30 março 2014

El Museo de La Distancias Rotas

Música final do filme "The city of your final destination", a história de Omar cuja carreira académica depende da redacção da biografia de um autor americano que se suicidara. A família não autoriza a biografia e Omar é pressionado a viajar até Ocho Rios à propriedade da família do escritor. Aí descobre um novo sentido para a vida e percebe que afinal o seu sonho está para além da carreira académica e de uma biografia de um autor. É quando Omar decide "escrever" a sua história, que começa a viver verdadeiramente!

Depois de uma lição de vida, de um filme inspiracional com Anthony Hopkins, Charlotte Gainsburg e Laura Linney, surge Jorge Drexler e El museo de las distancias rotas.

 


El museo de las distancias rotas
Se quedaba con lo que me decías
Tú dejabas con cuentagotas
Tu vida en la mía, tu vida en la mía.

Un silencio que llego de lejos
Fue a ocupar mi corazón vacío
De la pena que se llevó flotando el río.

Cada cual a merced de su corriente
Y a merced de la gravedad, el velo
De pronto el tiempo quedó latente
Tu mano en mi pelo, tu mano en mi pelo.

Y un silencio con tus mismos ojos
Fue a ocupar mi corazón vacío
De la pena que se llevó flotando el río,
De la pena que se llevó flotando el río.



09 março 2014

Dallas Buyers Club (2013)

Talvez O filme de 2013, baseado na história verídica de Ron Woodroof, um electricista com uma vida errática marcada por excessos de álcool, apostas, rodeos, droga e sexo.

Um dia o corpo vacila e é-lhe diagnosticado o vírus do HIV que entretanto dera lugar à doença da SIDA. Entre revolta com a situação e a determinação para mudar a sua situação, acaba por criar um esquema de medicinas alternativas para se ajudar e para ajudar todos os excluídos pelo sistema e afectados pela doença, numa luta desigual com as grandes farmacêuticas.



Quando finalmente vi este filme já conhecia a história e já  Matthew McConaughey tinha sido aclamado pela crítica e recebido o Globo de Ouro. Contudo, apenas depois de me desiludir com o The Wolf of Wall Street me predispus a dar uma oportunidade a mais um nomeado (tenho uma certa alergia ao mainstream, reconheço).

Não tenho grande simpatia por filmes que se alimentam da decadência humana escolhida e Dallas Buyers Club começa por mostrar o quão estúpidos podemos ser quando não nos importamos com a vida e apenas procuramos emoções fugazes e fugas constantes do que somos. Todavia, Ron é completamente ambivalente. Nota-se o desleixo, a desonestidade e o menosprezo pelo risco, da mesma forma que se vê a vontade de viver e de o fazer com emoção e adrenalina. Perante a doença, recrimina-se pelas opções que tomou, mas não desiste de procurar uma solução recusando a fatalidade da morte.

Graças à sua determinação e vontade de ajudar os condenados pelo sistema, arrisca ainda mais a vida e a liberdade, gasta todo o dinheiro que tem e angaria. Faz novos amigos que embarcam com ele na aventura de uma vida condenada e consegue transformar a sentença de 30 dias de vida em quase sete anos de serviço, sem baixar os braços e perdendo os melhores amigos pelo caminho.

 Apesar da ambivalência, Ron é leal, retribui amizades e revela verdadeiros sentimentos e acções de solidariedade, mostrando como os pre-conceitos em relação às aparências e às pessoas conseguem ser ainda mais cruéis que os vícios da adição a substâncias e comportamentos erráticos que apenas põem em causa a nossa vida, e nunca a dos outros.

Uma palavra ainda para outra interpretação fenomenal: Jared Leto. Completamente irreconhecível no papel de Rayon, travesti homossexual, renegado pela família, mas um ser humano de sentimentos puros e de grande lealdade. É Rayon que ajuda Ron e o mantém motivado; é Rayon que apresenta a Ron o mundo da discriminação e do sofrimento dos que são rotulados.

E coube a Jared Leto o discurso mais marcante dos Óscares 2014.