25 outubro 2013

De Rouille et d'Os (2011)


E Marion Cotillard enche de novo o meu ecrã!
Esta actriz é de uma profundidade misteriosa, mas ao mesmo tempo de uma sensualidade real, sem artifícios, sem pretensões... ou então "disfarça bem"!

"De ferrugem e de osso" é realizado por Jacques Audiard (O profeta; nos meus lábios) e co-protagonizado por Matthias Schoenaerts (Ali) e Cotillard (Stephanie). Ele é um "brutamontes" insensível que deixa a Bélgica com o filho Sam de 5 anos para ir viver com a irmã e o cunhado nas Antibas. Percebe-se que a mãe do filho foi apanhada por tráfico de droga em Amesterdão e percebe-se também que Ali não nasceu para ser pai e que não consegue ter empatia com os outros. Dado o seu físico, consegue emprego como segurança de uma discoteca e numa noite conhece Stephanie que socorre quando a mesma é agredida por um cliente da discoteca. Ao levá-la a casa, percebe que a mesma é treinadora de orcas e que está numa relação "complicada".
A amizade entre os dois desenrola-se depois da recuperação de Stephanie que num ataque de orca perde as duas pernas. Ali não mostra pena ao encontrar-se com Steph, mas ajuda-a a redescobrir o gosto pela vida e a encontrar a alternativa às pernas. 

Mas Ali está perdido, envolve-se em lutas clandestinas para ganhar dinheiro, tem relações "toque e foge" com outras mulheres e Steph quer mais do que amizade. Apesar de destruída, cria afectos por Ali e pela família deste e só quando quase perde o filho é que Ali começa a dar valor à amizade por Steph e mostra o quanto a ligação emocional é fundamental para o seu equilíbrio.


Um filme centrado em duas personalidades. Uma aparentemente sem emoções e outra que precisa de se reinventar depois de um trágico acidente. Um filme sobre seres humanos "reais" sem pretensão a finais felizes, sobre o uso quotidiano que fazemos uns dos outros. E parece que só nos apercebemos disso quando Stephanie questiona Ali se a conversa que estão a ter é normal, uma vez que ele a deixou numa discoteca enquanto saía com uma nova conquista: "não somos animais e não quero ser tratada como um animal".

19 outubro 2013

Broken (2012)

Broken conta a história de Skunk, uma menina especial, abandonada pela mãe e com tendência para a bondade, especialmente para com os abandonados. Skunk tem diabetes tipo 1 e olha para a vida e para as pessoas de forma diferente, para isso contribui a sua vizinhança de famílias disfuncionais: a sua, marcada pelo abandono da mãe, por um pai ponderado e dedicado aos filhos e ao trabalho como advogado; dos vizinhos Oswald, em que o pai é violento e revoltado com a morte da mulher e as três filhas são bullyis e promiscuas, com o complexo do "podemos fazer tudo nem que seja à lei dos punhos"; e da família Buckley, um casal pacato mas hiper protector do filho doente mental Rick.

A este cenário juntam-se Kasia, a baby sitter que acaba por se envolver com o pai Archie e Mike, o ex-namorado de Kasia que acaba por se tornar professor de Skunk e que é um dos seus melhores amigos, e que nela reconhece a bondade.

A história desenvolve-se em torno dos encontros e desencontros destas famílias, tragicamente ligadas pelo espaço, pela vizinhança e que acabarão por ficar ligadas pela bondade de Skunk, pela sua inocência e pela incapacidade dos outros a tratarem mal.

O problema é que um dia a bondade de confiar no vizinho doente mental tem um desfecho dramático.




Eloise Laurence interpreta brilhantemente Skunk, com Tim Roth num registo dócil o que não deixa de ser uma grande surpresa! Da banda sonora faz parte a adaptação lírica de Colours dos Blur, cantada por Eloise Laurence.

 

Colours (original dos Blur)
Blue is where I want to be 
Makes me feel I'm in the sea 
Look at all the stars they don't need to say 
Red's the color when you're dead 

It gets there under your head 
I don't feel the end, 
I just want to be 
And I know so many things 
Oh well I have to sing 

There's nothing left to do 
And my house is made with bricks 
Red dance just such a fix 
There's nothing I can do 

Black is where I want to stay 
I forget it's in my way 
But I won't hurt myself, 
I'll just let it fall 
White is what I was to start 

But I dont want to get on top 
All my life I just say everything free 
And I know so many things 
Her will is just for me 
Puts it on the side 
And her house is made of bricks 
Oh well it's such a fix 
Ain't there nothing left?