Estes dias que nem são dias têm-me permitido ver filmes arquivados, adquiridos durante períodos de férias ou pausa.
Em pleno estado de emergência e isolamento social parece que nada é urgente, dá até para ver filmes e escrever sobre eles. Por estes dias, várias são as constatações de algumas "preparações" que inconscientemente fui fazendo.
O "Dans la Brume" parece ter sido escolhido de propósito.
Filme francês (e sim, o francês tem sido de algum conforto por estes dias), protagonizado por Romain Duris e Olga Kurylenko, conta a história de um casal parisiense com uma filha com uma doença rara que a obriga a viver dentro de uma bolha hermética. Um dia, um terramoto leva ao surgimento de uma bruma misteriosa e mortal, todos quantos a respiram morrem, excepto as crianças. Como a bruma vem do solo, Anna e Mathieu (os pais) conseguem refugiar-se na casa de um casal idoso que vive no último andar do prédio.
A história desenrola-se nas várias tentativas dos pais obterem oxigénio e, por todos os meios, tentarem salvar a filha, primeiro assegurando a bateria da bolha, depois procurando um fato especial para a retirar da bolha e levar para um local que pensam mais seguro.
Mas o destino está traçado e ninguém controla a bruma.
Uma lição que mostra como a natureza não perdoa e o homem é um ser pequeno e impotente, por mais lutador e determinado que seja.
Também uma história de esperança, dando a outros protagonistas o controlo que nunca tiveram, a independência com que nem sonhavam. A salvação de quem sofre em agonia e a perda de controlo de quem carregava a obrigação quotidianamente.
Para refletir.
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