15 dezembro 2007

Peer Gynt

É a Miriam que nos atrai a um Concerto de Natal, com a Orquestra Sinfónica da Escola Superior de Música de Lisboa, sob a batuta do maestro Vasco Pearce de Azevedo.





O programa clássico da época ao qual nunca assisti. Mas o Palácio da Ajuda chamou com força, a sala D. Carlos esperava-nos e quando se ergueu o som do Peer Gynt de Edvard Grieg, já não havia volta a dar. Fiquei pregada, dormente, completamente envolvida em sons desconhecidos, familiares, em tons de cordas e piano, e sopros, numa harmonia 'sem dizente', num êxtase de ausência preenchida. Rostos desconhecidos, familiares... vozes, muitas vozes.




Seguiu-se o piano e Camille Saint-Saëns. Não sei o que impressionou mais, se os sons desconhecidos e surpreendentes, se a capacidade interpretativa de Eduardo Jordão, afinal um jovem tão próximo de Tomar, quanto hoje me posso considerar. E aquele piano de cauda magnífico. e aquele bem-estar tão raro que anseio guardar num frasco e tomá-lo agora e amanhã, e depois... sempre que precisar.



O concerto encerrou com Mozart. O inevitável, sem surpresas. Mas senti-me satisfeita e renovada.
E depois do conserto proporcionado pela música, pelos dizeres ao coração, o convívio: esse velho sábio que nos aquece, que nos faz sentir humanos, sempre humanos.
Obrigada minhas queridas e meus queridos! Valeu cada segundo.


5 comentários:

Anónimo disse...

Bravo!
A eloquência nos dias de hoje é algo refrescante!


PS: Vou averiguar a história de D. João III

Kisa disse...

«coitadinho» de D. João III. já estava a acusar o rei inquisidor por mais uma atrocidade
que se perderia no meio do seu curriculum vasto nas mesmas.

ora bem, afinal o Palácio da Ajuda não foi vilipendiado, não chegou foi a ser acabado. a
sua construção iniciou-se com D. João V, mas entre fuga da família real para o Brasil,
guerra civil e desgraças na família real, nunca chegou a ser acabado.

a venda dos monumentos para pedraria, aconteceu no reinado de D. Maria II, quando seu
esposo o Rei-Consorte D. Fernando fundou a Academia das Belas Artes e tomou conta da
cultura portuguesa, teve de comprar os alvarás de pedreira, pasme-se dos seguintes
monumentos: Mosteiro da Batalha, Jerónimos, Torre de Belém (que já tinha um prédio de
vários andares construído na sua nave e que foi demolido), Sé de Lisboa, conventos de
Mafra e Tomar.

Estes monumentos tinham sido vendidos em hasta pública, por dificuldades do governo, e os
seus novos proprietários desmanchavam-nos para vender a pedra a utilizar em novas
construções. Mas graças ao nobre senhor alemão, que investiu o seu dinheirinho, os
monumentos foram salvos e restaurados. Este senhor ainda mandou construir o Palácio da
Pena... e é preciso vir um estrangeiro ensinar-nos a amar Portugal :)


Mais informações em: DAEHNHARDT, Rainer - Páginas secretas da História de Portugal. Vol.
I, 2ª edição, Porto: Edições Nova Acrópole, 1995.

Anónimo disse...

Pois, nas minhas averiguações o D. João III, apesar de ter tido um contributo importante nossa cultura com o apoio a escritores como Camões, não teve ligação ao nosso esplêndido Palácio da Ajuda. Este ainda só mesmo no Olimpo, pois a primeira pedra é datada de 1795... se não me falha a memória.
Com todas a vicissitudes que passou, Palácio Nacional da Ajuda, não chegou a ser a Versalhes portuguesa... só mesmo em maquete... :P

Só uma correcçãozinha o D. João V mandou construir o Palácio Nacional de Mafra.
Foi D. João VI, filho de D. Maria I, quem mandou edificar o Palácio.
Dando lugar à Real Barraca (adoro o nome lol)

Anónimo disse...

;-) compartilho do mesmo êxtase, e esplendor vividos nesta tarde de sabado.

Obrigada a todos pelo maravilhoso Concerto.

E a estas 2 princesas, pela aula de história. ;-))


beijinho grande
Isabel

Miriam Cardoso disse...

Aderi à moda dos Blog!
Se está condenado ou não, depende da minha disposição.
http://agulheirodossabios.blogspot.com

PS: Já agora tu assinas como SS (Schutzstaffel - escudo e protecção) lol
Hummm qui ça uma "camuflagem hitlariana"

:P