém que te possa encontrar

Acordas devagar para não te assustares
As coisas nem sempre estão nos seus lugares
Tens uma desculpa, uma frase batida
Improvisas um sonho à tua medida

Reages contido ao teu coração
Pois cabe-te tudo na palma da mão

Não fiques parado no meio da estrada
Apanha boleia para qualquer morada
Abre uma janela deixa a luz entrar
talvez haja alguém que te possa encontrar


[as letras não estão disponíveis em lado nenhum, mas o certo é que estes senhores do Porto bem merecem uma homenagem! vou tentar compilar as que faltam... música portuguesa no seu melhor!]



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1 comentário:

Unknown disse...

Entre zapping, a pricípio a sonoridade lembrou-me Keane, até reconhecer a língua materna. Após aqui ter descoberto o nome e enquanto partia à descoberta da banda não pude deixar de notar os Air Supply, o Chris de Burgh e tantos outros (a lista é grande!) tão diferentes entre si mas de quem se gosta porque nos tocam. O 'Segredo Fechado' deve ser ouvido de janelas abertas ou a conduzir, sem destino, com o vento 'pelas ventas';inspira à vida. É um bom cartão de visita, só lhes posso desejar mais e melhor. Um bem-haja.

José Carlos