quem nada tem nada pode perder, mas quem arrisca pode ganhar tudo...
'sem a loucura que é o homem mais que a besta sadia, cadáver adiado que procria?'
[Fernando Pessoa, D. Sebastião]
No ano pós-apocalíptico de 2018, John Connor é o líder da Resistência contra a Skynet e o seu batalhão de Terminadores cuja missão é exterminar a humanidade. Na luta entre homens e máquinas, um (falso) profeta imerge para guiar o que resta de uma humanidade derrotada, assustada e esfomeada. No entanto, o futuro da humanidade em que Connor acreditava é assombrado pelo aparecimento de Marcus Wright, um estranho sem memória, cuja exposição a uma mina revela a sua verdadeira natureza: cyborg. Concebido como o único da sua espécie, Marcus é um infiltrado cuja missão era eliminar John Connor, contudo, o coração e o cérebro humano, parcialmente amnésico, levam à predominância da sua moralidade humana. Graças a essa moralidade, Marcus alia-se a Connor numa batalha decisiva para aniquilar, por agora, os planos da Skynet.
Protagonizado por Christian Bale e Sam Worthington, com a participação de Helena Bonham Carter (Dr. Serena Kogan) e Bryce Dallas Howard (Kate Connor).
A luta entre o homem e a máquina, a distinção cada vez mais difícil face à crescente hibridização do ser humano, cada vez mais destituído de princípios morais e dependente de aparelhos tecnológicos para viver.
Main quote (John Connor): What is it that makes us human? It's not something you can program. You can't put it into a chip. It's the strength of the human heart. The difference between us and machines.
She's like the wind through my tree She rides the night next to me She leads me through moonlight Only to burn me with the sun She's taken my heart But she doesn't know what she's done
Feel her breath on my face Her body close to me Can't look in her eyes She's out of my league Just a fool to believe I have anything she needs She's like the wind
I look in the mirror and all I see Is a young old man with only a dream Am I just fooling myself That she'll stop the pain Living without her I'd go insane
Feel her breath on my face Her body close to me Can't look in her eyes She's out of my league Just a fool to believe I have anything she needs She's like the wind
Feel your breath on my face Your body close to me Can't look in your eyes You're out of my league Just a fool to believe (Just a fool to believe) She's like the wind
[sim sou geração Dirty Dancing, aquela geração que brincava na rua, via desenhos animados e novelas mexicanas. Aquela geração que gostava de histórias simples e de finais felizes em que todos riam e dançavam, em que os beijos apaixonados demoravam a ser dados pela necessidade de cumprir um ritual. Daquela geração que chora quando percebe que a finitude humana pode ser demasiado dolorosae breve. Até já Patrick!]
Sim, mais um filme surrealista, da escola de Jean-Pierre Jeunet [Le fabuleux destin d'Amélie Poulain (2001), Alien Ressurection (1997), Un long dimanche de fiançailles (2004)].
Neste caso encontramos Krank (malogrado Daniel Emilfork desaparecido em 2006), um cientista fruto de uma clonagem mal sucedida que envelhece rapidamente e que rouba crianças, para as submeter a um processo alquímico de supressão dos sonhos. Mas as crianças só têm pesadelos pois têm medo dele e Krank só consegue aceder aos mesmos o que frustra o seu plano. Isto até ao dia em que conhece Denrée, o petit frère de One (Ron Perelman - sim o Helboy), criança esfomeada e desinibida que não tem medo de Krank.
Mas para roubar os sonhos de Denrée, Krank precisa de enfrentar a sabotagem de Irvin, um cérebro num aquário e dos seus 6 clones. Assim como, os planos da pequena Miette que auxilia One depois de escapar à "escola" do "Polvo", duas irmãs siamesas que exploram crianças órfãs para fins criminosos. Um outro elemento crucial da história é Marcello e as suas pulgas amestradas que acabam por ser os responsaveis por matar «o polvo». Finalmente, uma nota para os Cyclops, criminosos cegos com um olho tecnológico que lhes permite ter acesso ao mundo das sensações e raptarem as crianças para entregarem a Krank. Os híbridos do filme, que tanto enaltece o sonho e o imaginário - «os bons»- como a tecnologia e a cibercultura (clones, híbridos, laboratórios e tubos de ensaio - «os maus».
Às personagens especiais - eu comecei por dizer que é um filme surrealista - juntam-se os efeitos especiais, imprevisíveis no cinema europeu, mas elas lá estão e são bem hilariantes.
«Na altura do seu lançamento referiu-se que «A Cidade das Crianças Perdidas» competia com «Jurassic Park» (1993) no número de efeitos especiais por plano. De acordo com as notas de produção existem 192 planos de efeitos especiais, totalizando 23 minutos, dos quais 5 são constituídos por animação tridimensional (objectos criados do "nada"), onde se inclui a sequência da lágrima, o sonho final e os impressionantes actos de sabotagem humana por parte das pulgas.» [fonte: http://www.cinedie.com/enfants_perdus.htm]
Um filme a não perder, referência no panorama cultural europeu... e muito melhor que Jurassic Park (desculpem a óbvia preferência). Com apenas 1 actor estrangeiro (Ron Perelman), os restantes são franceses [LOL].
When the child was a child
It walked with its arms swinging,
wanted the brook to be a river,
the river to be a torrent,
and this puddle to be the sea.
When the child was a child,
it didn’t know that it was a child,
everything was soulful,
and all souls were one.
When the child was a child,
it had no opinion about anything,
had no habits,
it often sat cross-legged,
took off running,
had a cowlick in its hair,
and made no faces when photographed.
When the child was a child,
It was the time for these questions:
Why am I me, and why not you?
Why am I here, and why not there?
When did time begin, and where does space end?
Is life under the sun not just a dream?
Is what I see and hear and smell
not just an illusion of a world before the world?
Given the facts of evil and people.
does evil really exist?
How can it be that I, who I am,
didn’t exist before I came to be,
and that, someday, I, who I am,
will no longer be who I am?
When the child was a child,
It choked on spinach, on peas, on rice pudding,
and on steamed cauliflower,
and eats all of those now, and not just because it has to.
When the child was a child,
it awoke once in a strange bed,
and now does so again and again.
Many people, then, seemed beautiful,
and now only a few do, by sheer luck.
It had visualized a clear image of Paradise,
and now can at most guess,
could not conceive of nothingness,
and shudders today at the thought.
When the child was a child,
It played with enthusiasm,
and, now, has just as much excitement as then,
but only when it concerns its work.
When the child was a child,
It was enough for it to eat an apple, … bread,
And so it is even now.
When the child was a child,
Berries filled its hand as only berries do,
and do even now,
Fresh walnuts made its tongue raw,
and do even now,
it had, on every mountaintop,
the longing for a higher mountain yet,
and in every city,
the longing for an even greater city,
and that is still so,
It reached for cherries in topmost branches of trees
with an elation it still has today,
has a shyness in front of strangers,
and has that even now.
It awaited the first snow,
And waits that way even now.
When the child was a child,
It threw a stick like a lance against a tree,
And it quivers there still today.
Filme do alemão Wim Wenders que antecede a queda do muro de Berlim. O realizador apresenta um argumento tipicamente pós-moderno, com a alternância de planos e cenários unidos pelo deambular de dois anjos (Damiel e Casiel) pela cidade de Berlim ouvindo os pensamentos, sentimentos, angústias, mas acima de tudo, medos de diversas personagens: uma mulher grávida, um pintor, um homem destroçado, uma trapezista (Marion), os empregados de um circo, um realizador de cinema e a sua equipa e um homem idoso que procura um espaço concreto associado ao seu passado e ao da cidade de Berlim.
Todos os pensamentos e acção são acompanhados pela poesia de Rilke e pelos planos a preto e branco que representam o mundo aos olhos dos anjos, contudo quando Damiel decide «cair» para se unir ao amor de Marion, os planos passam a ser representados como se fossem vistos por humanos e, portanto, a cores.
um filme minimalista, cru e antitético, com uma realização, no mínimo, rizomática.
Colónia (Alemanha) - era uma vez Três Reis Magos que agora estão nesta caixa (que herege =)
Margens do Reno (algures entre Estrasburgo e Kobleinz - GR)
Estrasburgo (França)
Luxemburgo
Sim, é verdade: cada vez demoro mais a fazer balanços. Demoro tanto que quando me lembro dos fazer já não me lembro do que tinha para dizer sobre a viagem de verão pela BENELUX, Alsácia e Reno. Novos países, de arquitectura muito semelhante, de gentes diferentes ou autênticos desertos (continuo sem perceber o Luxemburgo num domingo à tarde). Uma Holanda antitética e surpreendente... que bem que se vive fora das cidades... uma Bélgica a repetir!
Mas as viagens são sempre uma oportunidade para sentir saudades do meu país e querer voltar, como um carregar de baterias para aguentar mais uns meses. Este ano, feliz ou infelizmente, menos meses que o habitual... em breve vou ter um «tête-à-tête» com Mr Vlad Tepes, que é como diz o povo: Dráculea...