28 fevereiro 2008

Golden Compass



Inicialmente, "The Golden Compass" era o título escolhido para a trilogia de Philip Pullman. Em vez disso, ficou-se como referência do primeiro volume, ficando o conjunto de 3 livros (sendo "The Subtle Knife" e "The Amber Spyglass", respectivamente, o segundo e o terceiro) conhecido por "His Dark Materials".

Reconhecido e conceituado sobretudo no mundo anglo-saxónico, esta obra recente apela a um mundo fantástico, misturando reflexões sobre teologia, psicologia e física, numa apresentação que envolve os mais jovens, mas que procura apelar a atenção aos mais velhos, na jornada de crescimento de uma jovem criança, fadada de uma responsabilidade que atinge o mundo que lhe rodeia.



Como qualquer mundo paralelo é cheio de magia, segredos, profecias. Além disso, apresenta-nos o aletiómetro: espécie de bússola que revela a verdade, apenas a quem o souber usar. Neste caso, a Lyra (Dakota Blue Richards), a jovem protagonista do filme.


Lyra tem uma personalidade 'especial': uma coragem irresponsável (típica de jovens heróis) e uma irreverência simplesmente adorável. A sua frase preferida é "Cala-te, Pan". E quem é o Pan? Nada mais nada menos que a própria alma de Lyra, ou como dizem nesse outro mundo, o seu "demónio". Os demónios são giros. Têm a forma de animais e cada pessoa anda sempre com o seu. Evidentemente, o animal representa a personalidade de cada um, e é por isso que os demónios de todos os criados são cães.





Todos os cenários: as grandes cidades cobertas de neve e os dirigíveis a voarem pelos céus impressionam, mais impressionantes são os seres e a cultura que nele habitam, bem como a dicotomia humano-demónio; retratados de uma forma exemplar e verdadeiramente deslumbrante.



Realizado por Chris Weitz, Com: Dakota Blue Richards, Nicole Kidman, Daniel Craig, Eva Green, Ian McShane




[Pullman cria assim um amigo imaginário presente, que morre e sofre connosco e com o qual morremos e sofremos. Para quem sempre teve hábitos de possessividade e não suporta estar só... aí está a solução. Não deixa, no entanto, de ser curioso pensar nas pessoas com défice de auto-estima: quem se suicidaria primeiro - o demónio ou a própria... :D


se eu tivesse um demónio seria uma pantera negra, de forma cedo estabilizada, afinal o alter-ego já o é!]

20 fevereiro 2008

cantiga de amor?



Preferias que cantasse noutro tom
Que te pintasse o mundo de outra cor
Que te pusesse aos pés um mundo bom
Que te jurasse amor, o eterno amor

Querias que roubasse ao sete estrelo
A luz que te iluminasse o olhar
Embalar-te nas ondas com desvelo
Levar-te até à lua para dançar

Que a lua está longe e mesmo assim
Dançar podemos sempre, se quiseres
Ou então, se preferires, fica aí
Que ninguém há-de saber o que disseres

Talvez até pudesse dar-te mais
Que tudo o que tu possas desejar
Não te debruces tanto que ainda cais
Não sei se me estás a acompanhar

Que a lua está longe e mesmo assim
Dançar podemos sempre, se quiseres
Ou então, se preferires, fica aí
Que ninguém há-de saber o que disseres

Podia, se quisesses, explicar-te
Sem pressa, tranquila, devagar
E pondo, claro está, modéstia à parte
Uma ou duas coisas, se calhar



[com isto - Rádio Macau - e com o Feast of Love magistralmente protagonizado pelo Morgan Freeman chego à brilhante-conclusão-óbvia-e-ancestral que existem vários tipos de amor. Resta agora descobrir o que me serve? nenhum... é o mais provável! uma coisa mais: se Deus não olhasse por nós o nosso coração não seria tão corajoso para enfrentar os não amores que passam pela nossa vida...]

19 fevereiro 2008

broken



The broken clock is a comfort
It helps me sleep tonight
Maybe it can stop tomorrow
From stealing all my time

And I am here still waiting
Though I still have my doubts
I am damaged at best
Like you've already figured out

I'm falling apart
I'm barely breathing
With a broken heart
That's still beating
In the pain
There is healing
In your name
I find meaning
So I'm holding on
I'm holding on
I'm holding on
I'm barely holding on to you

The broken locks were a warning
You got inside my head
I tried my best to be guarded
I'm an open book instead
And I still see your reflection
Inside of my eyes
That are looking for purpose
They're still looking for life

I'm falling apart
I'm barely breathing
With a broken heart
That's still beating
In the pain
Is *there* healing
In your name
I find meaning
So I'm holding on
I'm holding on
I'm holding on
I'm holding on
I'm barely holding on to you

I'm hanging on another day
Just to see what you will throw my way
*And*I'm hanging on to the words you say
You said that I will
I will be okay

Broken lights on the freeway
Left me here alone
I may have lost my way now
Haven't forgotten my way home






[quando parte pensamos que é o fim do mundo. a nossa vida tão clean construída ao lado do par ideal, tudo tão cor de rosa, tudo encaixado como um lego, como um conjunto de tijolo que construiu uma casa. no entanto, esquecemo-nos que até a casa mais sólida desmorona com o tempo, com uma catástrofe natural. nada é eterno. não possuímos nada. e por isso o fim é sempre uma ilusão porque nunca houve verdadeiramente nada. mas antes de aceitarmos este facto passamos pelo período de luto, o período que aplaca a raiva do despeito, que se transforma na tristeza da solidão, e que depois vira calma, a calma aparente de quem se conforma que perdeu a batalha... um dia, quem sabe, voltará a construção que outra intempérie destruirá. mas se fosse fácil ou garantido, também não valeria a pena! estou estragada... estragaste-me]

10 fevereiro 2008

While Your Lips Are Still Red



Sweet little words made for silence
Not talk
Young heart for love
Not heartache
Dark hair for catching the wind
Not to veil the sight of a cold world

Kiss while your lips are still red
While he's still silent
Rest while bosom is still untouched, unveiled
hold another hand while the hand's still without a tool
Drown into eyes while they're still blind
Love while the night still hides the withering dawn

First day of love never comes back
A passionate hour´s never are wasted wrong
The violin, the poet´s hand
Every thawing heart plays your theme with care

Kiss while your lips are still red
While he's still silent
Rest while bosom is still untouched, unveiled
hold another hand while the hand's still without a tool
Drown into eyes while they're still blind
Love while the night still hides the withering dawn







[eu sei... é magnífica!]





do mesmo álbum Dark Passion Play: Amaranth; The Poet and the Pendulum; Meadows of Heaven

02 fevereiro 2008

atonement (expiação)

Verão de 1935. A família Tallis vive tranquilamente na sua mansão vitoriana. A pequena Briony já descobriu a sua vocação, quer ser romancista. Mas quando do alto dos seus 13 anos surpreende a irmã, Cecília (Keira Knightley), a despir as suas roupas e a mergulhar na fonte do jardim junto do filho do caseiro, Robbie (James McAvoy), a sua reacção ingénua face aos desejos dos adultos vai provocar uma tragédia. Robbie e Cecília ultrapassam uma fronteira que nunca tinham ousado ultrapassar e tornam-se vítimas da imaginação prodigiosa de Briony. No final desse dia, a vida dos três terá mudado para sempre.


Baseado no romance de Ian McEwan, Atonement é um filme de época sobre o que poderia ter sido uma bonita história de amor. Mas acima de tudo sobre a necessidade de expiação de um sentimento de culpa que corrói uma vida e que não pode ser redimido dado o contexto de morte que acaba por rodeá-lo. Dos horrores da II Guerra Mundial, às assimetrias sociais, da mentira ao estupro de menores. A temática é complexa, a história também, mas tudo se resume aos não ditos e ao que devia ser sido.

What has been and what could have been if... you had come back. Come back to me...


So, my sister and Robbie were never able to have the time together they both so longed for... and deserved. Which ever since I've... ever since I've always felt I prevented. But what sense of hope or satisfaction could a reader derive from an ending like that? So in the book, I wanted to give Robbie and Cecilia what they lost out on in life. I'd like to think this isn't weakness or... evasion... but a final act of kindness. I gave them their happiness.




Com a direcção de Joe Wright e as interpretações de Keira Knightley, James McAvoy e da jovem Saoirse Ronan.




[sim o vestido é fenomenal!]



[Acima de tudo vale pela exploração de uma nova fórmula final. Já não encontramos o happy-ending ou o dark-ending, mas um final de esperança sobre como uma história de amor que não foi se pode tornar nos caminhos paralelos da imaginação. Muito salutar para quem tem imaginação super-sónica... :D]