28 maio 2007

Little Wonders

let it go,
let it roll right off your shoulder
don't you know
the hardest part is over
let it in,
let your clarity define you
in the end
we will only just remember how it feels

our lives are made
in these small hours
these little wonders,
these twists & turns of fate
time falls away,
but these small hours,
these small hours still remain

let it slide,
let your troubles fall behind you
let it shine
until you feel it all around you
and i don't mind
if it's me you need to turn to
we?ll get by,
it's the heart that really matters in the end

our lives are made
in these small hours
these little wonders,
these twists & turns of fate
time falls away,
but these small hours,
these small hours still remain

all of my regret
will wash away some how
but i can not forget
the way i feel right now

in these small hours
these little wonders
these twists & turns of fate
these twists & turns of fate
time falls away but these small hours
these small hours, still remain,
still remain
these little wonders
these twists & turns of fate
time falls away
but these small hours
these little wonders still remain


[são tantas as pistas, as mensagens, as provas de que é necessário ter mais calma e valorizar as little wonders, as pequenas partes, esperar, saborear... mas eu continuo a correr, sem saber para onde... nem do que fujo e na ânsia de tentar encontrar vou fugindo do que realmente quero... falta interiorizar! CALMA]

21 maio 2007

Blood Diamond



Quando a guerra civil abrasa a Serra Leoa, os civis são escravizados, mutilados, assassinados... quer pelo governo, quer pelos rebeldes. Numa luta sem humanidade ou razão, apenas o interesse dos senhores da guerra e dos diamantes prevalece. E neste mundo anárquico em que o preço de uma vida é demasiado insignificante face ao preço da jóia, os valores humanos são um luxo que ninguém pode ter. Não existem filhos nem pais, existem armas, guerra e morte!


Uma história comovente de um pescador feito escravo e separado da família. De um contrabandista sem rumo ou futuro. De uma jornalista cuja existência se justifica no seio das crises. E no fim todos encontram o seu caminho, sem dramatismos, sem surpresas... mas com muito significado! Uma palavra ainda para o bom filho que se torna num soldado terrível para sobreviver e cuja deriva comove e revolta - apenas um dos muitos menino-soldado.



Brilhantes interpretações de Djimon Hounsou, no papel de um homem que não desiste do que é... até o recuperar (mereceu cada prémio de melhor actor secundário que ganhou); e de Leonardo DiCaprio, longe do menino bonito que a mim nunca me convenceu. DiCaprio constrói aqui uma personagem consistente e convincente de um ex-mercenário contrabandista - um homem branco em África - , que chega a perder os valores que nunca teve, mas num acesso de dignidade se redime and make it worthwhile. Merecia o Óscar.



Um filme que vale a pena ver... com muitas AK's e paisagens africanas de perder a respiração... mas acima de tudo com muito!

18 maio 2007

Calling You by Blue October

There's something I can't quite explain
I'm so in love with you
You'll never take that away
And if I've said it a hundred times before
Expect a thousand more
You'll never take that away

So expect me to be
Calling you to see
If you're okay when I'm not around
Asking "if you love me"
I love the way you make it sound
Calling you to see
Do I try too hard to make you smile?
To make us smile

I will keep calling you to see
If you're sleeping, are you dreaming
If you're dreaming, are you dreaming of me
I can't believe you actually picked me

I thought that the world had lost it's way
It's so hard sometimes
Then I fell in love with you
Then came you
And you took that away
It's not so difficult
The world is not so difficult
You take away the old
Show me the new
And I feel like I can fly when I stand next to you
So while I'm on this phone
A hundred miles from home
I'll take the words you gave me and send them back to you

I only want to see
If you're okay when I'm not around
Asking "if you love me"
I love the way you make it sound
Calling you to see
Do I try too hard to make you smile?
To make us smile


[acima de tudo... o saber que está! é uma pena que não percebas o quão importante é estares e fazeres-me sentir que eu estou...]

16 maio 2007

Adeus por Eugénio de Andrade




Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

(um dos mais belos poemas de Eugénio de Andrade! o retrato de como os sentimentos são como uma planta que precisa de ser regada, não com palavras, mas com substância!)


[quantas vezes são as palavras que gastam os sentimentos, que entristecem as almas... também são as palavras que as alegram, mas por quanto tempo? o tempo de uma ilusão logo destruída pelos gestos, pelos actos. por isso, gosto dos teus gestos e tento dar às palavras apenas o valor do momento. contigo não quero gastar as palavras, nem a alma... apenas quero existir: OLÁ!!!]

08 maio 2007

Só Tu - Paulo Setúbal


Só tu
Dos lábios que me beijaram,
Dos braços que me abraçaram
Já não me lembro, nem sei...
São tantas as que me amaram!
São tantas as que eu amei!
Mas tu - que rude contraste!
Tu, que jamais me beijaste,
Tu, que jamais abracei,
Só tu, nest'alma, ficaste,
De todas as que eu amei.


in Alma Cabocla
[simples, como tudo deve ser! como tudo se torna quando temos coragem de o verbalizar, de o explicar, de o compreender... e este abraço d'alma que te entrego todas as noites. este sorriso que te envio cada vez que o meu espírito para ti olha... resisto, porque ainda acredito! mas só em ti, mas só em mim...]

06 maio 2007

Breaking & Entering



A história é simples: arquitecto bem sucedido na vida, junto com uma mulher com uma filha problemática. A relação aparenta a perfeição mas entre um workaolic e uma depressiva que vive para a filha mentalmente desequilibrada, não sobra tempo para o romance. Então há que procurar o 'amor' noutro local. Onde? Na mãe do delinquente emigrante bósnio que nos parte os vidros do escritório, para que o tio nos possa assaltar. Afinal, uma viúva emigrante, desamparada, que sobrevive, torna-se a bóia de salvação de quem já nem consegue sobreviver, porque desistiu de lutar.


Uma história comovente de 2 indivíduos que a circunstância aproxima, mostrando até onde uma mãe pode ir para salvar um filho, e até onde um homem sozinho consegue derivar.


Uma lição: há coisas que é preciso quebrar para se poder entrar - não apenas os vidros para assaltar um escritório; mas um coração destroçado por anos de martírio porque preso ao passado; e também vidas desfeitas pelo comodismo, pela falta de diálogo... pelo silêncio. Às vezes, é preciso magoar profundamente, para acordar para a vida.


Juliette Binoche igual a ela própria: discreta, sublime, verdadeira. Robin Wright Penn, desequilibrada e sofrida.
Anthony Minghella repete um Jude Law (Cold Mountain, Talented Mr. Ripley) que começa a convencer e uma Juliette Binoche (Paciente Inglês) que se apaga (cansaço? idade?).

05 maio 2007

So not over you

Don't know why I still slept on my side of the bed
The emptiness when you were gone kept ringing in my head
Told myself I really had to move along now
Stop regretting all the things I left unsaid, yeah yeah
So I tore up your letters
Took your picture off my wall
I deleted your number, it was too hard not to call
Felt a little better, told myself I'd be fine
Got to live for the good times up ahead, yeah yeah

'Cos everywhere I go
There's a love song that reminds me of you
And even though I knew I had to be strong
I was still not over you
'Cos I still believe and I could see how there's nothing left of you and me
That time is over
'Cos I'm so not over you
All my friends try to tell me better find somebody new
Why waste time being lonely when there's nothing left to lose'

Anything to get you out of my mind
I'm a fool if I thought I could forget
And I could not forget


[quando abrires o teu coração ao amor jamais deixarás de amar... não é quando queremos que esquecemos. só esquecemos quando tivermos de esquecer... quando quisermos deixar ir. num novo dia de sol, de chuva, quando o corpo estremece de frio e ouve aquela canção sem pensar naquela pessoa... well! e quando todas as músicas nos lembram uma pessoa que ainda não é?]

01 maio 2007

Erva Daninha Alastrar by António Variações



Só eu sei que sou terra
terra agreste por lavrar
silvestre monte maninho
amora fruto sem tratar

Só eu sei que sou pedra
sou pedra dura de talhar
sou joga pedrada em aro
calhau sem forma de engastar

A cotação é o que quiserem dar
não tenho jeito para regatear
também não sei se eu a quero aumentar
porque eu não sei

Porque eu não sei se me quero polir
também não sei se me quero limar
também não sei se quero fugir
deste animal
que anda a procurar

Só eu sei que sou erva
erva daninha a alastrar
joio trovisco ameaça
das ervas doces de enjoar

Só eu sei que sou barro
difícil de se moldar
argila com cimento e saibro
nem qualquer sabe trabalhar

Em moldes feitos não me sei criar
Em formas feitas podem-se quebrar
também não sei se me quero formar
porque eu não sei

Porque eu não sei se me quero polir
também não sei se me quero limar
também não sei se quero fugir
deste animal
que anda a procurar

[assim, subitamente, soa-me familiar... será inspiração ou coincidência, será preocupação a mais ou falta de originalidade. não sei. e não quero saber. a culpa é desta vontade cravada de te abraçar, de te sentir... de não te deixar ir! sou como a erva daninha: não tenho forma, ou polimento, não tenho caminho, nem impedimento...]