hypnosi(a)s
quem nada tem nada pode perder, mas quem arrisca pode ganhar tudo... 'sem a loucura que é o homem mais que a besta sadia, cadáver adiado que procria?' [Fernando Pessoa, D. Sebastião]
22 março 2020
Honey (by Noble)
If I leave here tomorrow know you’ll be on my mind If I leave here tomorrow, honey, don’t cry ‘cause your love, your love will be the light Everything, everything will be alright I will love you if you let me I will give my heart to you, I will give my heart to you If I leave here tomorrow know you’ll be in my heart If I leave here tomorrow, honey, just smile ‘cause your love, your love will be the light Everything, everything will be alright I will love you if you let me I will give my heart to you, I will give my heart to you I will hold you when you need me I will give my love to you, I will give my love to you Love, love, love, love… ℗ © Metrosonic Records
21 março 2020
Dans la Brume (2018)
Estes dias que nem são dias têm-me permitido ver filmes arquivados, adquiridos durante períodos de férias ou pausa.
Em pleno estado de emergência e isolamento social parece que nada é urgente, dá até para ver filmes e escrever sobre eles. Por estes dias, várias são as constatações de algumas "preparações" que inconscientemente fui fazendo.
O "Dans la Brume" parece ter sido escolhido de propósito.
Filme francês (e sim, o francês tem sido de algum conforto por estes dias), protagonizado por Romain Duris e Olga Kurylenko, conta a história de um casal parisiense com uma filha com uma doença rara que a obriga a viver dentro de uma bolha hermética. Um dia, um terramoto leva ao surgimento de uma bruma misteriosa e mortal, todos quantos a respiram morrem, excepto as crianças. Como a bruma vem do solo, Anna e Mathieu (os pais) conseguem refugiar-se na casa de um casal idoso que vive no último andar do prédio.
A história desenrola-se nas várias tentativas dos pais obterem oxigénio e, por todos os meios, tentarem salvar a filha, primeiro assegurando a bateria da bolha, depois procurando um fato especial para a retirar da bolha e levar para um local que pensam mais seguro.
Mas o destino está traçado e ninguém controla a bruma.
Uma lição que mostra como a natureza não perdoa e o homem é um ser pequeno e impotente, por mais lutador e determinado que seja.
Também uma história de esperança, dando a outros protagonistas o controlo que nunca tiveram, a independência com que nem sonhavam. A salvação de quem sofre em agonia e a perda de controlo de quem carregava a obrigação quotidianamente.
Para refletir.
Em pleno estado de emergência e isolamento social parece que nada é urgente, dá até para ver filmes e escrever sobre eles. Por estes dias, várias são as constatações de algumas "preparações" que inconscientemente fui fazendo.
O "Dans la Brume" parece ter sido escolhido de propósito.
Filme francês (e sim, o francês tem sido de algum conforto por estes dias), protagonizado por Romain Duris e Olga Kurylenko, conta a história de um casal parisiense com uma filha com uma doença rara que a obriga a viver dentro de uma bolha hermética. Um dia, um terramoto leva ao surgimento de uma bruma misteriosa e mortal, todos quantos a respiram morrem, excepto as crianças. Como a bruma vem do solo, Anna e Mathieu (os pais) conseguem refugiar-se na casa de um casal idoso que vive no último andar do prédio.
A história desenrola-se nas várias tentativas dos pais obterem oxigénio e, por todos os meios, tentarem salvar a filha, primeiro assegurando a bateria da bolha, depois procurando um fato especial para a retirar da bolha e levar para um local que pensam mais seguro.
Mas o destino está traçado e ninguém controla a bruma.
Uma lição que mostra como a natureza não perdoa e o homem é um ser pequeno e impotente, por mais lutador e determinado que seja.
Também uma história de esperança, dando a outros protagonistas o controlo que nunca tiveram, a independência com que nem sonhavam. A salvação de quem sofre em agonia e a perda de controlo de quem carregava a obrigação quotidianamente.
Para refletir.
16 dezembro 2017
Eternity
i carry your heart with me (i carry it in
my heart) i am never without it (anywhere
i go you go, my dear; and whatever is done
by only me is your doing, my darling)
i fear
no fate (for you are my fate, my sweet) i want
no world (for beautiful you are my world, my true)
and it's you are whatever a moon has always meant
and whatever a sun will always sing is you
here is the deepest secret nobody knows
(here is the root of the root and the bud of the bud
and the sky of the sky of a tree called life; which grows
higher than soul can hope or mind can hide)
and this is the wonder that's keeping the stars apart
i carry your heart (i carry it in my heart)
my heart) i am never without it (anywhere
i go you go, my dear; and whatever is done
by only me is your doing, my darling)
i fear
no fate (for you are my fate, my sweet) i want
no world (for beautiful you are my world, my true)
and it's you are whatever a moon has always meant
and whatever a sun will always sing is you
here is the deepest secret nobody knows
(here is the root of the root and the bud of the bud
and the sky of the sky of a tree called life; which grows
higher than soul can hope or mind can hide)
and this is the wonder that's keeping the stars apart
i carry your heart (i carry it in my heart)
e.e. cummings
26 novembro 2017
The Healer (2017)
Dedicado a Paul Newman e à sua obra com crianças com cancro, The Healer conta uma história de fé, mas sobretudo uma lição de vida.
No apelo de Abigail aprendemos a necessidade de respirar; de recuperar o ritmo da nossa respiração para que ela seja notada, para que não a esqueçamos no ritmo alucinado do rancor, da queixa, do pormenor da preocupação.
Lembra-nos também a necessidade de estarmos preparados e aceitarmos, mesmo que no momento pensemos que não somos capazes... a verdade é que Ele escolhe os guerreiros na medida da batalha.
No apelo de Abigail aprendemos a necessidade de respirar; de recuperar o ritmo da nossa respiração para que ela seja notada, para que não a esqueçamos no ritmo alucinado do rancor, da queixa, do pormenor da preocupação.
Lembra-nos também a necessidade de estarmos preparados e aceitarmos, mesmo que no momento pensemos que não somos capazes... a verdade é que Ele escolhe os guerreiros na medida da batalha.
10 setembro 2017
Jigsaw Falling Into Place
Just as you take my hand
Just as you write my number down
Just as the drinks arrive
Just as they play your favourite song
As the magic disappears
No longer wound up like a spring
Before you've had too much
Come back and focus again
The walls abandon shape
You've got a cheshire cat grin
All blurring into one
This place is on a mission
Before the night owl
Before the animal noises
Closed circuit cameras
Before you're comatose
Before you run away from me
Before you're lost between the notes
The beat goes round and round
The beat goes round and round
I never really got there
I just pretended that I had
What's the point of instruments
Words are a sawed off shotgun
Come on and let it out
Before you run away from me
Before you're lost between the notes
Just as you take the mic
Just as you dance, dance, dance
Jigsaws falling into place
There is nothing to explain
Regard each other as you pass
She looks back, you look back
Not just once
Not just twice
Wish away the nightmare
Wish away the nightmare
You've got a light you can feel it on your back
You've got a light you can feel it on your back
Jigsaws falling into place
Just as you write my number down
Just as the drinks arrive
Just as they play your favourite song
As the magic disappears
No longer wound up like a spring
Before you've had too much
Come back and focus again
The walls abandon shape
You've got a cheshire cat grin
All blurring into one
This place is on a mission
Before the night owl
Before the animal noises
Closed circuit cameras
Before you're comatose
Before you run away from me
Before you're lost between the notes
The beat goes round and round
The beat goes round and round
I never really got there
I just pretended that I had
What's the point of instruments
Words are a sawed off shotgun
Come on and let it out
Before you run away from me
Before you're lost between the notes
Just as you take the mic
Just as you dance, dance, dance
Jigsaws falling into place
There is nothing to explain
Regard each other as you pass
She looks back, you look back
Not just once
Not just twice
Wish away the nightmare
Wish away the nightmare
You've got a light you can feel it on your back
You've got a light you can feel it on your back
Jigsaws falling into place
17 julho 2017
Doctor Strange (2016)
Benedict Cumberbatch é Doctor Strange um brilhante neurocirurgião de ego inchado que de um dia para o outro vê a sua vida completamente alterada. O que pode um neurocirurgião fazer sem mãos?
Numa tentativa desesperada de recuperar o que perdeu, embarca numa viagem para o oriente onde uma promessa de cura lhe parece demasiado difícil e fantasiosa.
Para quem só vê e só acredita em matéria, imaginar dimensões astrais, poder do espírito, magia, fé... um multiuniverso, vida eterna... enfim todo o irracional personificado na "Ser Anciã" a magnífica Tilda Swinton.
Uma metáfora para aprender para além do imediato. Afinal, tudo muda num segundo e quando se parte, poderemos não regressar. Não nos cabe a nós fazer planos.
Confiemos.
Numa tentativa desesperada de recuperar o que perdeu, embarca numa viagem para o oriente onde uma promessa de cura lhe parece demasiado difícil e fantasiosa.
Para quem só vê e só acredita em matéria, imaginar dimensões astrais, poder do espírito, magia, fé... um multiuniverso, vida eterna... enfim todo o irracional personificado na "Ser Anciã" a magnífica Tilda Swinton.
Uma metáfora para aprender para além do imediato. Afinal, tudo muda num segundo e quando se parte, poderemos não regressar. Não nos cabe a nós fazer planos.
Confiemos.
09 julho 2017
The Light Between Oceans (2016)
Gosto de ver filmes que me acrescentem algo: seja conhecimento (históricos, biográficos), seja imaginação ou "leveza". Gosto particularmente dos que me emocionam, dos que me fazem sentir uma dor no peito ou uma alegria dançante. Gosto de lições, de ensinamentos que me fazem esquecer o dia a dia mas me fazem pensar sobre o que sou e gostaria de ser, onde estou e onde gostaria de estar.
The Light Between Oceans é um destes filmes. Tom (Fassbender) veterano de guerra sente a sua vida acabada e propõe-se ocupar o lugar de faroleiro na ilha de Janus. Uma posição que obriga ao isolamento, a viver sozinho de e para uma luz que encaminha barcos na imensidão do oceano. Passa os dias em tarefas de reparação, limpeza, manutenção do farol, de uma casa e em tarefas agrícolas numa pequena horta. Vigia o infinito oceano, não porque espera a chegada de reabastecimento ou visitas, mas para uma simples ocupação do olhar, da mente, do tempo.
[Quantas vezes me imagino numa situação idêntica: vácuo na mente, o barulhar do mar, o vento forte na fronte e o por do sol. Sem sentir a angústia da obrigação, os deveres rancorosos a imporem-se ao tempo, sem a escuridão de não saber o que dizer]
Tom sentia que depois das mortes e do sofrimento da guerra, não merecia mais vida, mas os planos de Deus são insondáveis. Ao regressar momentaneamente à vila para abastecimento conhece melhor Isabel (Vikander) com quem começa a corresponder-se e por quem se apaixona. Casam e Isabel vai para a ilha viver com Tom. Feliz com Tom, mas infeliz na maternidade, Isabel sofre dois abortos espontâneos numa fase avançada da gravidez.
Ainda mal enterrado o segundo filho, Tom avista um barco naufragado a aproximar-se da margem e chama Isabel. Ao chegarem junto ao bote encontram um homem morto e um bebé a chorar copiosamente. Isabel apronta-se a cuidar da menina e pede a Tom que a assumam como a criança que deveriam ter tido e perderam. Relutante, Tom acede à súplica da mulher guardando o remorso no peito.
Numa visita à vila, Tom vê Hannah no cemitério em pranto e um amigo conta-lhe a história da viúva, que Tom reconhece como sendo a mãe da bebé que salvou. Tolhido pela culpa envia-lhe uma carta dizendo que o marido teve sepultura digna e que a filha está bem e amada. Passados dois anos, Tom volta a escrever a Hannah dando-lhe pistas suficientes para que a polícia descubra o paradeiro da menina e o prenda.
As pessoas são responsáveis pelas suas acções e ao quebrar as regras muitas são as consequências, pessoais e para terceiros. Tom não pode viver com a culpa e a mentira, mas também não conseguiu negar à mulher, devastada pela perda, a graça de poder ter uma criança, mesmo não sendo sua. Tom assume todas as responsabilidades, ilibando a mulher... e esta mente não o conseguindo perdoar referindo que Frank ainda estava vivo quando o encontraram.
Isabel acusa o marido e Hannah de não pensarem no melhor para Lucy e a criança sofre por ter de viver com Hannah que não reconhece como mãe. É então que Hannah procura Isabel e lhe oferece a filha a troco do testemunho dela contra o marido.
Será o amor de Isabel pelo marido maior que o seu amor por Lucy? Será a vontade de ficar com a menina maior que a verdade? Lucy era tudo o que Isabel queria, a sua filha, a sua razão de viver? Mas Tom sempre fora um bom marido e estava a assumir responsabilidades que não eram totalmente suas, arriscando-se a morrer pelo amor a Isabel.
Amor
Culpa
Verdade
Perdão
Clemência
The Light Between Oceans é tudo isso. Lições consecutivas sobre as consequências dos nossos actos. Mesmo quando pensamos que estamos a fazer o correcto, nunca sabemos quais são as consequências do que fazemos. Devemos contudo estar preparados para as assumir, mesmo que esse assumir implique grandes sofrimentos, perdas... porque do assumir emerge a Verdade, da verdade a Clemência e no meio disto tudo estará sempre, sempre... a Luz do Amor.
The Light Between Oceans é um destes filmes. Tom (Fassbender) veterano de guerra sente a sua vida acabada e propõe-se ocupar o lugar de faroleiro na ilha de Janus. Uma posição que obriga ao isolamento, a viver sozinho de e para uma luz que encaminha barcos na imensidão do oceano. Passa os dias em tarefas de reparação, limpeza, manutenção do farol, de uma casa e em tarefas agrícolas numa pequena horta. Vigia o infinito oceano, não porque espera a chegada de reabastecimento ou visitas, mas para uma simples ocupação do olhar, da mente, do tempo.
[Quantas vezes me imagino numa situação idêntica: vácuo na mente, o barulhar do mar, o vento forte na fronte e o por do sol. Sem sentir a angústia da obrigação, os deveres rancorosos a imporem-se ao tempo, sem a escuridão de não saber o que dizer]
Tom sentia que depois das mortes e do sofrimento da guerra, não merecia mais vida, mas os planos de Deus são insondáveis. Ao regressar momentaneamente à vila para abastecimento conhece melhor Isabel (Vikander) com quem começa a corresponder-se e por quem se apaixona. Casam e Isabel vai para a ilha viver com Tom. Feliz com Tom, mas infeliz na maternidade, Isabel sofre dois abortos espontâneos numa fase avançada da gravidez.
Ainda mal enterrado o segundo filho, Tom avista um barco naufragado a aproximar-se da margem e chama Isabel. Ao chegarem junto ao bote encontram um homem morto e um bebé a chorar copiosamente. Isabel apronta-se a cuidar da menina e pede a Tom que a assumam como a criança que deveriam ter tido e perderam. Relutante, Tom acede à súplica da mulher guardando o remorso no peito.
Numa visita à vila, Tom vê Hannah no cemitério em pranto e um amigo conta-lhe a história da viúva, que Tom reconhece como sendo a mãe da bebé que salvou. Tolhido pela culpa envia-lhe uma carta dizendo que o marido teve sepultura digna e que a filha está bem e amada. Passados dois anos, Tom volta a escrever a Hannah dando-lhe pistas suficientes para que a polícia descubra o paradeiro da menina e o prenda.
As pessoas são responsáveis pelas suas acções e ao quebrar as regras muitas são as consequências, pessoais e para terceiros. Tom não pode viver com a culpa e a mentira, mas também não conseguiu negar à mulher, devastada pela perda, a graça de poder ter uma criança, mesmo não sendo sua. Tom assume todas as responsabilidades, ilibando a mulher... e esta mente não o conseguindo perdoar referindo que Frank ainda estava vivo quando o encontraram.
Isabel acusa o marido e Hannah de não pensarem no melhor para Lucy e a criança sofre por ter de viver com Hannah que não reconhece como mãe. É então que Hannah procura Isabel e lhe oferece a filha a troco do testemunho dela contra o marido.
Será o amor de Isabel pelo marido maior que o seu amor por Lucy? Será a vontade de ficar com a menina maior que a verdade? Lucy era tudo o que Isabel queria, a sua filha, a sua razão de viver? Mas Tom sempre fora um bom marido e estava a assumir responsabilidades que não eram totalmente suas, arriscando-se a morrer pelo amor a Isabel.
Amor
Culpa
Verdade
Perdão
Clemência
The Light Between Oceans é tudo isso. Lições consecutivas sobre as consequências dos nossos actos. Mesmo quando pensamos que estamos a fazer o correcto, nunca sabemos quais são as consequências do que fazemos. Devemos contudo estar preparados para as assumir, mesmo que esse assumir implique grandes sofrimentos, perdas... porque do assumir emerge a Verdade, da verdade a Clemência e no meio disto tudo estará sempre, sempre... a Luz do Amor.
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