05 julho 2009

As Filhas do Graal


Autor: Elizabeth Chadwick
Editor/Chancela: Saída de Emergência/Chá das Cinco
Páginas: 383

Sinopse
França, século XIII: Bridget cresceu aprendendo a controlar os dons místicos da sua antepassada Maria Madalena, cuja ininterrupta linhagem feminina manteve vivo um legado de sabedoria durante milénios. Mas agora, a todo-poderosa Igreja Católica jurou destruir Bridget por usar os seus talentos curativos e as suas habilidades naturais. O dever de Bridget de continuar a linhagem leva-a até aos braços de Raoul de Montvallant, um católico. E quando a intolerância selvagem da Igreja leva Raoul a rebelar-se, a intolerância cresce para uma ânsia de vingança que só poderá ser saciada com uma cruzada de sangue.

Entre Provence e Occitânia, 40 anos na vida das personagens, marcadas pela perseguições aos cátaros na antiga região francesa do Languedoc. A história começa acompanhando os passos de Raoul de Montvallant, um católico pertencente a uma família tolerante para com os cátaros, e Bridget, descendente de Maria Madalena e da Virgem Maria pelo casamento de Madalena com Tiago, irmão de Jesus. Após a morte da mãe, marcada a ferros pelos frades pregadores dominicanos, Brigdet tem por missão continuar a descendência feminina e transmitir conhecimentos e poderes com séculos de existência e que lhe valem os epítetos de curandeira e bruxa que condenaram a mãe e a condenam a perseguições, enquanto desempenha a sua missão num constante nomadismo acompanhada pelo tio, Chrétien de Béziers, Perfeito cátaro, e Mathias, um escriba mutilado pelos perseguidores, cuja missão é a tradução do evangelhos apócrifos para a língua occitana e castelhana para serem entendidos por muitos.

Pelo curso da história, vemos como as vidas de Bridget, Raoul e dos seus filhos (Magda, Guillaume e Dominic) se cruzam, assistimos à perseguição aos cátaros em várias cidades do Languedoc, movidas pelos frades Dominicanos, Cister e comandadas por Simon de Monfort.

Num período de intolerância, em que o excessivo zelo de Domingos de Gusmão instituiu uma perseguição cega e desenfreada, a autora desvela um infinito turbulento de argumentos e circunstâncias que justificam os feitos históricos sanguinolentos, por um lado, e por outro a rebelia contra a intransigência e crueldade dos cruzados e do clero romano, afeito à luxúria, à gula e ao julgamento interessado e atroz da fé alheia.

É o pecado terreno do homem que o condena a ser cego e infeliz. E ao sê-lo, não permite que outrém encontre as respostas nos caminhos que percorre e, por isso, o infeliz apressa-se a destruir o destino de quem encontra a luz, de quem Caminha com a Luz.

Acima de tudo, As Filhas do Graal é uma história de amor nas suas diferentes formas: maternal, paternal, fraternal, sexual, natural... É uma história de destinos que se escolhem e que se acolhem no tempo do Universo, que se sofrem, anseiam e é o demonstrar que qualquer dom é dádiva e condenação... pois Janus tem sempre duas faces: a da Luz e a da Escuridão.

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