No ano 2000 lia o livro editado pela Presença e ficava fascinada com a história da mulher que ousou ser homem para chegar ao topo da hierarquia mais masculina do mundo: o Papado.
A pequena Joana, viveu na Idade Média (alguns dizem século IX, outros XIII), quando as mulheres obedeciam aos maridos e existiam apenas para os servir. Mas desde pequena revelou grandes dotes de aprendizagem e vontade de conhecer. Aprendeu a ler e escrever latim e grego, aprendeu o segredo da cura usando as plantas e assumiu a identidade do irmão entretanto falecido na luta contra os saxões.
Na Convento de Furla viveu como monge; foi para Roma e tornou-se médica e conselheira papal. O apoio de alguns conselheiros do Papa e do povo haveria de a conduzir à cadeira de São Pedro onde tomou decisões para a criação de escolas para a educação das mulheres. Mas apaixonou-se e engravidou; e a sua missão terminou cedo. A tempo de permitir aos seus inimigos apagarem-na da História (ou talvez não...).
Donna Woolfolk Cross escreveu, Sonke Wortmann realizou e Johanna Wokalek interpretou. Um filme europeu, intenso, sobre uma lenda (ou não). Uma história controversa, um final comovente.
As grandes questões que permanecem: se Joana era um instrumento de Deus, devota e cheia de fé, convicta da sua missão, como cede tão facilmente aos encantos de Gerold? Será o celibato realmente indispensável aos "obreiros" do Senhor?
Afinal, porque não podem as mulheres ser parte da História e da hierarquia da Igreja, se a fé e a missão são dons de Deus?
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