31 dezembro 2010

Rita Redshoes - You Should Go





So where did you go, I wanna hear your voice again
since it's another time, it's another place, it's another scene
where can I find that little hope inside your heart
May I have the chance to break all the fears I've built up in your mind

Can you remember what you said?
Cuz I have those words inside my head
Now I can hear my song

This is the road you want to take
There's some kind of things there you must break with
I know it's not:
Your Heart, can't go without chant

So what do you know?
About a life you never lived
Don't you know too much to forgive yourself for something you can give

I guess you should go
And live behind uncertain dreams
Don't you plain the world, Listen to your heart, Life is quite it seems

Can you remember what you said?
Cuz I have those words inside my head
Now I can hear my song

This is the road you want to take
There's some kind of things there you must break with
I know it's not:
Your Heart, can't go without chant

So where did you go?
I wanna hear your voice again
It's another time, It's another place, It's another scene

And where can I find?
That little hope inside your heart
May I have the chance to break all the fears I've built up in your mind

23 dezembro 2010

The Nativity (BBC1, 2010)



Tatiana Maslany como Maria e Andrew Buchan como José protagonizam a adaptação da BBC One (2010) sobre a história Bíblica da concepção e nascimento de Jesus.

Em 4 partes (120 minutos) são-nos apresentados: a convulsão política vivida em Jerusalém no reinado de Herodes; o princípio da relação entre Maria e José; a anunciação e restantes intervenções do Arcanjo Gabriel (sonho a José, aparição aos pastores); a viagem dos 3 magos; o dilema de José quando fica a saber da gravidez de Maria e a rejeição da população que põe em perigo Maria e que a obriga a fugir para Belém.

A história é enternecedora, simples e representada de forma despretensiosa. José surge como um homem que não compreende como é que a sua amada o pode ter traído com outro homem e custa-lhe acreditar na sua história da Anunciação. Mas quando se vê compelido a proteger Maria da multidão, cumpre a sua promessa de nunca a abandonar, intento que é reforçado pelo sonho onde Gabriel confirma as palavras de Maria.

Já em Belém, José enfrenta a rejeição da família e desespera até encontrar alguém que ajude ao parto de Jesus. Apenas uma cigana auxilia o jovem casal que findo o nascimento recebe a visita dos pastores e dos 3 magos.

Nasce o Messias!

São estas histórias que fazem o Natal, que lhe dão significado. Não são as compras, a comida, os enfeites... é o presépio, o pé nu de uma criança nascida num curral, embrulhado num trapo.

Charles Le Brun The Adoration of Shepherds

19 dezembro 2010

Christmas Eve/ Sarajevo (Trans-Siberian Orchestra)




in an old city bar
that is never too far
from the places that gather
the dreams that have been

in the safety of night
with it's old neon light
it beckons to strangers
and they always come in

and the snow it was falling
the neon was calling
the music was low
and the night
christmas eve

and here was the danger
that even with strangers
inside of this night
it was easier to believe

for it was into this bar
that i happened to wander
to stare into a glass
and my universe ponder

so i walked up to the counter
shook the snow off my coat
then i ordered a whiskey
that i used like a moat

but an old man soon joined me
and asked if i knew the time
one word led to another
and somehow i didn't mind

then he offered a drink
from a bottle 'neath his coat
and he smiled a little smile
as it trickled down my throat

and i felt myself relaxing
here among the ghosts that failed
then the old man topped my glass off
and began this little tale

in the moments of our lives
both the joyous and the tragic
if the truth is to be told
we are all pursuing magic

and the magic that we seek
as we're sure you have discovered
can be found in certain places
far more easily than others

in the sand beneath the sphinx
in the dreams of candlelight
but the surest place of all
is in the forgiving world of night

and of all the nights throughout the year
that come and gently leave
none hold the dream of magic
like the evening, christmas eve

and so it's on this night
with it's promise deep within
as the snow now starts to fall
our story does begin

28 novembro 2010

Macy Gray


Macy Gray, a cantora norte-americana conhecida pelos mixes de elementos de hip hop, soul, jazz e r&b, tem novo álbum. The Sellout é o produto de uma época de grandes desaires na vida de Gray. Depois do mega fracasso de Big, do abandono da sua equipa de produção e da editora, de várias relações amorosas frustradas, Gray confessa que precisava de se reencontrar e rodear-se do "essencial". Consegue um espaço cedido por um amigo, outros amigos se lhe juntam e começa a produzir, escrevendo sobre o que sente, dançando os sons que lhe são familiares.

The Sellout conta com as participações de Velvet Revolver (Slash), Bobby Brown e Romika. Revela um som funk-rock, misturado com o clássico R&B e, claro, a voz rouca de Macy Gray.

O single de avanço é o colorido e ritmado Beauty in the world, mas se dependesse de mim, o air play daria destaque a:




Still Hurts




Let you win

I get a taste of the summer sun every time you walk into my door
Yeah, we laugh and we tease
Yeah, you're so easy but I ain't satisfied 'til I make you cry
And I'm shaking while you're breaking away

And if I had to do it over, I'd see you again
I'd do it right and when we fight I'd let you win 'cause my world is nearly nothing without you in it
Should-a let it go
Could-a let it go
Could-a let you win 






Ou Kissed It, com os Velvet Revolver


O álbum acaba com uma promessa: este é o seu regresso em grande (The Comeback).
Hey big world, it's me again
I'm coming way back to be big again
Gonna make it like it was in the beginning 'cause I'm missing all my fair-weather friend
And since you let me go, wanna let you know that I don't know where I'm going
And maybe if you knew about my history you wouldn't 've been such a big bitch to me 

20 novembro 2010

Eat, Pray, Love (Elizabeth Gilbert)

Começou por ser um livro que ocupou a lista de non-fiction best sellers do New York Times Paperbacks por 182 semanas, traduzido em mais de 30 línguas e com mais de 7 milhões de cópias vendidas em todo o mundo.

Proposta de Design por Allyson Cardinale


Antes, Liz Gilbert publicara um livro de contos Pilgrims (1997), uma novela Stern Men (2000) e a biografia de Eustace Conway (The Last American Man - 2002). Apesar de aclamados, o seu sucesso só chegou depois do smash hit - Eat, Pray, Love - agora adaptado ao cinema por Ryan Murphy e protagonizado por Julia Roberts.

Eat, Pray, Love (2006) conta a história da viagem de Liz Gilbert pela Itália, Índia e Indonésia após o fim de um casamento infeliz. Por Itália descobriu o fascínio pela comida. Na Índia aninhou-se num ashram para redescobrir o seu eu interior e encontrar Deus; e, finalmente, em Bali encontrou o amor, ou melhor, deixou de fugir do mesmo.

O que lança a história de Eat, Pray, Love é uma anedota italiana que conta a história de um pobre que todos os dias se prostrava perante o santo pedindo-lhe que lhe saísse a lotaria. Certo dia, cansado de ouvir as orações, o santo desce do altar e vem junto do pobre suplicando-lhe: "por favor, compra um bilhete de lotaria".

A mensagem é mesmo essa: não devemos acomodar-nos ao que a vida nos dá, devemos arriscar e mudar a rotina; em vez de pedir, devemos fazer; em vez de fugir, devemos ter a coragem de ficar...

13 novembro 2010

Die Papstin (Papisa Joana)

No ano 2000 lia o livro editado pela Presença e ficava fascinada com a história da mulher que ousou ser homem para chegar ao topo da hierarquia mais masculina do mundo: o Papado.


A pequena Joana, viveu na Idade Média (alguns dizem século IX, outros XIII), quando as mulheres obedeciam aos maridos e existiam apenas para os servir. Mas desde pequena revelou grandes dotes de aprendizagem e vontade de conhecer. Aprendeu a ler e escrever latim e grego, aprendeu o segredo da cura usando as plantas e assumiu a identidade do irmão entretanto falecido na luta contra os saxões.

Na Convento de Furla viveu como monge; foi para Roma e tornou-se médica e conselheira papal. O apoio de alguns conselheiros do Papa e do povo haveria de a conduzir à cadeira de São Pedro onde tomou decisões para a criação de escolas para a educação das mulheres. Mas apaixonou-se e engravidou; e a sua missão terminou cedo. A tempo de permitir aos seus inimigos apagarem-na da História (ou talvez não...).

Donna Woolfolk Cross escreveu,  Sonke Wortmann realizou e Johanna Wokalek interpretou. Um filme europeu, intenso, sobre uma lenda (ou não). Uma história controversa, um final comovente.

 As grandes questões que permanecem: se Joana era um instrumento de Deus, devota e cheia de fé, convicta da sua missão, como cede tão facilmente aos encantos de Gerold? Será o celibato realmente indispensável aos "obreiros" do Senhor?

Afinal, porque não podem as mulheres ser parte da História e da hierarquia da Igreja, se a fé e a missão são dons de Deus?

05 novembro 2010

The other guys

 Um filme para desanuviar da obrigação profissional. Sem grandes enredos, mas com estrelas de hollywood.


Realizado por Adam McKay, "The other guys" conta a história de dois agentes policiais de Nova York habituados a trabalhos de secretária. Hoitz (Mark Walberg) porque atingiu por engano uma grande estrela do basebol americano e Gamble (Will Ferrel) porque a mulher (Eva Mendes) lhe pede para ser cuidadoso e não correr perigos. Contudo, um dia é-lhes dada a oportunidade de mostrarem o seu valor e "apanharem" os mauzões.

Uma comédia hilariante, que desconstrói clichés e surpreende pela idiotice.

21 outubro 2010

Rudyard Kipling

Mantenho seis servos honestos
(que me ensinaram tudo o que sei);
Os seus nomes são O quê e Porquê e Quando
e Como e Onde e Quem.
E envio-os por terra e mar,
Envio-os do este ao oeste,
mas depois de terem trabalhado por mim,
Dou-lhe todo o descanso.



I KEEP six honest serving-men
(They taught me all I knew);
Their names are What and Why and When
And How and Where and Who.
I send them over land and sea,
I send them east and west;
But after they have worked for me,
I give them all a rest.


I let them rest from nine till five,
For I am busy then,
As well as breakfast, lunch, and tea,
For they are hungry men.
But different folk have different views;
I know a person small—
She keeps ten million serving-men,
Who get no rest at all!


She sends'em abroad on her own affairs,
From the second she opens her eyes—
One million Hows, two million Wheres,
And seven million Whys!

[excerto de: The Elephant's Child]

Kipling também disse:
A woman's guess is much more accurate than a man's certainty.

A man's mind is wont to tell him more than seven watchmen sitting in a tower.

A people always ends by resembling its shadow.

Asia is not going to be civilized after the methods of the West. There is too much Asia and she is too old.

We have forty million reasons for failure, but not a single excuse. 

Words are, of course, the most powerful drug used by mankind.

If history were taught in the form of stories, it would never be forgotten.
 


16 outubro 2010

I Remain

How crass you stand before me
With no blood to fuel your fame
How dare you weild such flippancy without requisite shame
Your very existence becomes my sacred mission's bane
You bow to kiss my hand and I ignore ignited flame

I moved to meet you
Untouched I do remain

To some it seems foreign
Why I would steely forge ahead
This land entrusted to me knows not of hallowed secrets
Ill keep it to myself
My own advicement in my head
Your charm can not distract me
From the path Im born to tread

How Im thrilled to know you
Affected, I remain
How Ive learned to like you
Undeterred I do remain

Less daunting as team?
You unlikely king by my side
And me, so much better for trusting you
My hand over your heart
While you keep hindrances at bay
Color me surprised by how our union saves the day

How Ive grown to need you
As my soul I just faiths
How I love to know you
And how I remain
I remain






Tema principal do filme The Prince of Persia: sands of time, realizado por Mike Newell, com Jake Gyllenhaal, Ben Kingsley e Gemma Arterton nos principais papéis. Um filme de sábado à tarde que mostra como os laços de família podem ser tão fortes e tão ténues, como o sangue é um pretexto, e como os laços que ligam duas pessoas a um destino podem estar para além do tempo, rodeados de muita fantasia.

30 setembro 2010

If you go away (ne me quitte pas)

Original de 1959, do cantautor belga Jacques Brel, em língua francesa, foi adaptada para inglês por Rod McKuen. As versões são diferentes não apenas em termos de língua, mas também de mensagem. Enquanto Brel implora à amada que não o deixe, McKuen apresenta cenários alternativos do que acontecerá se a amada partir ou se ficar.

Celebrizaram a versão francesa (para além de Brel):
1965 - Nina Simone (álbum I put a spell on you)
1987 - Sting

Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
À savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
À coups de pourquoi
Le coeur du bonheure
Ne me quitte pas (x4)

Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas (x4)

Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants là
Qui ont vu deux fois
Leurs coeurs s'embrasser
Je te raconterai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer
Ne me quitte pas (x4)

On a vu souvent
Rejaillir le feu
De l'ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas
Ne me quite pas (x4)



A versão inglesa é de longe a mais conhecida, especialmente graças às interpretações de:
1967 - Shirley Bassey
1969 - Frank Sinatra
1971 - Neil Diamond
1990 - Julio Iglesias
2003 - Cindy Lauper
2004 - Madonna
2009 - Barbra Streisand



(talvez a versão de Kaas de 2002 não seja a melhor, contudo foi graças a ela que este post surgiu)



If you go away on this summer day

Then you might as well take the sun away
All the birds that flew in the summer sky
When our love was new and our hearts were high
When the days were young and the night was long
And the moon stood still for the night birds' song

If you go away
If you go away
If you go away

But if you stay I'll make you a day
Like no day has been or will be again
We'll sail the sun, we'll ride on the rain
And talk to the trees and worship the wind
But if you go I'll understand
Leave me just enough love to fill up my hand

If you go away
If you go away
If you go away

If you go away as I know you will
You must tell the world to stop turning
Till you return again, if you ever do
For good is love without loving you?
Can I tell you now as you turn togo
I'll be dying slowly till the next hello

If you go away
If you go away
If you go away

But if you stay I'll make you a night
Like no night has been or will be again
I'll sail on your smile, I'll ride on your touch
I'll talk your eyes that I love so much
But if you go I won't cry
For the good is gone from the world, goodbye

If you go away
If you go away
If you go away

If you away as I know you must
There'll be nothing left in this world to trust
Just an empty room full of empty space
Like the empty space I see on your face
And I'd have been a shadow of your shadow
If you might have kept me by your side



Em 1974, Simone de Oliveira cantou Não me vás deixar, com adaptação de David-Mourão Ferreira. Canção incluída no álbum Nunca mais a Solidão.





Para mais versões.

21 setembro 2010

Letters to Juliet



Um filme simples que proporcionasse a necessária evasão dos dias de trabalho absorventes. Foi o que pedi e surgiu Letters to Juliet, realizado por Gary Winick, protagonizado por Amanda Seyfried (do mamma mia), Vanessa Redgrave (que grande senhora e que linda que ela está aos 73 anos), secundadas por um embirrante Gael Garcia Bernal e por um "totó" Christopher Egan.

A tagline é simples: e se tivesse uma segunda oportunidade com um grande amor?

O pretexto é o Clube da Julieta, existente em Verona e que é constituído por um grupo de mulheres que voluntariamente recolhe e responde às cartas deixadas no muro junto à varanda de Julieta (do Romeu e Julieta) por mulheres com problemas de amor (más relações, amores perdidos, não concretizados, ciúmes, etc).
Sophie é uma jovem aspirante a escritora de Nova Iorque que vai até Verona com o noivo (Bernal) para uma pré-lua de mel. Contudo, o noivo está mais preocupado com os fornecedores de comida (é um chefe prestes a abrir o seu restaurante) e deixa Sophie entregue a si mesma. A jovem encontra o clube de Julieta e junta-se ao mesmo realizando o seu sonho de escrever. É neste contexto que encontra a carta de Claire escrita há 50 anos e resolve responder-lhe.
O efeito: Claire (Redgrave) recebe a carta e faz-se acompanhar até Siena pelo neto (Egan) na busca pelo grande amor da sua adolescência: Lorenzo.
Claire e Sophie conhecem-se e esta resolve acompanhar avó e neto na demanda pelo Lorenzo.
Está-se mesmo a ver: Claire e Lorenzo encontram-se; Charlie e Sophie apaixonam-se, o chefe passa a ex-noivo e todos vivem felizes para sempre.

O filme vale pelo romantismo, pelo sonho, pelo tornar possível, pela cumplicidade existente entre Redgrave e Seyfried. E torna-se hilariante no retrato feito aos homens italianos (sedutores, afáveis com as mulheres, generosos, mas ao mesmo tempo teatrais e ridículos).

Vale ainda pela poesia, pela troca de alento entre quem conheceu o amor e o quer recuperar e quem ainda não o encontrou e se encontra presa a uma situação que simplesmente não funciona.

Dear Claire,
What and If are two words as non-threatening as words can be. But put them together side-by-side and they have the power to haunt you for the rest of your life: What if? What if? What if? I don't know how your story ended but if what you felt then was true love, then it's never too late. If it was true then, why wouldn't it be true now? You need only the courage to follow your heart. I don't know what a love like Juliet's feels like - love to leave loved ones for, love to cross oceans for but I'd like to believe if I ever were to feel it, that I will have the courage to seize it. And, Claire, if you didn't, I hope one day that you will. All my love, Juliet


Querida Claire,
"E" e "se" são duas palavras tão inofensivas como qualquer palavra pode ser. Mas coloca-as juntas e elas ganham o poder de te atormentarem para sempre: e se? e se? e se?
Eu não sei como acabou a tua história mas se o que sentias então era amor verdadeiro, então nunca é tarde. Se era verdadeiro então, porque é que não pode ser verdadeiro agora? Apenas precisas de ter a coragem de seguir o teu coração. Eu não sei como é um amor como o da Julieta - o amor que nos permite deixar aqueles que amamos, cruzar oceanos, mas quero acreditar que se alguma vez o vier a sentir terei coragem de o perseguir. E Claire se não o fizeste, espero que um dia o venhas a fazer.
Com todo o meu amor, Julieta



[ora aqui está ela: coragem para seguir o coração! e há tanta coisa para encontrar quando ouvimos o nosso coração! tanta, tanta... uma imensidão universal...]

18 setembro 2010

A Fine Frenzy

Uma banda que descobri recentemente graças a uma aluna e em pleno Facebook. Devo dizer que foi imediata a empatia. O álbum favorito é, de longe, One Cell in the Sea, de 2007, de onde sobressaiem as favoritas: Almost Lover, Near to You, Ashes and Wine.





Your fingertips across my skin

The palm trees swaying in the wind
Images

You sang me Spanish lullabies
The sweetest sadness in your eyes
Clever trick

I never want to see you unhappy
I thought you'd want the same for me

Goodbye, my almost lover
Goodbye, my hopeless dream
I'm trying not to think about you
Can't you just let me be?
So long, my luckless romance
My back is turned on you
I should've known you'd bring me heartache
Almost lovers always do

We walked along a crowded street
You took my hand and danced with me
Images

And when you left you kissed my lips
You told me you'd never ever forget these images, no

I never want to see you unhappy
I thought you'd want the same for me

Goodbye, my almost lover
Goodbye, my hopeless dream
I'm trying not to think about you
Can't you just let me be?
So long, my luckless romance
My back is turned on you
I should've known you'd bring me heartache
Almost lovers always do

I cannot go to the ocean
I cannot drive the streets at night
I cannot wake up in the morning
Without you on my mind
So you're gone and I'm haunted
And I bet you are just fine
Did I make it that easy
To walk right in and out of my life?

Goodbye, my almost lover
Goodbye, my hopeless dream
I'm trying not to think about you
Can't you just let me be?
So long, my luckless romance
My back is turned on you
I should've known you'd bring me heartache
Almost lovers always do






Ashes and Wine

Don't know what to do anymore
I've lost the only love worth fighting for
I'll drown in my tear storming sea,
That would show you, that would make you hurt like me

All the same
I don't want mudslinging games
It's such a shame
To let you walk away

Is there a chance?
A fragment of light at the end of the tunnel?
A reason to fight?
Is there a chance you may change your mind?
Or are we ashes and wine?

Don't know if our fate's already sealed
This day's spinning circus on a wheel
I'm ill with the thought of your kiss
Coffee laced intoxicating on her lips

Shut it out
I've got no claim on you now
Not allowed to wear your freedom down

Is there a chance?
A fragment of light at the end of the tunnel?
A reason to fight?
Is there a chance you may change your mind?
Or are we ashes and wine?

I'll tear myself away
That is what you need
There is nothing left to say
But

Is there a chance?
A fragment of light at the end of the tunnel?
A reason to fight?
Is there a chance you may change your mind?
Or are we ashes and wine?
The day's still ashes and wine
Or are we ashes?



De 2009, Bomb in a Birdcage, destaque para What I wouldn't do.



[apesar da melancolia não estar de forma alguma em consonância com o estado de espírito actual, faz parte banda sonora "para trabalho". Calmo, melodioso, significativo... e vivam as autoras/cantoras!]

08 setembro 2010

The Millenium Triology



Realizados pelo sueco Niels Arden Oplev e composta pelos filmes The Girl with the Dragon Tattoo, The Girl who played with fire e The Girl who kicked the hornets' nest, The Millenium Triology conta a história de Lisbeth Salander (Noomi Rapace) uma jovem institucionalizada por deitar fogo ao pai abusador. Lisbeth é uma hacker com memória visual que regularmente tem de se apresentar a um oficial de liberdade condicional. A sua vida, relativamente pacata e anónima, e sobejamente solitária é abalada por um AVC e subsequente substituição do seu oficial. O novo encarregado do processo de Lisbeth revela-se um homem abusador que chantageia e viola Lisbeth. Tentanto recuperar a sua liberdade, a jovem grava em vídeo uma das violações a que é sujeita e vira o jogo a seu favor.

Reconquistada a sua liberdade procura ajudar Mikael Blomkvist (Michael Nyqvist), um jornalista acusado de difamação num processo que envolvia um multimilionário, a encontrar Harriet Vanger, uma jovem desaparecida misteriosamente há mais de 40 anos. O desenvolvimento da história mostra intriga, inveja e conflitos familiares. Depois de salvar Mikael de morta certa, Lisbeth emigra.

A saga continua em The Girl who played with fire desta vez a história é centrada na investigação de Mikael sobre tráfico sexual na Europa de Leste e Central. A trama complexifica-se quando os jornalistas principais da história são assassinados e é identificada a impressão digital de Lisbeth na arma do crime. Crente na inocência de Lisbeth, Mikael empreende uma cruzada para provar a sua inocência descobrindo a implicação de homens influentes da sociedade sueca quer no tráfico sexual quer na tentativa de incriminação de Lisbeth. É então que ficamos a conhecer a história do pai de Lisbeth e o porquê dela lhe ter pegado fogo, a sua vida no manicómio e a morte da mãe. Desta feita, é Mikael que salva a vida de Lisbeth, depois de baleada e enterrada viva pelo pai e pelo meio-irmão.

O último filme da triologia, The Girl who kicked the hornets' nest retrata a recuperação de Lisbeth e o seu julgamento. Depois de recuperar a sua saúde, Lisbeth conta com a ajuda de Mikael para provar a sua inocência nas mortes dos jornalistas e do seu oficial (2º filme), assim como, para denunciar a corrupção do governo que a encerrou numa instituição psiquiátrica de forma abusiva quando era criança.


Baseados nos livros de Stieg Larsson, os filmes de The Millenium Triology são agradáveis surpresas. De produção europeia, brilhantemente protagonizados por Noomi Rapace, uma mulher revoltada, corajosa e chocante, em retratos crus e realistas de uma sociedade machista (o título original do 1º filme é: Homens que odeiam as mulheres), uma lição de coragem e justiça.



06 setembro 2010

Medjugorje



Quis a vida que este ano os meus passos me levassem à Bósnia-Herzegovina. Inculta em relação aos Balcãs, com esparsos saberes sobre a sua história recente, as palavras que me deslumbravam falavam-me da Croácia e do Adriático. Quis contudo uma voz mais forte e de reconhecida importância na minha vida, insistir em falar-me de uma pequena terra com pouco mais de 2 mil habitantes, situada entre montes, na Herzegovina (comunidade cristã).

Quis o chamamento ser forte, quis a vida que fosse atendido, quis eu reunir-me ao divino...
A experiência espiritual vivida, está para além da beleza natural da costa croata, das montanhas e dos vales, dos rios cor de esmeralda e dos monumentos cristãos, muçulmanos e judeus.

A dádiva recebida, os novos amigos, a paz e a calma foram o que tornaram esta viagem simplesmente maravilhosa.

Possam o sorriso e a felicidade durar.


A música inesquecível de Kraljice Mira.

23 agosto 2010

José Luís Peixoto




Demorei muito tempo a ler Peixoto. Talvez por temer a sua primeira obra: morreste-me. A homenagem sentida a um pai perdido pelas mãos de uma doença terrível que tira o sopro da vida quando ainda tanto há a respirar. Que transforma em zombie quem fica sempre nas nossas memórias, cravado no nosso corpo.

Morreste-me, é uma obra intensa, avassaladora e comovente: é o relato da morte do pai, o relato do luto, e ao mesmo tempo uma homenagem, uma memória redentora.

Um livro de culto. Excerto aqui.













Cemitério de Pianos
é, talvez, a obra que mais vendeu deste autor português que nem na aparência quer ser convencional.

"Numa Lisboa sem tempo, entre Benfica e o centro, nascem, vivem, sonham, amam, casam, trabalham e morrem as personagens deste livro. No ventre de uma oficina de carpintaria aninha-se o cemitério de pianos, instrumentos cujo mecanismo, à semelhança dos seres que os rodeiam, não está morto, encontrando-se antes suspenso entre vidas. Exílio voluntário onde se reflecte, se faz amor, lugar de leituras clandestinas, espaço recatado de adúlteros, pátio de brincadeiras infantis e confessionário de mortos, é o espaço onde se encadeiam gerações.

Os narradores – pai e filho –, em tempos diferentes, que se sobrepõem por vezes, desvendam a história da família, numa linguagem intercalada de sombras e luz, de silêncio e riso, de medo e esperança, de culpa e perdão. Contam-nos histórias de amor, urgentes e inevitáveis, pungentes, nas quais se lê abandono, violência doméstica e faltas nem sempre redimidas que, no entanto, acabam por ser resgatadas pelo poder esmagador da ternura e dos afectos. Falam-nos de morte, não para indicar o fim, mas a renovação, o elo entre as gerações e a continuação: o pai – relação entre dois Franciscos, iguais no nome e no destino, por um gerado, do outro genitor – nasce no dia da morte desse primeiro Lázaro; o filho, neto do seu homónimo, morre no dia em que a sua mulher dá à luz.

José Luís Peixoto oferece-nos um texto mágico, no qual se cruzam, numa interacção fluída, diálogos cúmplices com a grande tradição da literatura portuguesa e universal."


E sempre um pai perdido. Cemitério de Pianos é uma leitura que exige atenção de um autor que reclama um estilo próprio. uma pontuação sui generis, por vezes, surpreendente no arrojo, uma ligação entre parágrafos que poderá vir a ser contestada pelos puristas da língua portuguesa.

Espero em breve vir a ler Uma casa na escuridão.

18 agosto 2010

Os Íntimos


Inês Pedrosa num registo, dito, diferente do habitual: não retrata directamente o mundo das mulheres, mas a intimidade de um grupo de homens-amigos que nos seus convívios retrata as mulheres. Por muito que tente fugir, a mulher é sempre o centro literário da autora.
Contudo de sublinhar que, por muito independentes e ditas "modernas", as mulheres continuam a ser vistas pelos homens na sua dimensão mais decadente e dependente (pelo menos pela pena da autora).

A grande dúvida que permanece: serão homens e mulheres assim tão diferentes? Ou quererão simplesmente não ser confundidos e eternizarem a teorizada "guerra dos sexos"?

Finaliza com uma brilhante bofetada para acordar sonâmbulos que se julgam imunes aos sentimentos e à dependência do Amor.



"As palavras são sempre pedras, pedaços de fronteiras. Servem para separar, para rasgar (...) nunca enganam por completo. Nunca revelam a verdade toda"(21).

"A canalização celeste estoirou em cima de Portugal (...) o pessoal flutua (...) sensação de viver num aquário onde toda a gente bóia" (29).

"[a mulher] onde o ninho da vida se confunde com o poço da morte" (42).

"As mulheres são muita gente ao mesmo tempo. Como se trouxessem todas as variedades de vida dentro dos seus corpos. Elas são feiticeiras e anjos e putas" (51).

“O silêncio do amor – sem gargalhadas nem gritos, sem culpas nem explicações, sem embaraços nem exercícios de sedução” (67).

"A tese das almas gémeas é uma fraude, mas é verdade que há uma pequena percentagem de corpos incompatíveis, uma alta percentagem de corpos compatíveis e uma minoria de corpos feitos um para o outro" (100).

"A vida consiste na aprendizagem da frustração e do desconsolo" (108).

"O corpo queima quando o contacto com o espírito é total, e a alma não pode estar inteira" (130).

Perdoar tudo "com a convicção íntima de que o perdão é o maior desprezo que se pode oferecer a alguém" (220).

“O mundo é, desde o início, assim. Nós virados para a terra, à procura de pedras de arremesso, elas viradas para o céu, à procura de sentido e de aplauso” (245).

"Preciso do traço da caneta que liga o silêncio da morte às palavras da vida" (261).


Texto de apresentação do livro aqui.

04 agosto 2010

A Rainha sem Nome



Contracapa: «Filha de reis, mãe de reis e um nome esquecido na Ibéria dos Godos e dos povos Celtas.» Poderíamos definir assim a protagonista deste romance, uma personagem de origem desconhecida, acolhida pelos albiões, conhecedora dos segredos das artes dos druidas e que participa nos conflitos territoriais da sua época. No entanto, em breve vai descobrir a sua ascendência real e vai ser exigida pelo seu verdadeiro povo: os godos. Albión sofre a opressão de Lubbo, um tirano sanguinário que restaurou o sacrifício humano para adorar um deus arcaico que muitos desejam enterrar. A vida aprazível no vale vê-se mergulhada na luta pela sublevação, e a protegida do druida Enol é sequestrada por guerreiros de origem sueva. Jana, como é conhecida, é incumbida de proteger a taça do poder, que Enol lhe entrega com o objectivo de a afastar de Lubbo e da terrível ameaça no caso de ele se apoderar dela. Após a sua união com Aster, líder dos rebeldes e posteriormente príncipe dos albiões, Jana, a quem mais tarde acabarão por revelar a sua verdadeira identidade de princesa perdida, viaja, contra a sua vontade, rumo ao reino dos godos, para proteger os seus e cumprir um último desejo: devolver a taça sagrada aos povos do Norte. A Rainha sem Nome transporta o leitor através de uma viagem cheia de aventuras pela Península Ibérica goda e a França merovíngia. Um fascinante lapso de tempo, obscuro e desconhecido, que é oferecido ao leitor com apurada mestria literária e rigor histórico".


Para mim uma leitura compulsiva, ou não amasse a Península Ibérica e tudo o que respeita aos lígures e aos celtas. Daquelas histórias que me transportam para outros mundos de onde não consigo sair, confraternizando com as personagens, vivendo os seus dramas, mas acima de tudo, sorvendo a sua espiritualidade e os seus dilemas. Sem rasgos de linguagem, ou poesia em prosa, Gudín lê-se pelo retrato histórico.

Uma constelação de lutas pelo poder e pela riqueza territorial entre cantábricos, suevos, francos e visigodos que ocuparam a zona da Península Ibérica e da França, nos tempos bárbaros. Ainda o retrato das diferenças religiosas e da mulher enquanto objecto de troca, e da busca pela posse de um cálice (Graal dos celtas).


Nota menos para a edição: muitos erros de português e gramaticais na tradução da Difel!

25 julho 2010

L´un part, l´autre reste





Ont-ils oublié leurs promesses,
Au moindre rire, au moindre geste ?
Les grands amours n'ont plus d'adresse,
Quand l'un s'en va et l'autre reste.

N'est-il péché que de jeunesse ?
N'est-il passé que rien ne laisse ?
Les grands amours sont en détresse,
Lorsque l'un part et l'autre reste.

Reste chez toi.
Vieillis sans moi.
Ne m'appelle plus.
Efface-moi.
Déchire mes lettres.
Et reste là.
Demain peut-être,
Tu reviendras.

Geste d'amour et de tendresse,
Tels deux oiseaux en mal d'ivresse.
Les grands amours n'ont plus d'adresse,
Quand l'un s'en va et l'autre reste.

Sont-ils chagrins dès qu'ils vous blessent ?
Au lendemain de maladresses,
Les grands amours sont en détresse,
Lorsque l'un part, et l'autre reste.

De tristes adieux.
Que d'illusions !
Si c'est un jeu,
Ce sera : Non !
Rends-moi mes lettres.
Et reste là.
Demain peut-être.
Tu comprendras.

De tristes adieux.
Que d'illusions !
Si c'est un jeu,
Ce sera : Non !
Rends-moi mes lettres.
Et reste là.
Demain peut-être.
Tu comprendras.

Ils n'oublieront pas leurs promesses.
Ils s'écriront aux mêmes adresses.
Les grands amours se reconnaissent,
Lorsque l'un part et l'autre reste.


by Charlotte Gainsbourg

16 julho 2010

Bon Jovi - Bed Of Roses





[the truth is baby you are all that I need, all that I want... I wanna be just this close and lay with you down a bed of roses... though we still so far away]

13 julho 2010

Legion



O que resta à humanidade quando Deus perde a fé nela? Ordena a sua destruição.
Com o apocalipse anunciado - qual segundo dilúvio - a esperança deixa de existir. nada mais há a salvar.
É então que o grande guerreiro decide desobedecer. ainda há pessoas pelas quais vale a pena ter esperança, pessoas que fazem a diferença, aquelas que nunca desistem. por elas, Miguel cai, corta as asas e luta contra todas as epidemias, os testes de força e de fraqueza.
Miguel tem uma missão: assegurar que a esperança continue a existir, personificada num bebé por nascer, protegida por uma pessoa das que vale a pena, das que não deixou de lutar, apesar de abandonado pela mãe, explorado ou ignorado pelo pai, mal amado pela mulher que adora.

no embate de titãs com Gabriel, Miguel é chacinado, mas na hora da verdade é salvo por Ele. afinal, o filho rebelde mostrara-Lhe que a humanidade ainda pode ser salva.

e no diálogo derradeiro descobre-se o enigma: «you gave Him what He ask, I gave Him what He needed».

nós nunca sabemos o que precisamos. perdemos tempo a pedir o que queremos e declaramo-nos infelizes quando não o atingimos. mas, de uma forma ou de outra nós só alcançaremos aquilo de que precisamos, quando estivermos preparados para o reconhecer.


Um filme de Scott Charles Stewart, com o britânico Paul Bettany (Michael); o canadiano Kevin Durand (Gabriel), Lucas Balck (Jeep), Dennis Quaid (Bob).

When God chose your kind as the object of His love, I was the first in all of heaven to bow down before you. My love, my hope for mankind was no less than His. But I have watched you trample that gift. I have watched you kill each other over race and greed... waging war over dust and rubble and the words in old books. And yet, in the midst of all this darkness, I see some people who will not be bowed. I see some people who will not give up, even when they know all hope is lost. Some people, who realize being lost is so close to being found. I see you, Jeep. Fifteen years old, your mother leaves. Your father withdraws from the world and you spend the next five years of your young life helping him find his way home. You love a woman who bears the child of another and you love her with no thought of yourself, even though you know she may never love you the way you love her. You, Jeep... you are the reason I still have faith.





11 julho 2010

sempre ausente





diz-me que solidão é essa

que te põe a falar sozinho
diz-me que conversa
estás a ter contigo

diz-me que desprezo é esse
que não olhas p'ra quem quer que seja
ou pensas que não existe
ninguém que te veja

que viagem é essa
que te diriges em todos os sentidos
andas em busca dos sonhos perdidos

lá vai o maluco
lá vai o demente
lá vai ele a passar
assim te chama toda essa gente

mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar (3x)

diz-me que loucura é essa
que te veste de fantasia
diz-me que te liberta
de vida vazia

diz-me que distância é essa
que levas no teu olhar
que ânsia e que pressa
que queres alcançar

que viagem é essa
que te diriges em todos os sentidos
andas em busca dos sonhos perdidos

lá vai o maluco
lá vai o demente
lá vai ele a passar
assim te chama toda essa gente

mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar (2x)

mas eu estou sempre ausente e não me conseguem alcançar

não me conseguem alcançar (3x)


[homenagem a todas as pessoas que aproveitam estas palavras para me definir... mas que pouco fazem para me alcançar... também dizem que tenho a passada muito larga!]

07 julho 2010

Christophe

Aline, Je ne t'aime plus, Ne raccroche pas eram referências, o resto veio graças à Sylvie. Há coisas que estão e ficam na memória e por vezes é bom revivê-las...



Aline









Les mots bleus





Il est six heures au clocher de l'église
Dans le square les fleurs poétisent
Une fille va sortir de la mairie
Comme chaque soir je l'attends
Elle me sourit
Il faudrait que je lui parle
A tout prix

Je lui dirai les mots bleus
Les mots qu'on dit avec les yeux
Parler me semble ridicule
Je m'élance et puis je recule
Devant une phrase inutile
Qui briserait l'instant fragile
D'une rencontre
D'une rencontre

Je lui dirai les mots bleus
Ceux qui rendent les gens heureux
Je l'appellerai sans la nommer
Je suis peut-être démodé
Le vent d'hiver souffle en avril
J'aime le silence immobile
D'une rencontre
D'une rencontre

Il n'y a plus d'horloge, plus de clocher
Dans le square les arbres sont couchés
Je reviens par le train de nuit
Sur le quai je la vois
Qui me sourit
Il faudra bien qu'elle comprenne
A tout prix

Je lui dirai les mots bleus
Les mots qu'on dit avec les yeux
Toutes les excuses que l'on donne
Sont comme les baisers que l'on vole
Il reste une rancœur subtile
Qui gâcherait l'instant fragile
De nos retrouvailles
De nos retrouvailles

Je lui dirai les mots bleus
Ceux qui rendent les gens heureux
Une histoire d'amour sans paroles
N'a plus besoin du protocole
Et tous les longs discours futiles
Terniraient quelque peu le style
De nos retrouvailles
De nos retrouvailles



e ainda: oh mon amour; Parle lui de moi;

25 junho 2010

Dom Dinis com música



É verdade que a wikipedia tem muitos defeitos, mas como qualquer coisa na vida, por vezes surpreende-nos.

Em 1990, Harvey L. Sharer, medievalista americano, encontrava-se na Torre do Tombo em trabalhos de investigação de fragmentos de pergaminhos de encadernações (era uso normal utilizar pergaminhos para embrulhar códices) quando se deparou com um fragmento do século XIV contendo uma notação musical que revela excertos de sete cantigas de autoria de Dom Dinis, o Lavrador.

Apesar de se saber desde o Pergaminho Vindel (início do século XX, contém cantigas de Martin Codax), que a poesia galaico-portuguesa incluía música e que a mesma era cantada, nunca havia sido descoberta uma notação musical que permitisse desvendar a música das cantigas.

A imagem do Pergaminho Sharrer pode ser encontrada aqui.


Fonte: Harvey L. Sharrer. The discovery of seven cantigas d'amor by Dom Dinis with musical notation. Hispania 74, May 1991.


Proençaes soen mui ben trobar e dizen eles que é con amor; mais os que troban no tempo da frol e non en outro, sei eu ben que non an tan gran coita no seu coraçon qual m'eu por mha senhor vejo levar.

Pero que troban e saben loar
sas senhores o mais e o melhor
que eles poden, soõ sabedor
que os que troban quand'a frol sazon
á, e non ante, se Deus mi perdon,
non an tal coita qual eu ei sen par.

Ca os que troban e que s'alegrar van eno tempo que ten a color a frol consigu', e, tanto que se for aquel tempo, logu'en trobar razon non an, non viven [en] qual perdiçon oj'eu vivo, que pois m'á-de matar.

El-Rei D. Dinis, CV 127, CBN 489

20 junho 2010

Um abraço que me desperte



.. .. ..

Dá-me um abraço que seja forte

E me conforte a cada canto
Não digas nada que o nada é tanto
E eu não me importo
.. .. ..

Dá-me um abraço fica por perto
Neste aperto tão pouco espaço
Não quero mais nada, só o silêncio
Do teu abraço
.. .. ..

Já me perdi sem rumo certo
Já me venci pelo cansaço
E estando longe, estive tão perto
Do teu abraço
.. .. ..

Dá-me um abraço que me desperte
E me aperte sem me apertar
Que eu já estou perto abre os teus braços
Quando eu chegar
.. .. ..

É nesse abraço que eu descanso
Esse espaço que me sossega
E quando possas dá-me outro abraço
Só um não chega
.. .. ..

Já me perdi sem rumo certo
Já me venci pelo cansaço
E estando longe, estive tão perto
Do teu abraço


17 junho 2010

Heroes & Saints








Turn the lights down
Rest your case
Leave me lonely, sugar
This honeymoon is alright
State your rights lightly
Leave your wicked minds outside
Time has come, to rest these tired eyes
Forever on, these sacred given vows will sit around by me

They're stronger than anything, than anything

Night is alright
Night is okay
Inside your arms the right fire
God forbid, we'll get ourselves burned!
Heroes and saints, better stand by our side now
By our side

Reason says -
Please don't break,
Fortune is the way it swings
Surely we'll get by.
Treason lives, and whenever I preach
Deep within, these promises fade.
For lullaby song on these nights of ours
Place our bets in here
To be stronger than anything
Than anything

Night is alright
Night is okay
Inside your arms the right fire
God forbid, we'll get ourselves burned!
Heroes and saints, better stand by our side now

Night is alright
Night is okay
Inside your arms the right fire
God forbid, we'll get ourselves burned!
Heroes and saints stand by our side now

Night is alright
Night is okay
Inside your arms the right fire
God forbid, we'll get ourselves burned!
Heroes and saints stand by our side now

On these lonely nights of ours

15 junho 2010

Paris, toujour et plus jamais


[Ou ma vie à vraiment changer]


O projecto é artístico e monumental: à semelhança da capital que celebra.
Paris está novamente nas bocas do mundo graças ao seu contributo cultural (não se atrevam a perguntar porque amo Paris e a cultura francesa!). Tudo graças a um projecto intitulado: "Paris 26 gigapixels".

Dois fotógrafos franceses, Arnaud Frich e Martin Loyer, e uma empresa de informática criaram uma foto panorâmica em 220º de Paris com 26 bilhões de pixéis que, segundo eles, seria a maior imagem digital do mundo. Para compô-la, os fotógrafos tiraram 2346 fotos da capital francesa, que foram reunidas numa só imagem panorâmica de 26 bilhões de pixéis por um programa de computador criado pela empresa Kolor.

A fotografia em altíssima resolução ocuparia dois estádios de futebol caso fosse impressa, afirmam os autores do projecto Paris 26 Gigapixels.

Aqui fica o link:
http://www.paris-26-gigapixels.com/index-en.html


07 junho 2010

wish you were here

Hold me for a while







Wish you were here





[preciso de uma nova banda sonora, senão ainda corto os pulsos... a verdade é que sim: sinto muito a tua distância... I have fellings for you babe, do you still feel the same (...) heaven in our eyes]

03 junho 2010

João Aguiar (1943-2010)



João Aguiar, jornalista e romancista português, imortalizado pela colecção juvenil Bando dos Quatro. Autor português, representou os mistérios da portugalidade, os mitos eternos do ser português, aventurou-se pela literatura infanto-juvenil e... deixa uma marca incontornável no imaginário colectivo nacional e a evidência que «a história pode ser um romance».

Publicado pela Asa, João Aguiar pode ser encontrado em: A Voz Dos Deuses (1984; O Homem Sem Nome (1986); O Trono Do Altíssimo (1988); O Canto Dos Fantasmas (1990); Os Comedores De Pérolas (1992); A Hora De Sertório (1994); A Encomendação Das Almas (1995); O Navegador Solitário (1996); O Bando Dos Quatro (1997); Inês De Portugal (1997); O Dragão De Fumo (1998); A Catedral Verde (2000); Diálogo Das Compensadas (2001); Uma Deusa Na Bruma (2003); O Sétimo Herói (2004); O Priorado do Cifrão (2008)




Da minha biblioteca, recomendo os romances históricos: A Voz dos Deuses
Em 147 a.C., alguns milhares de guerrilheiros lusitanos encontram-se cercados pelas tropas do pretor Caio Vetílio. Em princípio, trata-se apenas de mais um episódio da guerra que a República Romana trava há longos anos para se apoderar da Península Ibérica. Mas os Lusitanos, acossados pelo inimigo, elegem um dos seus e entregam-lhe o comando supremo. Esse homem, que durante sete anos vai ser o pesadelo de Roma, chama-se Viriato.
Entre 147 e 139, ano em que foi assassinado, Viriato derrotou sucessivos exércitos romanos, levou à revolta grande parte dos povos ibéricos e foi o responsável pelo início da célebre Guerra de Numância.
Viriato foi um verdadeiro génio militar, político e diplomático. Mas, sobretudo, Viriato foi o defensor de um mundo que morria asfixiado pelo poderio romano: o mundo em que mergulham as raízes mais profundas de Portugal e de Espanha. É esse mundo, já então em declínio, que este livro tenta evocar.
Aquando do seu aparecimento, em 1984, Fernando Assis Pacheco escreveu serem raras as estreias com tanta qualidade. Depois disso, A Voz dos Deuses, ao longo de sucessivas edições, tornou-se um "clássico" do romance histórico português contemporâneo.


Uma Deusa na Bruma

Em meados do século II a.C., as gentes de Entre-Douro-e-Minho viviam, com razoável inconsciência, os derradeiros anos da sua civilização.
No Leste e no Sul da Península Ibérica, a República Romana já se implantara e as suas legiões procuravam alargar esse domínio, mas no Noroeste a ameaça parecia longínqua, tanto mais que os Numantinos e os Lusitanos mostravam ser um formidável obstáculo ao avanço romano, sobretudo a partir do momento em que um certo guerreiro, chamado Viriato, assumira a chefia da resistência lusitana. Mas, de súbito, estes obstáculos caem: Numância submete-se, ainda que temporariamente, e Viriato é morto à traição. E o procônsul Décimo Júnio Bruto marcha para Norte, passa o Tejo, entra na Lusitânia e aproxima-se das margens do Douro...
É este o cenário histórico de Uma Deusa na Bruma, cuja acção é contemporânea da de um outro romance do autor, A Voz dos Deuses, mas centrada, agora, na Cividade de Terroso (Póvoa de Varzim), procurando evocar o que seria a civilização castreja na fase imediatamente anterior à romanização.


Inês de Portugal
Castelo de Santarém, num dia do ano de Cristo de 1359.
Enquanto El-Rei D. Pedro I corre a caça pelos campos, os seus conselheiros Álvaro Pais e João Afonso Tello esperam com sombria ansiedade a chegada de dois prisioneiros, Álvaro Gonçalves e Pero Coelho, dois dos "matadores" de Inês de Castro (o terceiro, Diogo Lopes Pacheco, logrou fugir e refugiou-se em França). A esses homens havia sido solenemente prometido perdão, mas o Rei, decidido a vingar a única mulher que amou, quebrou o juramento feito, e agora eles vêm, debaixo de ferros, a caminho de Santarém.
É este o ponto de partida de Inês de Portugal. Mas ao longo das suas páginas é toda a história de Pedro e Inês que João Aguiar reconstrói, abordando pela primeira vez um tema histórico posterior à Nacionalidade e fazendo-o desde logo com um dos mitos maiores da nossa consciência de Nação.
O presente romance baseia-se no guião que o autor escreveu, em colaboração com o realizador, para o filme homónimo de José Carlos de Oliveira.

[até sempre]

01 junho 2010

SoA - Sons of Anarchy


Charlie Hunnam, Ron Perelman, Kattey Segall, Kim Coates, Tommy Flannagan... entre outros, no elenco da série líder de audiências do canal cabo FX.

SoA conta a história de um clube de motoqueiros que domina Charming, uma cidade californiana. Se a primeira série retrata as «escapadelas» constantes dos meninos à polícia, o seu negócio de armas e a luta pelo impedimento da chegada do tráfico de drogas e de prostituição a Charming, a segunda série abandona os clichés do bandido-motoqueiro-sujo-bruto-viciado-em-pussy para se revelar uma verdadeira imprevisibilidade de dissabores para os heróis.

A chegada do comerciante de charutos Zobelle, com a Liga Nacionalista pela Supremacia Branca, a Charming vai virar a cidade do avesso. Gemma, a matriarca é violada, os SoA são presos, perdem o negócio das armas, assumem-se como sócios do negócio da pornografia, Luann a realizadora porno é mortalmente espancada... enfim, uma sucessão de «maus negócios» que leva Jax a querer abandonar os SoA, Opie a descobrir que foi Tig que matou a mulher, Piney a tentar matar Clay, Tara a perder o emprego... e Stahl e Hale a unirem-se aos SoA para os ajudar a expulsar Zobelle e a sua equipa. Será que vão conseguir?

[ainda não cheguei ao fim da season, mas já anseio pela 3ª temporada. Decididamente, gosto de bandidos com coração...]


31 maio 2010

The Old Ways





The pounding sea is calling me home to you
The pounding sea is calling me unto you

On a dark new year's night

On the west coast of Clare

I heard your voice singing

Your eyes danced the song

Your hands played the tune

T'was a vision before me.


We left the music behind and the dance carried on

As we stole away to the seashore

And we smelt the brine, felt the wind in our hair

And with sadness you paused.


Suddenly I knew that you'd have to go

Your world was not mine, your eyes told me so

Yet it was there I felt the crossroads of time

And I wondered why.


As we cast our gaze on the tumbling sea

A vision came o'er me

Of thundering hooves and beating wings
In clouds above.
Turning to go heard you calling my name,

Like a bird in a cage spreading its wings to fly

"The old ways are lost," you sang as you flew

And I wondered why.

The thundering waves are calling me home to you

The pounding sea is calling me home unto you



[o Vi diz que sou eu a falar. Isto depois de ter levado com os meus desabafos e de ter feito um esforço monumental para me por a rir... desde o ponto mais ocidental da Europa, do meio do oceano... afinal há uma música que expressa esta angústia, esta expressão melancólica no meu sentir]